6.30.2008

A Bixana de Jun/Jul, e a sociedade que queremos



Abri hoje o editor do blogger para publicar finalmente o artigo sobre "As conversas sobre Poliamor" que foi escrito para a Bixana de Junho/Julho. (para quem não sabe, a Bixana, é zine das Panteras Rosa). Mas há aqui pano para mangas, e finalmente, porque vem a propósito, vou escrever sobre o que se tem passado com a polémica poliamor (e movimentos não especificamente LGBT) no seio das Marchas do Orgulho.

Este numero da Bixana dedica grande atenção, como não podia deixar de ser, ás Marchas do Orgulho LGBT, uma vez que estamos na "época" delas. Fala-se das reivindicações actuais e antigas, um pouco da história do movimento. Dedica uma atenção especial à polémica recente que a visibilidade da participação do poly-portugal nas marchas criou (digo visibilidade porque a participação do PolyPortugal nas marchas não é recente, simplesmente se tornou visível recentemente).

Os argumentos contra a participação do poly-portugal e menção do poliamor têm se prendido com uma eventual (não) pertinência de um tema supostamente não-LGBT (à semelhança do feminismo, anti racismo, etc..) nas marchas e com razoes de ordem estratégicas no sentido de o poliamor poder dar mau nome ás marchas, já de si lutando com dificuldades de penetração da(s) sua(s) mensagen(s) junto da opinião pública mais "mainstream".

As marchas do orgulho são um tema bastante polémico em si, havendo mesmo activistas que não concordam com a sua existência ou instrumentalização. Há quem as veja como instrumento de reivindicativo, quem as veja como instrumento de provocação e criação de discussão publica, e há quem as veja como uma grande celebração. Há quem ache importante usá-las para dar uma boa imagem da comunidade LGBT, e há quem ache que a comunidade LGBT é o que é, tão digerível ou não como o resto da sociedade "mainstream". O consenso parece, à partida, difícil, e as equipas de organizacao das marchas têm normalmente uma missão espinhosa que é fazer as pontes entre as decisões que tomam (enquanto organizacao da marcha) e as organizacoes que representam.

A discussão entretanto em curso torna-se interessante, precisamente porque transcende o tema poliamor, e torna-se uma reflector sobre a natureza e motivação dos movimentos LGBT e das Marchas do Orgulho. Acaba-se a discutir a transversalidade de outros movimentos e causas, o seu lugar (ou não lugar) dentro das marchas LGBT. Nestas muitas discussões, acaba-se frequentemente a abordar não apenas as reivindicações imediatas especificas a LGBT, mas indo muito mais longe discutindo afinal que sociedade é que queremos, o lugar à diversidade, o lugar à democracia como espaço para todos (e não ditadura da maioria com imposição de modelos únicos) e se que queremos ou não essa sociedade o mais depressa possível.


Esta reflector, não deixa as coisas como estavam. A discussão no seio das diversas organizações LGBT está em curso, e provavelmente vai trazer novas soluções e novas correntes ao movimento. provavelmente este ano vai ficar para a História do movimento LGBT em Portugal. Mudou o discurso, mudou a ênfase da vitimizacão dos discriminados para o estigma da vergonha sobre quem discrimina, sobre quem goza, sobre quem chateia e pensa que tem uma vida exemplar. Estamos a assistir ás marchas da sem vergonha, finalmente o nome "Marchas do Orgulho" começa a ser merecido. Nao queremos apenas umas medidas anti discriminação ou algumas medidas especificas que nos facilitem a vida como LGBTs, pessoas que têm uma vida mais difícil que o cidadão "normal". Queremos uma sociedade em que aquilo que hoje se chama diferença deixe de ser uma coisa digna de nota. Que a diferença deixe de ser diferença.



"A comunidade que temos não tem vergonha. Vergonha deve ter quem discrimina.

A comunidade que queremos não pede tolerância, exige respeito.

A comunidade que queremos é diversa e é de tod@s. Somos o que somos, somos muitas coisas, somos diferentes e divers@s como eles. Temos promíscu@s e casad@s, como entre os heterossexuais. Temos quem ache que promiscuidade é um termo negativo, e quem não ache, como entre eles. Há quem queira casar e quem não queira, mas queremos é poder escolher, como eles. Temos fei@s e bonit@s, como eles. Nov@s e velh@s, como eles. Mas não jogamos com a moral deles.A comunidade que queremos não quer apenas o fim da discriminação e direitos iguais: traz visões libertárias da vida e da sexualidade, para tod@s, e não apenas para a população lgbt.

A comunidade que queremos é a que fará deste país um país novo em que cabe a comunidade que queremos."

A Bixana, para o prazer dos vossos olhos e neurónios:
http://panterasrosa.blogspot.com/2008/06/bixana-fresquinha.html



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Conversas sobre Poliamor n'A Bixana


fica aqui o artigo que resume o que se passou nas "Conversas sobre Poliamor" de dia 5 de Junho, e que foi publicado n'a Bixana (zine das Panteras Rosa)

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As "1as conversas sobre poliamor" aconteceram na quinta-feira dia, 5 de Junho, na cooperativa cultural Crew Hassan, co-organisadas pelas panteras-rosa e poly-portugal. Sérgio (panteras-rosa) e Mónica (poly-portugal) introduziram e comentaram o conceito de poliamor, responderam a perguntas e tomaram parte na discussao animada, moderada pelo Joao Carlos, que se seguiu.

O que é poliamor.
Uma definicao possível é substituicao, em relacoes (em sentido lato), do mandamento da monogamia pelo da sinceridade (do indivíduo consigo próprio e com outros), podendo isto abrir caminho a formas diversas, e por enquanto menos habituais de relacionamentos, eventualmente com várias pessoas simultaneamente.

Motivacao
Estas conversas, como evento co-organisado, já estavam em preparacao há algum tempo, desde a 1a Marcha do Orgulho do Porto em 2006 (em cuja organisacao o poly-portugal participou), pela vocacao libertária e de contestacao de modelos únicos comuns a panteras e poly-portugal. Os recentes acontecimentos nas organisacoes das Marchas de Lisboa e Porto, devido precisamente a discussoes em torno do tema poliamor, tornaram estas "Conversas sobre Poliamor" ainda mais pertinentes.

Antecendentes
Ja houve e continuam a haver encontros mais ou menos regulares em torno de poliamor, em Lisboa e Porto, mas têem sido encontros de auto-ajuda e partilha de expêriencias entre pessoas em situacao semelhante, organisados por, e para o grupo poly-portugal e seus simpatizantes. Esta vertente de auto-ajuda e discussao é muito importante, pois sendo o poliamor um modo de vida em que nao ha papeis pré-determinados, as solucoes para eventuais problemas nao obedecem a scripts pre definidos, quase embedded no código social, como no caso das relacoes monogâmicas. Por outro lado, sectores maioritários da sociedade nem sempre vê com bons olhos uma vida nao monogâmica, o que tem efeitos negativos óbvios sobre quem pratique ou simpatise com este modo de vida (pressao mononormativa). As conversas aqui descritas, procuraram ser uma sessao de esclarecimento para activistas e público em geral.

Polyactivismo
O poliamor é um modo de vida válido e merecedor de respeito.
A actividade dos grupos poliamor conta geralmente com tres aspectos. O primeiro é a auto-ajuda (criação de redes de contactos, encontros, troca de esperiências, descoberta de identidade), o segundo a divulgação da possibilidade real de o viver quer junto de outras pessoas que com ele se identificam quer com outros, e o terceiro é a influência política na sociedade através de colaboração e negociação com organisações antidiscriminacao.
A nível internacional há muitos grupos, organisados com e sem ajuda da internet, e muitos eles estao ligados entre si. Encontros como a 1a Confêrencia Internacional sobre Poliamor e Mononormatividade em Hamburgo, em 2005, ou o Acampamento Poliamor de Verao na Alemanha procuram criar espacos de discussao, entreajuda, e definir a contra-cultura dos próximos anos.

O grupo poly-portugal
Existe há já mais de 3 anos e comecou como grupo de auto-ajuda e discussao. Alguns dos seus mais de 70 membros ocupam-se tambem com refleccao e intervencao (poly-activismo). e procuram passar a mensagem junto de outros sectores da sociedade de que o poliamor é um modo vida válido e digno de respeito.

As 1as conversas sobre poliamor
Estiveram presentes cerca de 20 pessoas, entre panteras, poly-portugal e outros.
Comecou-se por fazer uma introducao ao conceito, suas origens e significado, suas implicacoes numa sociedade que por um lado se define ou gosta de se apresentar como igualitária e justa mas cujos motores, por outro lado, eternisam e cristalisam modelos de comportamento e privilégios que muitas vezes nao reflectem de todo o modo de vida e pensamento dos seus cidadaos.
Pela limitacao do tempo, nao foi possivel aprofundar nenhum tema, mas foram muitos abordados e esbocaram-se possiveis continuacoes das conversas.
Falou-se de ditadura da escolha (ter de deixar uma pessoa por se comecar a gostar de outra), de poly-closets (pessoas com mais que um parceiro/a que teem receeio das represálias), falou-se de como a monogamia como modelo emocional em si é tao válido como outro qualquer, mas como modelo único, hegemónico, imposto e abencoado pelo Estado deve ser contestado. Falou-se de ciumes, da sua desconstrucao, da sua evitabilidade e inevitabilidade e de como em alguma parte vêm da percepcao do parceiro como "coisa" possuída; falou-se do reclamar orgulhosos de palavras previamente insultuosas, como galdéria ou vadia (slut culture, schlampenkultur) como bandeiras de um movimento que nao se envergonha da sua vida, falou-se dos papeis, formatacoes, que se colam a nós em relacoes que já veem com script incluído (marido muda o óleo ao carro e nao a mulher, a butch faz café á femme, quem tem mais dinheiro é quem fala com o advogado..), e como poliamor baralha e volta a dar todos esses papeis que deixam de fazer sentido; falou-se da diferenca entre poliamor e poligamia, e de eventuais sobreposicoes que uma pode ter em relacao á outra. Falou-se do papel do machismo na sociedade e como isso baralha a percepcao da mulher, das relacoes, e das minorias. Falou-se das diferencas, se é que as há, entre amizade e amor, se precisamos de tais distincoes (ou seja, se há mesmo estados quânticos para relacoes, ou se será possível um continuum emocional em que indivíduos criativos se deslocam). Falou-se, por fim, da bencao do Estado e do papel do casamento (testamentos, assistencia hospitalar, privilégios tributários). Falou se em familias extendidads, no papel das familias babyboomers a cunhar a ideia da família mononuclear "moderna", e falou-se em co-educacao, e em comunas e experiências sociológicas.
A jeito de conclusao apressada devido ao limite de tempo, sumarisou-se que os direitos têem de ser individuais, e que direitos associados ao casamento, que têm sido vistos e vendidos como um direito, nao passam de privilégios destinados às relações que cabem no modelo reconhecido pelo estado, e criam condicoes prefenciais apenas áqueles que o praticam, não podendo por isso ser democráticos. O que não implica que o movimento lgbt não deva hoje lutar pelo alargamento a
tod@s desses direitos e/ou privilégios, numa situação em que existe um apartheid legal que restringe o acesso aos mesmos em função da orientação sexual.
Acrescentou-se que tal ideologia, e outras, sao reforcadas apesar de cada vez mais pessoas viverem contra o paradigma.
Ficou a promessa de se repetirem eventos semelhantes, talvez noutros locais e com outros temas mais especificos.

Apelo á participacao das marchas do orgulho
Apelou-se á participacao nas Marchas do Orgulho de Lisboa e Porto. Quer pela natureza anti- discriminatoria de qualquer marcha do olrgulho, que diz respeito a qualquer pessoa que nao se reveja numa sociedade que impoe ou encoraja modelos unicos, quer pelo facto que especialmente a marcha do orgulho do porto abracou o tema poliamor e diversidade familiar e o explicita no seu manifesto, é importante participar nas Marchas.


Recursos poliamor em Portugal:
- Grupo poly-portugal:
http://www.groups.yahoo.com/groups/poly-portugal
- Portal poliamor em Portugal:
http://www.poliamor.pt.to/
- Blog Our Laundry List:
http://www.laundrylst.blogspot.com/

Outras referências
- http://en.wikipedia.org/ (poliamor/polyamory)

- "Breaking the barriers to desire", K. Lano and C. Parry (ed.).Five Leaves Publications
- http://www.diepolytanten.de.tc/ (em alemao, mas com Informacao sobre encontro poliamor de verao para mulheres e transgénero)
-
http://www.graswurzel.net/243/schlampagne.shtml (em alemao, movimento "galdério")


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6.29.2008

poly-portugal @ Marcha de Lisboa, primeiras mencoes

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1333886&idCanal=62

"Mas a organização da marcha não se fez sem alguma controvérsia. A adesão ao desfile do recente grupo Poliamor – que defende o direito a formas diversificadas de relacionamento, incluindo as não monogâmicas, desde que assentes no respeito e na sinceridade – não foi bem acolhida por todos, revelando algum conservadorismo de um movimento que combate a discriminação. Ainda assim, os seus activistas apareceram e desfilaram com as Panteras Rosa."

Tenho a corrigir que o grupo se chama poly-portugal e nao poliamor, e que nao é recente. Tem pelo menos 3-4 anos (corrijam me). De resto, acho interessante que a imprensa esteja atenta ao ponto de saber o que se passa.

6.28.2008

Todos ás Marchas do Orgulho LGBT, Lisboa e Porto!!!

Para quem ainda nao viu, ficam aqui os videos da conferencia de imprensa e de promocao á 3a marcha do Orgulho LGBT do Porto (12 de Julho), e ainda o video de promocao das marchas pelas Panteras Rosa.

(disponiveis tambem em www.orgulhoporto.org, "divulgacao")

E é para ir á marcha >:-) ok?

Update, primeiras reaccoes:
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1333878&idCanal=62
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1333886&idCanal=62

"Mas a organização da marcha não se fez sem alguma controvérsia. A adesão ao desfile do recente grupo Poliamor – que defende o direito a formas diversificadas de relacionamento, incluindo as não monogâmicas, desde que assentes no respeito e na sinceridade – não foi bem acolhida por todos, revelando algum conservadorismo de um movimento que combate a discriminação. Ainda assim, os seus activistas apareceram e desfilaram com as Panteras Rosa."



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Poliamor nas marchas de Lisboa e Porto

Comeca com Lisboa, continua com o Porto. Tal como noutros anos, entrámos na estacao das Marchas do Orgulho LGBT em Portugal, ou seja, fala-se pouco de outra coisa nos meios mais activistas, nao há tanto espaco para discutir neste blog acerca de tópicos poliamor do dia a dia ou mais pessoais, ficámos mais politicos e vai provavelmente ficar assim até fins de Julho. Aos nossos leitores menos politicos ficam aqui as nossas desculpas e a promessa que voltaremos com mais roupa suja, roupa limpa, e galdérice, aos molhos.

Deixo-vos um pequeno panfleto explicativo sobre o que é poliamor e algumas das suas razoes para a organisacao (na marcha do Porto, desde a primeira marcha, em 2006) e participacao nas marchas do Orgulho LGBT em geral.

Cliquem na imagem para conseguir ler.





6.27.2008

FICEB

XVI festival internacional de cinema erótico de Barcelona em Madrid.

Opcoes estéticas á parte, posicoes mais contra ou a favor de porno, e que tipos de porno, e como porno, contra ou a a favor da sex industry, e como e porque, isto merece uma olhada, pela sua sex-positiveness e espaco para discussao, que permite precisamente descobrir quais as nossas posicoes acerca de tais questoes como as enunciadas acima.

26 a 28 de Junho.

http://www.ficeb.com/

A hard zone, incluindo festas muito sex-positive. Só para quem quer e quem pode.

http://www.ficeb.com/english/hard_zone.htm


links para outros eventos, incluindo o Festival de Cinema Erótico Gay de Barcelona:
http://www.ficeb.com/esp/otros_eventos.htm

é pena em Junho ser tudo ao mesmo tempo :-P é marcha de Lisboa é CSD em Berlim, é FICEB é tudo e mais alguma coisa, e eu aqui enfiada :-P


"um dia tao bonito e eu nao fornico (A Naifa)"

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6.26.2008

Filme: Futurama, The Beast with a Billion Backs


Tem poly lá dentro, e poly-humor também:

Futurama, the beast with a billion Backs



"and Fry starts a new relationship with a girl named Colleen. However, it is not long before he realizes that Colleen has four other boyfriends all at once. Fry is unable to accept how she can't settle for one man and breaks up with her"


"Yivo admits that mating with everyone in the universe was its original intention, but explains that it is now truly in love with them"


"Everyone laments how they will never know love or happiness with Yivo again. Bender assures them that what they experienced was not love, as love doesn't share itself with the world, or so he claims. Bender shares his love with Fry and Leela by giving them a big hug, which strangles them."
Para quem se pergunta de onde poderá vir o nome, "Million Backs", na obra que consagrou o CIÚME na literatura, o Othello, de Shakespeare, Iago, esse grande chato, usa, com maldade, e para provocar raiva e ciúme, a metáfora "eles estarao neste momento fazer o animal de duas costas", para se referir a Desdémona fazendo amor com o Mouro de Veneza (I am one, sir, that comes to tell you your daughter and the Moor are now making the beast with two backs).
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6.24.2008

Sobre a transversalidade de temas nas marchas do orgulho LGBT

Três artigos a ler, e porque é que o poliamor é um tema a incluir nas marchas do orgulho LGBT.

http://panterasrosa.blogspot.com/2008/06/pensamento-do-dia.html
http://panterasrosa.blogspot.com/2008/06/marchar-para-qu-e-com-quem.html
http://panterasrosa.blogspot.com/2008/06/espao-ao-sobrenatural-uma-rubrica.html

alguns extractos:

“tema lgbt” é qualquer tema que ponha em causa a hegemonia e exclusividade dos modelos amorosos e relacionais dominantes – heterossexualidade, dominância masculina, monogamia…

Sejam as marchas lgbt, então, a expressão destas diversidades, de uma vontade de luta transformadora de tantos aspectos negativos em Portugal, uma proposta de intervenção não-corporativa e não exclusivamente LGBT, mas de tod@s @s que lutam pela diversidade social, sexual, política, contra as forças medievais que ainda regem a sociedade portuguesa e por direitos para tod@s. Porque sim, na diferença e na divergência, dentro e fora do movimento lgbt, a união faz mesmo a força, e o sectarismo bacoco ou os orgulhos pessoais postos acima do interesse da intervenção social fazem a fraqueza e a irresponsabilidade. Não sejam os próprios movimentos LGBT a fechar-se em si, a excluir novos actores, a encerrarem-se na sua temática com prejuízo de um combate eficaz à lesbigaytransfobia, porque ela não existe isolada nem se combate isoladamente. "

"Todo o tema sexual faz parte do feminismo porque faz parte do desequilibrio de poder baseado numa política reprodutiva-económica específica delineada para priviligiar o nome do pai.Tomar LGBT e poliamor como desvios é curto. Poliamor não é monogamia, nem poligamia, cujo objectivo é privilegiar o nome do pai. LGBT são praxis atacadas por perturbarem o privilegio do nome do pai. Onde está a falta de feminismo nisto? "

Mais do que nunca:
Dia 28 de JUNHO, às 16h, no Príncipe Real em Lisboa.
Dia 12 de JULHO, 15h, na Praça da República no Porto

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Queer and Rebel Days, discussao sobre poliamor


Para quem andar por outras latitudes, por exemplo em Berlim, vai haver uma discussao sobre poliamor amanha, ás 17h, na comuna/squat "Schwarzerkanal"

A discussao é enquadrada no programa "QUEER AND REBEL DAYS" (24.-29.6.08), cujo programa pode ser consultado aqui:

http://www.schwarzerkanal.squat.net/veranstaltungen1.html



(Morada: Wagenplatz Schwarzer Kanal, Michaelkirchstr. 20, Berlin, http://www.schwarzerkanal.squat.net )

Para quem se interessa por comunas e engenharia social, o Schwarzer Kanal é mais do que um parque de roulottes, é um projecto com objectivos muito definidos. Dentro destes objectivos inclui-se, a criacao de uma network e de um espaco queer com projectos próprios.


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6.18.2008

Poly-portugal na Marcha do Orgulho LGBT do Porto


o poly-portugal nao se limita este ano a assinar a Marcha do Orgulho LGBT do Porto este ano, como o fez em 2006 e 2007.

Este ano, o manifesto da Marcha do Orgulho LGBT do Porto menciona especificamente a diversidade familiar, emocional e usa especificamente a palavra poliamor.

http://marcha.orgulhoporto.org/manifesto/

As coisas mudam, lentamente, mas com coerência, para melhor.

Just different, Amstelveen, NL

Just Different!14.06 - 21.09 2008'

Just Different!' is the challenging title of this exhibition about sexual desire, gender and identity construction in the visual arts. Disregarding for the moment the heterosexual dominance of our daily life, it addresses instead alternative life styles, such as homosexuality and transsexuality. In over 100 artworks by 47 national and international artists, the exhibition gives an impression of the sheer wealth of images yielded by the exploration of sexual identity.Epitomising the exhibition will be the nine-metre high monumental statue of David by Hans-Peter Feldmann, which is installed on the square outside the Cobra Museum of Modern Art. It is an iconic piece that symbolizes sexual diversity and freedom, but above all pleasure. It is just different.

Artists: David Armstrong, Rachid Ben Ali, Paul Blanca, Marc Brandenburg, Chi Peng, Daniela Comani, Patricia Cronin, Katrina Daschner, Kerstin Drechsel, Marlene Dumas, Nicole Eisenman, Köken Ergun, Amir Fattal, Hans-Peter Feldmann, General Idea, Gilbert & George, Nan Goldin, Richard Hawkins, Risk Hazekamp, David Hockney, Deborah Kass, Heinz Peter Knes, Ins A Kromminga, Sabina Maria van der Linden, Lovett / Codagnone, Hans van Manen, Robert Mapplethorpe, Marlene McCarty, Bas Meerman, Tracey Moffatt, Piotr Nathan, Erwin Olaf, Ulrike Ottinger, SUSI POP, Karol Radziszewski, Aurora Reinhard, Richard Sawdon Smith, Erik Schmidt, Johanna Schweizer, Katharina Sieverding, Wolfgang Tillmans, Francesco Vezzoli, Gitte Villesen, Anthony Viti, Del LaGrace Volcano, Gert Weigelt, David Wojnarowicz

Cobra MuseumSandbergplein 1NL - 1181 ZX Amstelveenhttp://www.cobra- museum.nl/ en/home.html

Note: Amstelveen is about 10 kilometers from Amsterdam.

6.17.2008

Heartbreak Hotel



"ás vezes", diz-se, "o poly corre mal". Mas eu prefiro dizer que é o amor que corre mal, e que as pessoas se desencontaram, nas suas expectativas e nas suas formulacoes das mesmas. Digo isto mesmo quando a história nao pudesse ser transposta para um contexto nao poli. Sao as pessoas, e nao as ideias ou o poilamor que fazem os desastres ou a frágil beleza acontecer.

6.11.2008

a culpa é da ....



Sempre me explicaram que a grande parte da transmissao da sida era devida a comportamentos sexuais de risco, ou seja, contactos sexuais nao protegidos, com troca de fluidos.

Mas zelotas morais continuam a investir em desinformacao e a dizer nos que a culpa da sida é da liberdade sexual ou da poligamia

Se a monogamia fosse africana, os mesmos senhores já diriam que a culpa da sida é da monogamia.

Se formos a ver quem é o grupo com a presente maior taxa de infeccao (mulheres casadas, entre os 30 e os 45 anos), talvez seja verdade. Estas mulheres sao geralmente infectadas pelos seus extremosamente monogamicos maridos.

Isto sou eu, ou este tipo de artigos que atribuem a culpa da sida a comportamentos morais que nao lhes dá jeito sao desinformacao chauvinista?

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6.10.2008

Manifesto da Marcha do Orgulho LGBT Porto 2008

Em Portugal, começamos a dar os primeiros passos numa educação para uma saúde responsável. No entanto, esta educação continua a ter como base um modelo de família que não corresponde às práticas familiares do Portugal do século XXI.

Há cada vez mais crianças educadas por apenas um dos pais biológicos, sozinhos ou em novas uniões. Há cada vez mais crianças educadas por avós, tios, outros familiares, pais adoptivos. Sendo que estes educadores têm diversas orientações sexuais. E estas crianças são felizes. Não há diferenças de desenvolvimento físico, psicológico, emocional e de integração social destas crianças, como demonstrado em estudos com pais "não-biológicos" ou pais do mesmo sexo.

E ainda assim, o Estado português continua a negar esta realidade. Estas Famílias são esquecidas. Estas Mães e estes Pais são esquecidos. Estas Crianças são esquecidas.

É-lhes imposto um modelo standard de família em biologia, em história, em português, na educação para a saúde... Modelo este que não corresponde às suas famílias e às famílias dos seus colegas.

Isto é inaceitável!

É obrigação do Estado implementar em todos os estabelecimentos de ensino uma educação para uma sexualidade saudável. E uma sexualidade saudável não se limita ao velho paradigma "espermatozóide nada, encontra óvulo e 9 meses depois temos um brinde". O ser humano não é só um conjunto de células. É um ser pensante, emocional, social, histórico, que transforma o mundo e a si mesmo.

Só uma educação que considere todas estas vertentes poderá ser a base para adultos felizes, responsáveis e sexualmente saudáveis.

Esta educação tem de ser promovida numa disciplina específica a partir do 2º ciclo que aborde temas tão pertinentes como:

-Revelar múltiplas formas de constituição de família;
-Desmistificar a bissexualidade, homossexualidade e heterossexualidade;
-Fomentar a verdadeira igualdade de oportunidades entre homens e mulheres;
-Reconhecer diversas identidades de género, como ser transexual, ser cissexual, ser transgénero e ser cisgénero;
-Compreender várias formas de relacionamento, aceitando que alguém pode não ter uma relação, ter relacionamento com uma pessoa, ter uma relação poliamorosa.
-Finalmente, promover o planeamento familiar e uma reprodução consciente.

É também importante a formação dos professores, gestores de estabelecimento de ensino, pessoal técnico, entre outros. De igual modo nenhuma criança pode ser excluída desta educação. É ainda essencial que esta educação transponha os limites do estabelecimento escolar e seja activamente divulgada junto da população em geral.

Menos que isto é inaceitável!

Efectivamente, na sociedade portuguesa ainda existem situações de discriminação aos mais variados níveis. A meio de 2008, Portugal continua a não seguir o bom exemplo do Estado espanhol que, já há três anos, estendeu o casamento civil a casais do mesmo sexo. Naturalmente com todos os direitos e deveres inerentes, incluindo a adopção.

O casamento civil não é uma instituição imutável no tempo e no espaço. Em 1976, um marido que chega a casa e abre, sem a autorização, uma carta dirigida à esposa, era mais que uma situação comum, era um direito legalmente reconhecido em Portugal. Se é evidente para todas e todos nós esta alteração, também deve ser claro o reconhecimento legal do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Os direitos de homens e mulheres eram tão diferentes em 1976 como são hoje diferentes os direitos de um casal heterossexual e um casal homossexual.

E isto é inaceitável!

Mas não são só os casais de gays e lésbicas que vêem os seus direitos negados pelo Estado. As pessoas transgéneras continuam a ser tratadas como cidadãs e cidadãos de segunda. O artigo 13º da Constituição Portuguesa bem como o Código de Trabalho renegam a Identidade de Género. Da mesma forma o Código Penal, que reconhece os crimes por motivações religiosas, orientação sexual, racismo e afins, mantêm-se omisso quanto a crimes de transfobia.

Exigimos uma lei de identidade de género que permita a mudança de nome e género legal sem que esteja finalizada a reassignação de sexo. Todo o processo jurídico, médico e legal a que são submetidas as pessoas transexuais terá de ser, necessariamente, mais célere e humano.

Não aceitamos a imposição de "licenças oficiais" por parte da Ordem dos Médicos. Não aceitamos burocracias nem visões distorcidas da transexualidade e do transgenderismo.

Da mesma forma, só visões distorcidas podem servir de pretexto para proibir homens que tiveram sexo com homens de doar sangue em Portugal.

Tudo isto é inaceitável.

Por isso estamos aqui, na Marcha do Orgulho LGBT no Porto, com diferentes idades, diferentes experiências, diferentes géneros, diferentes culturas, diferentes orientações, mas unidos! Porque boa educação é partilhar o direito à felicidade. Porque boa educação é TRATAR os cidadãos e cidadãs de forma igual. Porque boa educação é EDUCAR os cidadãos e cidadãs de forma igual.

Igualdade é essencial, educar é fundamental!

Retirado do site: http://www.orgulhoporto.org/

Dia do quê?



Para quem sonha com uma sociedade portuguesa democrática, diversa, e nao mononormativa, pode fazer as malas e emigrar, e tirar o cavalinho da chuva, nao necessáriamente por esta ordem, mas definitivamente já, e hoje.





A mensagem é clara, vinda do representante máximo político português, ao referir-se ao que foi redefinido ser o "dia de Portugal, de Camoes, e das comunidades portuguesas" como "dia da raça". Pelos vistos nem a wikipedia em língua portuguesa tenta explicar o que tal mudanca de designacao tem por trás, todos os valores que foram recusados em nome de uma nova sociedade, ou o desejo de que ela se concretisasse. A wiki em inglês ainda pior, acrescenta factos pseudo-históricos cheios de patriotismo que nao interessam a ninguém.



O PCP e o bloco já pediram explicacoes:
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1331876
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1331835





Como para mim nem sequer é claro a que raças (nao existem raças humanas..) o senhor Presidente da República se refere, fica aqui o meu "béu béu" intrigado, talvez em nome de todos os que nao pertencem ás fatias dominantes da sociedade. Hoje, depois duma afirmacao destas, somos todos mulheres, ciganos, maricas, precários e deficientes.

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PS:Entretanto ha quem se entretenha a discutir bizantinices acerca do significa ter nacionalidade portuguesa, como no caso de jogadores de futebol, http://euro2008.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1331884, , se cantam devidamente hinos e fazem as afirmacoes certas á imprensa, mas ninguem se preocupa com o que significa a cidadania activa e responsável na sociedade portuguesa, por parte de portugueses ou nao. Uma questao de prioridades.

PPS: Mais do mesmo... isto nao acaba???? http://dn.sapo.pt/2008/06/10/dnsport/seleccao_nacional_vista_como_a_expre.html




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6.09.2008

Porto Christofer Street Day, 2008, Manifesto, Deutsch

In Portugal werden die ersten Schritte unternommen, eine verantwortliche Gesundheitserziehung zu entwickeln. Diese Erziehung jedoch beruht weiterhin auf einem Familienmodell, das die familiären Realitäten Portuguals im 21. Jahrhundert nicht wiederspiegelt.

Jeden Tag haben wir mehr Kinder, die nur von einem biologischen Elternteil erzogen werden, entweder allein stehend oder in einer neuen Beziehung lebend. Es gibt eine immer größer werdende Anzahl von Kindern, die von ihren Großeltern, Onkeln, anderen Verwandten und Adoptiveltern aufgezogen werden. Diese Erziehenden haben unterschiedliche sexuelle Orientierungen. Und diese Kinder sind glücklich. Es gibt keine Unterschiede in der physischen, psychologischen, emotionalen und sozialen Integration dieser Kinder, was Studien mit “nicht-biologischen” Eltern und Eltern desselben Geschlechts zeigen.

Trotzdem ignoriert der portugiesische Staat diese Realität. Diese Familien werden vergessen. Diese Mütter und Väter werden vergessen. Diese Kinder werden vergessen.


Der Staat zwingt ihnen ein Standardmodell von Familie auf in Fächern wie Biologie, Geschichte, Portugiesisch, Sexualerziehung ... obowohl dieses Modell ihre Familien und die Familien ihrer Kolleginnen und Kollegen nicht repräsentiert.

Das ist unakzeptabel.

Es ist die Pflicht des Staates, in allen Schulen eine gesunde Sexualerziehung einzuführen. Und eine gesunde Sexualität ist nicht begrenzt auf “Spermie schwimmt, findet ein Ei und 9 Monate später gibt es eine Überraschung.” Ein menschliches Wesen ist nicht nur eine Ansammlung von Zellen. Es ist auch ein emotionales, denkendes, soziales, historisches Wesen, das die Welt und sich selbst verändert.

Nur eine Erziehung, die alle diese Aspekte miteinbezieht, kann die Grundlage für glückliche, gesunde und sexuell verantwortlich handelnde Menschen sein.


Diese Erziehung muss in der fünften Klasse beginnen und als eigenes Fach unterrichtet werden mit wichtigen Themen wie:
· den vielfältigen Formen von Familie;
· der Entmystifizierung von Bisexualität, Homosexualität und Heterosexualität;
· der Förderung von wirklich gleichen Möglichkeiten zwischen Frauen und Männern;
· der Anerkennung von vielfältigen Geschlechtsidentitäten wie transsexuell, zissexuell, transgender und cisgender;
· dem Verständnis von verschiedenen Formen von Beziehungen, der Akzeptanz davon, dass eine Person keine Beziehung haben kann, eine Beziehung mit einer Person haben kann oder polyamouröse Beziehungen haben kann.
· Und schließlich: der Vertretung von Familienplanung und bewusster Empfängnis.


Ebenso wichtig ist es, u. a. Unterrichtende, Verwaltungspersonal und technisches Personal zu schulen. Gleicherweise sollte kein Kind von dieser Erziehung ausgeschlossen werden. Es ist von grundlegender Bedeutung, dass diese Erziehung die Schranken der in der Gesellschaft etablierten Erziehung überwindet und aktiv in der allgemeinen Bevölkerung verbreitet wird.

Weniger als dies ist unakzeptabel!

In der portugiesischen Gesellschaft gibt es immer noch deutliche Beispiele von Diskriminierung. Selbst 2008 erkennt Portugal immer noch keine gleichgeschlechtliche Ehe an im Gegensatz zum spanischen Staat, der dies vor drei Jahren tat, inklusive aller mit einer Ehe einhergenden Rechten und Pflichten, einschließlich der Adoption.

Die standesamtliche Ehe ist keine statische Größe in Raum und Zeit. Noch 1976 war es üblich, dass ein Ehemann einen an seine Ehefrau adressierten Brief öffnete, es war sein gesetzlich anerkanntes Recht in Portugal. Wenn uns klar ist, warum dies geändert wurde, sollte uns ebenso klar sein, dass es an der Zeit ist, die gleichgeschlechtliche Ehe anzuerkennen. Die Rechte von Männern und Frauen waren 1976 ebenso unterschiedlich wie es heute die Rechte von heterosexuellen und homosexuellen Paaren sind.

Und das ist unakzeptabel!

Aber es sind nicht nur die schwulen und lesbischen Paare, denen vom Staat gleiche Rechte verweigert werden. Transgender Personen werden immer noch als Menschen zweiter Klasse behandelt. Artikel 13 der portugiesischen Verfassung sowie das Arbeitsrecht ignorieren weiterhin die Gender-Identität. Ebenso schweigt Strafrecht, das Verbrechen aufgrund von Religion, sexueller Orientierung, Rassismus u.ä. anerkennt zum Thema Verbrechen aufgrund von “Trans-Hass”.

Wir fordern ein Gender-Identitäts-Gesetz, das einen Wechsel von Namen und gesetzlichem Geschlecht erlaubt, auch wenn die Geschlechtsangleichung noch nicht beendet ist. Der gesamte juristische, medizinische und gesetzliche Prozess, dem transsexuelle Menschen ausgeliefert sind, muss schneller und humaner gestaltet werden.

Wir akzeptieren keine Auferlegung von “offiziellen Lizenzen” durch die portugiesische Mediziner-Vereinigung. Wir akzeptieren keine bürokratischen oder verdrehten Sichtweisen von Transsexualität und Transgender.

All dies ist unakzeptabel.

Und darum sind wir heute hier vertreten, auf dem Porto CSD (Marcha do Orgulho LGBT no Porto), mit unterschiedlichen Altersstufen, unterschiedlichen Erfahrungen, unterschiedlichen Geschlechtern, unterschiedlichen Kulturen, unterschiedlichen sexuellen Orientierungen – und dennoch vereint! Da eine gute Erziehung bedeutet, das Recht auf Glück zu teilen. Da eine gute Erziehung Menschen gleich behandelt. Da eine gute Erziehung Menschen gleichberechtigt aufwachsen lässt.

Gleichberechtigung ist unentbehrlich, Erziehung ist wesentlich.

6.08.2008

International Female Masculinities Seminar
September 5 & 6, 2008
Amsterdam School for Social science Research
University of Amsterdam

The international Female Masculinities seminar is a two-day transdisciplinary conference convened by Prof. Saskia Wieringa (UvA) and co-convened by Prof. Evelyn Blackwood (Purdue University). We would like to take this opportunity to invite students, academics and activists to the seminar, which will take place on September 5 and 6 at the University of Amsterdam.

Researching Female Masculinities
Gradually a world wide academic interest in transgender issues has come into focus. However, gender ambiguity in women has generally been marginalized. These issues have hardly been studied from an interdisciplinary and cross cultural perspective.Female masculinity poses pertinent questions on identity, subjectivity, the body and gender, particularly on the dominant forms of gender binarism. This seminar aims to bring international specialists in the field of female masculinities together to share their knowledge and discuss future plans.

We hope to reflect on fundamental questions concerning heteronormativity in societies and the construction of dominant masculinities. Furthermore, the construction of femininity in relation to gender transgressive individuals and their negotiation of both masculinity and femininity in diverse cultural formations will come to the attention. In this way, we intend to look at gender and sexual ambiguity from a cross cultural, historical and interdisciplinary perspective.

Themes
The representation of female masculinity- Identity and subjectivity- The body, embodiment and health- Sexuality and violence- Female masculinity and same-sex relationships

Participants
The participants in this seminar are academics and/or activists in the field of (trans) gender studies. Among the speakers there are academics and activists in the field of anthropology, history, psychology, women's studies, culture and media studies. The fields of research and methodologies enclose ethnography, historical research, culture and media analysis, biographical research and juridical and medical discourses.The following participants will be discussants and/or presenting their paper:
Anna Tijsseling (NL) Antonia Young (UK) Arianne Dessens (NL) Busi Kheswa (SA) Evelyn Blackwood (USA) Franco Lai (USA) Geertje Mak (NL) Gloria Wekker (NL) Gwen van Husen (NL) Joke Swiebel (NL) Judith Halberstam (USA)Judith Schuyf (NL) Karen Kelsky (USA) Kellee Weinhold (USA) Maya Sharma (IND) Myriam Everard (NL) Saskia Wieringa (NL) Serena Owusua Dankwa (GH) Sinta Situmorang (ID) Sybille Ngo Nyeck (CM) Zethu Matebeni (SA)

Language
All presentations and discussions will be in English.

Admission
Free of charge. Lunch not included.

Registration
Registration on beforehand is required (maximum 100 visitors).

Deadline for registration:
Friday the 1st of August 2008.

In order to register, please send an e-mail to: Dewi Vrenegoor female.masculinities@iiav.nl. After registration further information on the seminar (i.e. programme and location) will be provided by e-mail.

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6.07.2008

black tape for a blue girl: all my lovers

All my lovers[black tape for a blue girl]

All my lovers
All my lovers
I'm above him looking into his eyes
Clutching him tight
He touches my hair, touches my breast
I feel him inside me
I devour him
All my lovers
My lovers help me brush away deception from my path
Back to a place where thoughts are pure
Nothing to hideIn his arms, the freedom I feelI see clear to my soul
And I don't love you less
Because of them

I don’t need you less
When I feel his caress
All my lovers
All my lovers
Some spend the night overanalyzing
But open your eyes
And look all around
Have you ever noticed
The beautiful things
Dancing right in front of you swirling in the translucent light
just waiting for you to take one by her hand...
All my lovers All my lovers All my lovers All my lovers


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