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7.28.2008

Hino da mulher moçambicana





Poliamor não é poligamia.
E precisamente a ideia "revolucionária" de que uma mulher não é um objecto que pode ser possuído por um homem, e que essa relação só possa ocorrer numa direcção, faz com que a abolição da poligamia seja sempre um marco numa sociedade que se quer emancipada ou emancipar.

Para quem ainda não é clara a diferença entre poliamor e poligamia, aqui está explicado ainda mais detalhadamente:
www.polyorlando.org/ :

"Polyamory is not polygamy.Polygamy is the practice of having one dominant man with many wives and potentially more children. Polyamory is about allowing fully equal respect and freedom of the heart and soul for all partners allowing intimate love of others without domination in ownership or jealousy."

..à parte a questão dos ciumes idealmente não estarem lá, eu concordo com a definição.

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Obrigada à B pelo texto.

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4.20.2008

Existem polydykes?


Post inspirado pela fotografia para a qual alguém me chamou a atencao ontem. A quem interessar possa, foi tirado e com autorisacao dum site muito decente e que nao tem nada a ver com as poucas vergonhas que aqui se discutem, que é o blog da Isabel Boavida (http://blogdabolinha.blogspot.com/), N vezes campea portuguesa de escalada (respeitinho!).

O nome da via de escalada na fotografia, nao é, infelizmente, PolyDykes, mas sim Polydeykes, que é o nome grego do heroi Pollux, do lendário par Castor e Pollux.
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Mesmo nao sendo PolyDykes, apeteceu me escrever meia duzia de bitaites. Mas como vou ter de eventualmente trabalhar um pouco, vao ser poucos bitaites, para continuar mais tarde.
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Quando "descobri" o Poliamor, ou essa palavra, ha muitos muitos anos, estava tambem a tentar ser recebida na comunidade lésbica/feminista. Que na altura era tudo menos receptva ao poliamor. Eram anos de grande inseguranca da comunidade, em que se copiava sofregamente (E com atraso) o que se "fazia lá fora" com muito entusiasmo e boa vontade mas sem muito espírito critico, até porque nao havia massa crítica suficiente para a discussao impulsiona esse criticismo.
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Nao quero bater na cena lésbica (nao só portuguesa) de ha uns anitos, devo-lhe muito, quero simplesmente contextualisar.
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O poliamor era muitas vezes visto como uma reintroducao da poligamia, o que é uma contradicao do espirito feminista. E a elevada carga emocional associada ao movimento feministas acabado de (re)comecar (naqueles tempos) tornava difícil explicar ou discutir o conceito em termos abstractos sem cair em discussoes extremamente emocionais e fracturantes.
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Resumindo e baralhando, Back then, PolyDykes seria quase uma contradicao. Algo como um hippie vestido de sargento do exército.
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Entretanto as coisas cresceram. Uma geracao que cresceu fora do fascismo e do medo refrescou a cena, entrou e participou sem se apropriar, criou-se massa crítica, gerou-se vontade de discutir, a discussao tornou se transversal em backgrounds, geracoes, orientacoes e filosofias. Hoje em dia há vários movimentos que seguem diferentes linhas de refleccao e intervencao. É bom.
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Hoje PolyDykes já nao é uma contradicao. já nao faz rir ninguém pelo absurdo.
é bom.
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1.26.2008

A monogamia maça-me à loucura





(obrigada á NT pela dica)

"O amor e o casal não me tranquilizam. " A frase surge numa nada tímida entrevista, concedida à Madame Figaro (suplemento de fim-de-semana do jornal francês Le Figaro) aquando do lançamento do disco "No promises", no início de 2007.


Não, Carla Bruni não parece dada a fazer grandes promessas nem, tão-pouco, a crer nelas. "Sou fiel... A mim mesma", confessa, com uma gargalhada. "A monogamia maça-me à loucura, mesmo se o meu desejo e o meu tempo podem estar ligados a uma pessoa e não nego o carácter maravilhoso do aprofundar da intimidade. Sou monógama de tempos a tempos, mas prefiro a poligamia e a poliandria.


"Não é todos os dias que alguém diz uma coisas destas, assim, sem pestanejar, sem negar a seguir nem pôr um processo ao jornalista a quem falou. Sobretudo quando, como era o caso à época, esse alguém vivia com outro alguém - Raphaël Enthoven, o pai do seu filho Aurelian, que fez em 2007 seis anos - e mesmo assim não se inibia de afirmar: "O amor dura muito tempo, mas o desejo ardente, duas a três semanas. Depois disso, pode sempre renascer das suas cinzas mas, de qualquer modo, quando o desejo está satisfeito, transforma-se. Não procuro muito a estabilidade. Nunca me sinto em casal, embora tenha um amante que amo e que vive comigo. É o meu lado rapaz. Como os homens, sei muito bem compartimentar as coisas. Sei muito bem fazer isso e com uma vantagem: a minha precisão feminina." A entrevista diz que ela ri aqui, de novo, para concluir: "Nunca me queixo! Sou mesmo assim completamente mulher no que respeita a certos sentimentos supostamente femininos que me invadem às vezes: a responsabilidade, a culpa, o remorso. Mas isso passa e volto a ser uma espécie de kamikaze que não quer senão uma coisa: viver, viver, viver!"

1.18.2008

A Father´s Music


Descobri este filmezinho a navegar no programa do DocLisboa, muito chateada por nao poder ir ver nada. É poly relevante. e é mais um daqueles filmes quase anacrónicos para quem nao se lembra, para quem nao cresceu á sombra do imaginário ou da existência do muro de Berlim (alguém gosta das "Asas do Desejo" como eu?). Digam de vossa justica. Nao me apetece dizer mais nada.


A Father's Music
de Igor Heitzmann
105´ Alemanha 2007

[Prémio Adobe para melhor primeira obra]

O célebre maestro titular da Orquestra Filarmónica de Berlim, Otmar Suitner, tinha duas mulheres e duas famílias: uma na zona leste, outra na zona oeste da cidade dividida. Dezasseis anos depois de o muro tersido derrubado e de ter deixado a orquestra, Suitner continua a ter duas mulheres e duas casas. O seu filho, jovem cineasta, chega à conclusão que para perceber a estranha história da sua família, deve primeiro perceber a relação do seu pai com a música. Além de regressar com o pai aos locais míticos do passado (ex. Bayreuth), o realizador de "A Father's Music"empurra o maestro para um último desafio: conduzir novamente a Filarmónica de Berlim.

http://www.doclisboa.org/en_programa_28.htm
http://www.nachdermusik.de/en/


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4.27.2007

Niketsche, uma historia de poligamia, no "Maria vai com as outras"


(obrigada á LR pela tip)

Este domingo, leitura no "Maria vai com as outras", na rua do Almada, Porto. Continuo na mesma linha de pegar na poligamia, assinalar as diferencas (muitas) e as semelhancas (menos) com certos tipos de poliamor. A leitura vai ser extraida do livro "Niketsche, uma história de poligamia"

http://maria-vai-com-as-outras.blogspot.com/2007/04/grupo-de-leitura-da-maria.html


(a sinopse abaixo foi tirada de http://html.editorial-caminho.pt/show_produto__q1area_--_3Dcatalogo__--_3D_obj_--_3D36004__q236__q30__q41__q5.htm)



Niketche. Uma História de Poligamia Paulina Chiziane




Rami, casada há vinte anos com Tony, um alto funcionário da polícia, de quem tem vários filhos, descobre que o partilha com várias mulheres, com as quais ele constituiu outras famílias. O seu casamento, de «papel passado» e aliança no dedo, resume-se afinal a um irónico drama de que ela é apenas uma das personagens. Numa procura febril, Rami obriga-se a conhecer «as outras». O seu marido é um polígamo! Na via dolorosa que então começa, séculos de tradição e de costumes, a crueldade da vida e as diferenças abissais de cultura entre o norte e o sul da terra que é sua, esmagam-na. E só a sabedoria infinita que o sofrimento provoca lhe vai apontando o rumo num labirinto de emoções, de revelações, de contradições e perigosas ambiguidades. Poligamia e monogamia, que significado assumem? Cultura, institucionalização, hipocrisia, comodismo, convenção ou a condição natural de se ser humano, no quadro da inteligência e dos afectos? Paulina Chiziane estende-nos o fio de Ariadne e guia-nos com o desassombro, a perícia e a verdade de quem conhece o direito e o avesso da aventura de viver a vida. Niketche, dança de amor e erotismo, é um espelho em que nos vemos e revemos, mas no qual, seguramente, só alguns de nós admitirão reflectir-se.

Dizem que sou romancista e que fui a primeira mulher moçambicana a escrever um romance (Balada de Amor ao Vento, 1990), mas eu afirmo: sou contadora de estórias e não romancista. Escrevo livros com muitas estórias, estórias grandes e pequenas. Inspiro-me nos contos à volta da fogueira, minha primeira escola de arte. Nasci em 1955 em Manjacaze. Frequentei estudos superiores que não concluí. Actualmente vivo e trabalho na Zambézia, onde encontrei inspiração para escrever este livro.