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6.08.2010

"e as crianças, senhor?": Campo "quem vive com quem"

Mais um evento que não é directamente poly mas bastante poly relevante.
Trata-se do acampamento "Quem vive com quem" (Who lives with who, why and how), que trata simplesmente de abordar os temas e definições acerca de família e vida privada, nunca esquecendo que por muito privada que seja, não deixa de ser prementemente político. Nomeadamente, quando se toca no tema "crianças", mesmo em sectores revolucionários, geralmente vem associado todos os termos habituais como "família nuclear", "pais", "família de referência" e outras soluções ou constelações são geralmente consciente ou inconscientemente ignoradas.

Para quem pensa noutras constelações, ou já passou do pensamento à prática, este é um sitio para partilha de experiências e conspiração de utopias. Possíveis, claro.

25.07-01.08.2010, perto de Berlim.

http://werlebtmitwem.blogsport.de/camp-2010/english/


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5.17.2010

Documentário: campo de férias poly feminista


Tenho falado aqui verborreicamente de vários campos de férias poly que tem havido e em particular de um que me é querido, o campos de férias poly feminista Schlampenau ("Vale Galdérias"). Não é necessário explicar novamente, a quem lê este blog habitualmente, que o estilo de vida poly, mesmo com a sua variedade estonteante, pede muito por networking e troca de ideias, ou simplesmente estar no meio de pessoas a quem não tenhamos de explicar durante três horas o que nós somos e vivemos.

Mais detalhes aqui:
http://laundrylst.blogspot.com/2009/06/summercamp-poly-feminista-ferias-em.html
http://laundrylst.blogspot.com/2008/04/um-campo-de-frias-para-galdrias.html



A ideia do campo Schlampenau ("Vale galdérias") é proporcionar "descanso e gáudio das co-galdérias participantes, para que estas possam trocar ideias, aprender, ajudar-se, conspirar por um mundo melhor e mais sinceramente descarado, conhecer outras galdérias com modo de vida igualmente desbragado (ou surpreendentemente diferente), ou simplesmente passar férias no meio da floresta."

O campo foi fundado em 2007 e tornou-se um evento anual, bem estabelecido e que veio para ficar.

e agora, saiu um documentário sobre o campo. É um filme curto, de cerca de 18', DIY e no-budget, e prestes a começar a ser distribuído.

"In this DIY, no-budget film, word is given to four participants in Schlampenau and they speak about polyamory, the camp itself, feminism, queer identities and their dreams for the future. The film shows a sense of fight against alienation in a society where being a woman, polyamorous, feminist, queer or transgender is often misunderstood or outright repressed. The camp is revealed as a place of togetherness, freedom, discussion and fun."

Informação sobre o documentário, pode ser encontrada aqui: polygarchutopia.blogspot.com. Divulgação agradece-se!

Stay tuned!

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4.29.2010

Tertúlia: “Homossexualidade, Promiscuidade e Poliamor”

Tertúlia/Debate: “Homossexualidade, Promiscuidade e Poliamor”.

O Núcleo LGBT da Amnistia Internacional convida-te a participares na discussão em torno destas temáticas. Os homossexuais são mais promíscuos que os heterossexuais? Fazem mais sexo? São menos atreitos a relações estáveis? Estão mais disponíveis para relações abertas ou poliamorosas? E, afinal, o que é isso do Poliamor? É uma orientação sexual? Todos os poliamorosos são homossexuais? Poliamor significa o mesmo que poligamia? Estas e outras questões igualmente interessantes serão abordadas neste encontro, no qual contaremos com a presença de um elemento do colectivo Poly Portugal, que nos irá, certamente, esclarecer todas as dúvidas que tenhamos sobre esta forma de encarar as relações sentimentais. Aparece!!

Organização: Núcleo LGBT da Amnistia Internacional.

Data: Sábado, 1 de Maio de 2010, pelas 15h.

Local: Sede da Amnistia Internacional: Av. Infante Santo, nº. 42, 2º. Andar. Lisboa – Alcântara. (Autocarros 720 e 738; o 15, 28, 732 também param perto, na Av. 24 de Julho, cumprindo, apenas, que se suba aInfante Santo; Comboios: estações de Alcântara-Mar e Alcântara-Terra).

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2.15.2010

uma sessao de aconselhamento


Saquei isto dum flier dum encontro regular sobre familias queer e crianças a que fui recentemente. O encontro destina-se a tentar criar massa critica para aconselhamento, apoio e desenrascanso para famílias não mainstream, seja pela orientação sexual ou de género dxs educadores (ou pessoas envolvidas), quer pelo papel emocional não necessariamente de cônjuge de vários educadores. Ou seja, este encontro cobre necessariamente (E demograficamente era a maioria) famílias com n pessoas, em que n, o numero de educadores ou pessoas envolvidas com as crianças, é maior que 2 e não necessariamente um numero inteiro.

Como devem calcular, questões como educação, procurações, custodias, podem ser complicadas de gerir, quando mais que duas pessoas, e fora de um quadro legal do género dum casamento, se envolvem na educação de uma criança. Logo faz todo o sentido criar uma rede destas. Só a parte jurídica é um pesadelo hiper-realista.

A fonte é www.ka-comix.de


Tradução:
"Bom dia! Apresento-lhe a minha companheira, estxs aqui partilham comigo o apartamento, e são co-mães, apresento também a minha mulher, a minha ex (Agora a minha melhor amiga) e os dois futuros papás!" "Precisamos duma pequena consulta de aconselhamento acerca de direito familiar, nomeadamente acerca da custódia da criança (não demoramos muito, seria o acrescento meu)"


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8.31.2009

My little poney


Escrevo isto no dia em que fui pela ultima vez ao encontro (stammtich) bi- mensal poly de Munique, encontro esse que co-fundei. Por estar a mudar de cidade, tenho de deixar para trás algumas actividades poly-activistas, porque não posso estar presente ou porque simplesmente faz mais sentido passar o testemunho a outras. Passei a pasta numas coisas, noutras nem por isso.

Aparece o tempo de fazer alguns balanços, "o que fiz bem", "o que fiz mal", "se deveria fazer antes assim", "faz sentido tentar isto em Portugal", "ou não", "porquê?"... no geral, e para não vos maçar muito, estou contente. Acho que não fiz muito, fiz até muito pouco, "demasiado pouco" mas o que fiz fiz numa altura em que não havia muito mais gente a fazer, juntei forças com outros que também queriam fazer coisas, e cativei pessoas para acreditarem nesse mesmo fazer. O que me propus fazer fiz acontecer.

Mudo-me agora para uma cidade onde é tão normal ser poly nos meios em que me movo (cena queer) que os encontros regulares que por lá há são bastante pouco frequentados. (repito, cena queer, os encontros poly "mistos" continuam autênticas festas de solteiros profissionais). Fala-se de poly e pessoas bocejam de tédio. Na verdade, quase toda a gente que conheço em Berlim é poly ou já foi. Vai-me saber bem ir como "cliente", e não como organizadora. Tenho planos e ideias, mas acho que vou estar quietinha, pés em cima da mesa, por uns tempos.

Hoje foi um dia de despedida, em que todos os membros do nosso encontro bi-mensal se esforçaram para me ir abraçar e desejar boa sorte, e planear qual o melhor futuro para aqueles encontros e sua organização.

Lembrei me por isso de outra despedida, outra conclusão, outra separação. Em 2008 tive o privilegio de ajudar humilde e atrapalhadamente a organizar o segundo poly camp para mulheres e transgénero com a Gwendo, minha inspiradora, exemplo e companheira de conspiração. Foi um processo bonito mas em que nos metemos em grandes alhadas que a custo conseguimos resolver, sofremos um bocado com o quiosque, na nossa inocência e falta de experiência. No fim suspiramos de alivio ao ver o slutcamp (aka Schlampenau) ficar de pé, com as suas 20-30 galdérias em alegre e desenvergonhada partilha vádia, sem ninguém passar fome, sem faltar combustível, sem nada correr mal. Na semana a seguir, a Gwendo resolveu visitar-me e dizer-me que "depois do que tens trabalhado pelo poly na Alemanha, é a minha vez de de contribuir para a tua alegria, e para o poly em Portugal". Sorriu, e deu-me o livro "Poly in Portugal" cuja imagem podem ver.

Nunca o abri como devem calcular, mas foi dos presentes mais bonitos que recebi.

(Reminder to self: deixar me de, ao blogar, contar histórias poly, e começar a falar dos meus mentores, como a Gwendo, que também os houve, e com grande importância)

Para aqueles que se sentem defraudados com o tom pessoal e lamecha deste post, e não querem saber de séries de TV de culto com póneis e tal, deixo então um apanhado de referências "estrangeiras" ao poly em Portugal. Trabalho do Alan, do blog "poly in the media":

http://polyinthemedia.blogspot.com/search/label/Portugu%C3%AAs
http://polyinthemedia.blogspot.com/2008/07/amor-sem-amarras-and-portuguese-poly.html
http://polyinthemedia.blogspot.com/2007/11/el-poliamor-uno-para-todos-y-todos-para.html#links


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6.13.2009

summercamp poly feminista: Ferias em Vale Galdérias III

A "yours trully" agradece divulgação a um evento que está a co-organizar.

Trata-se da 3a edição do "*Férias em Vale de Galdérias* (Ferien in Schlampenau)", um campo de férias de orientação feminista para pessoas poly, mais precisamente para senhoras de todos os géneros (*)

Todas as tias solteiras, lambisgóia, galdérias, poly-interessadas, monstros dos beijinhos, curiosas, polys de alto e baixo coturno, ou simplesmente todas aquelas que se interessam por relações que não tem a monogamia como a primeira prioridade são bem vindas, e é a pensar em *vocês* que o campo de férias foi organizado.

Temos a oferecer a possibilidade óbvia de passar férias num ambiente em que não se tem de explicar durante horas a fio como se vive, ou seja, quase "entre iguais", algumas workshops, e um ambiente idílico. A parte do flirt fica à responsabilidade das participantes, não é da responsabilidade da organização.

As workshops são maioritariamente em alemão, mas com possibilidade de tradução informal. Notem que isto é por vossa conta e risco, e que a organização não assume responsabilidade pela existência ou qualidade da tradução. A maior parte das participantes fala inglês e gosta de ajudar.


(*) Este campo de férias é um evento para mulheres pensado no contexto da divulgação da cultura feminista. Pessoas transgéneros que se sentem parte desta cultura, são bem vind@s.

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Informação e inscrições: www.diepolytanten.de.tc

6.06.2009

International polycamp near Berlin

Na Europa vai havendo actividades e gatherings poly. A "yours trully" organiza, além de encontros poly regulares na cidade onde arrasta a sua galderice, um summercamp poly para mulheres e trans (ver: www.diepolytanten.de.tc, 8-15 Agosto no Maulkuppe, perto de Fulda), mas hoje vai-vos mostrar o evento aberto para todos.

Vai ser de 13 a 19 de Julho, em Groß Köris (perto de Berlim, à beira de um lago), e é um evento auto-organizado, ou seja, workshops e palestras serão organizados à medida que as pessoas chegarem e outras mostrarem interesse (ou não). Esperam-se cerca de 150 pessoas. custos rondarão os 100€ para a semana toda (incluindo camping, e uso das instalações). Para quem não gosta de acampar, há a possibilidade de ficar em pequenos apartamentos a 200€ por pessoa.

Embora eu não esteja envolvida na organização deste evento em especial, se alguém tiver duvidas ou dificuldades em obter informação necessária, principalmente pessoas que queiram vir de Portugal, pode entrar em contacto comigo (ver mail no rodapé deste blog), terei prazer em ajudar.


Mais detalhes e contacto:

http://planetpoly.org/camp
http://free-creatives.net/polywiki/index.php/Polytreffen,_internationales_Sommercamp_2009

3.06.2009

Brasil, Rio Grande do Sul: V Encontro Diversidade Sexual RS (7 e 8 de março)

V Encontro

Diversidade Sexual RS

Dias 7 e 8 de março de 2009 – POA



Dia 7 – Sábado

9:30h - Oficinas Paralelas:

  • Mutilação Sexual
  • A Construção da Estética e os Gordos

11h - Debate: Critica ao Feminismo Monogâmico

12:30h - Almoço

14h - Oficinas Paralelas:

  • Cultura e Sexualidade
  • Relações Não-monogâmicas

16h - Musica e Relações Livres

18h – Festival de Curtas

Confraternização


Dia 8 – Domingo

10h - Oficinas Paralelas

  • Para uma crítica à consigna "Nossa luta não é contra os homens e sim contra o capitalismo"
  • Amor a Três
  • GLBT

12h - Almoço

13h - Debate: Bissexualidade

15h - Debate: Direitos Laicos

17h - Plenária Final


Local do Encontro: Rua Dr. Mário Tota, n 108, Bairro Tristeza (Saída na Prefeitura - Paço Municipal - ao lado do Mercado Público às 8h30 de sábado)
Inscrições: na págima www.encontrodiversi dade.110mb. com ou no local.
Ingresso:
R$ 5,00

1.17.2009

Flyer poly-portugal

Um dia escreverei sobre a natureza e vocação de mailing lists e grupos poly em geral, mas por hoje fica apenas aqui um pequeno panfleto para aglomerar polys e poly-interessados em eventuais encontros organizados, e hopefully interessar poly-curiosos o suficiente para lerem umas coisas e tal e, por via disso, virem-se a tornar poly-interessados (e consequentemente virem aos encontros).

Quem me quiser bater acerca de poly-interessados e poly-curiosos, acerca de erros de ortografia, ou ainda acerca das vocações de encontros poly e mailings lists, o meu e-mail está na barra lateral direita. Adoro ler reacções.

A resolu
ção é miserável, quem quiser o ficheiro com resolução decente, que me escreva.










um encontro poly (Muenchen Begegnungstag)

Para quem estiver nas cercanias, dia 8 de Fevereiro em Munique vai haver um encontro poly, com workshops (A maior parte delas em inglês), e onde "yours trully" vai dar duas apresentacoes. é organizada pelo grupo poly "misto", portanto aberto a todos.

Este grupo encontra-se todos os meses, e teem alternadamente um mês para copos e festa e um mês com temas e apresentacoes. Chegou-se á conclusao que havia interesse em fazer uma mini conferência, um contar de espingardas, e tentar ao mesmo tempo fazer uma sessão de informação.

O encontro/evento está pensado para cerca de 30-40 pessoas, coisa pequena para favorecer o contacto, e porque se deseja ter lá pessoas poly interessadas em vez de poly curiosas (há uma diferença nada subtil). Vai haver workshops sobre, entre outras coisas, comunicação não violenta, experiências reais de poly e o papel dos grupos activistas e de suporte (moderadas by trully yours), gestão de ciumes, gestão de tempo e um círculo de activistas para brainstorming (também moderado e iniciado por yours trully). A ideia é tentar levar á participação na marcha do Orgulho de 2009 em Munique (nesse sentido, nós, poly portugal,estamos muuuuuuuuuuuuuuito mais á frente). Vamos fazer também um speed dating não para dating em si, porque contactos que haja ou tenha que haver ou já começaram ou as pessoas encontram-se fora destes gatherings, mas para pôr as pessoas a falar umas com as outras e todos sabermos um mínimo de coisas acerca dos outros. Além de que speed dating é sempre divertido, no matter what.

Mais info no poster aqui: http://www.diepolytanten.de. tc

por isso se alguém estiver por perto, que apareça.
para quebrar o galho, arranja se espaço la em casa.

Obrigada por lerem

7.10.2008

Um campo de férias para galdérias


Cliquem na imagem para ampliar.

Trata-de de um acampamento de verão para galdérias. Qualquer galdéria que se preze merece e precisa de descanso, da companhia suave de outras galdérias, de trocar ideias, de chorar amores (singulares ou plurais) nos ombros de quem possa entender, ou de falar das alegrias que o(s) seu(s) amor(es) lhe trazem sem que olhem para ela de lado. Uma galdéria responsável e moderna, precisa também de assistir a umas workshops que permitam enfrentar um novo ano cheio de galdérice com novas e melhores ferramentas.
Exemplos de workshops do ano anterior: Comunicação sem violência em relações monogâmicas e poliamorosas, gestão de ciúmes: como é que vocês fazem?, engate assertivo sim ou não?, gestão de tempo, construcao de redes de interajuda para galdérias, e visões para o futuro da contra-cultura, incluindo a evolução das relações não-monogâmicas.


houve também workshops de temas não directamente poly mas que acrescentaram valor ao encontro: WenDo auto defesa para mulheres, como subir a árvores a sério, wrestling, stenciling e pintura de tecidos, dança standard, e sei lá o que mais, que a memória me falha.


o acampamento vai ser em Maulkuppe, na Alemanha, perto de Schweinfurt. É facilmente acessível por comboio dos aeroportos mais próximos (Francoforte e Munique), e há a possibilidade de se organizar uma rede de boleias.

Ainda há vagas :)

6.30.2008

Conversas sobre Poliamor n'A Bixana


fica aqui o artigo que resume o que se passou nas "Conversas sobre Poliamor" de dia 5 de Junho, e que foi publicado n'a Bixana (zine das Panteras Rosa)

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As "1as conversas sobre poliamor" aconteceram na quinta-feira dia, 5 de Junho, na cooperativa cultural Crew Hassan, co-organisadas pelas panteras-rosa e poly-portugal. Sérgio (panteras-rosa) e Mónica (poly-portugal) introduziram e comentaram o conceito de poliamor, responderam a perguntas e tomaram parte na discussao animada, moderada pelo Joao Carlos, que se seguiu.

O que é poliamor.
Uma definicao possível é substituicao, em relacoes (em sentido lato), do mandamento da monogamia pelo da sinceridade (do indivíduo consigo próprio e com outros), podendo isto abrir caminho a formas diversas, e por enquanto menos habituais de relacionamentos, eventualmente com várias pessoas simultaneamente.

Motivacao
Estas conversas, como evento co-organisado, já estavam em preparacao há algum tempo, desde a 1a Marcha do Orgulho do Porto em 2006 (em cuja organisacao o poly-portugal participou), pela vocacao libertária e de contestacao de modelos únicos comuns a panteras e poly-portugal. Os recentes acontecimentos nas organisacoes das Marchas de Lisboa e Porto, devido precisamente a discussoes em torno do tema poliamor, tornaram estas "Conversas sobre Poliamor" ainda mais pertinentes.

Antecendentes
Ja houve e continuam a haver encontros mais ou menos regulares em torno de poliamor, em Lisboa e Porto, mas têem sido encontros de auto-ajuda e partilha de expêriencias entre pessoas em situacao semelhante, organisados por, e para o grupo poly-portugal e seus simpatizantes. Esta vertente de auto-ajuda e discussao é muito importante, pois sendo o poliamor um modo de vida em que nao ha papeis pré-determinados, as solucoes para eventuais problemas nao obedecem a scripts pre definidos, quase embedded no código social, como no caso das relacoes monogâmicas. Por outro lado, sectores maioritários da sociedade nem sempre vê com bons olhos uma vida nao monogâmica, o que tem efeitos negativos óbvios sobre quem pratique ou simpatise com este modo de vida (pressao mononormativa). As conversas aqui descritas, procuraram ser uma sessao de esclarecimento para activistas e público em geral.

Polyactivismo
O poliamor é um modo de vida válido e merecedor de respeito.
A actividade dos grupos poliamor conta geralmente com tres aspectos. O primeiro é a auto-ajuda (criação de redes de contactos, encontros, troca de esperiências, descoberta de identidade), o segundo a divulgação da possibilidade real de o viver quer junto de outras pessoas que com ele se identificam quer com outros, e o terceiro é a influência política na sociedade através de colaboração e negociação com organisações antidiscriminacao.
A nível internacional há muitos grupos, organisados com e sem ajuda da internet, e muitos eles estao ligados entre si. Encontros como a 1a Confêrencia Internacional sobre Poliamor e Mononormatividade em Hamburgo, em 2005, ou o Acampamento Poliamor de Verao na Alemanha procuram criar espacos de discussao, entreajuda, e definir a contra-cultura dos próximos anos.

O grupo poly-portugal
Existe há já mais de 3 anos e comecou como grupo de auto-ajuda e discussao. Alguns dos seus mais de 70 membros ocupam-se tambem com refleccao e intervencao (poly-activismo). e procuram passar a mensagem junto de outros sectores da sociedade de que o poliamor é um modo vida válido e digno de respeito.

As 1as conversas sobre poliamor
Estiveram presentes cerca de 20 pessoas, entre panteras, poly-portugal e outros.
Comecou-se por fazer uma introducao ao conceito, suas origens e significado, suas implicacoes numa sociedade que por um lado se define ou gosta de se apresentar como igualitária e justa mas cujos motores, por outro lado, eternisam e cristalisam modelos de comportamento e privilégios que muitas vezes nao reflectem de todo o modo de vida e pensamento dos seus cidadaos.
Pela limitacao do tempo, nao foi possivel aprofundar nenhum tema, mas foram muitos abordados e esbocaram-se possiveis continuacoes das conversas.
Falou-se de ditadura da escolha (ter de deixar uma pessoa por se comecar a gostar de outra), de poly-closets (pessoas com mais que um parceiro/a que teem receeio das represálias), falou-se de como a monogamia como modelo emocional em si é tao válido como outro qualquer, mas como modelo único, hegemónico, imposto e abencoado pelo Estado deve ser contestado. Falou-se de ciumes, da sua desconstrucao, da sua evitabilidade e inevitabilidade e de como em alguma parte vêm da percepcao do parceiro como "coisa" possuída; falou-se do reclamar orgulhosos de palavras previamente insultuosas, como galdéria ou vadia (slut culture, schlampenkultur) como bandeiras de um movimento que nao se envergonha da sua vida, falou-se dos papeis, formatacoes, que se colam a nós em relacoes que já veem com script incluído (marido muda o óleo ao carro e nao a mulher, a butch faz café á femme, quem tem mais dinheiro é quem fala com o advogado..), e como poliamor baralha e volta a dar todos esses papeis que deixam de fazer sentido; falou-se da diferenca entre poliamor e poligamia, e de eventuais sobreposicoes que uma pode ter em relacao á outra. Falou-se do papel do machismo na sociedade e como isso baralha a percepcao da mulher, das relacoes, e das minorias. Falou-se das diferencas, se é que as há, entre amizade e amor, se precisamos de tais distincoes (ou seja, se há mesmo estados quânticos para relacoes, ou se será possível um continuum emocional em que indivíduos criativos se deslocam). Falou-se, por fim, da bencao do Estado e do papel do casamento (testamentos, assistencia hospitalar, privilégios tributários). Falou se em familias extendidads, no papel das familias babyboomers a cunhar a ideia da família mononuclear "moderna", e falou-se em co-educacao, e em comunas e experiências sociológicas.
A jeito de conclusao apressada devido ao limite de tempo, sumarisou-se que os direitos têem de ser individuais, e que direitos associados ao casamento, que têm sido vistos e vendidos como um direito, nao passam de privilégios destinados às relações que cabem no modelo reconhecido pelo estado, e criam condicoes prefenciais apenas áqueles que o praticam, não podendo por isso ser democráticos. O que não implica que o movimento lgbt não deva hoje lutar pelo alargamento a
tod@s desses direitos e/ou privilégios, numa situação em que existe um apartheid legal que restringe o acesso aos mesmos em função da orientação sexual.
Acrescentou-se que tal ideologia, e outras, sao reforcadas apesar de cada vez mais pessoas viverem contra o paradigma.
Ficou a promessa de se repetirem eventos semelhantes, talvez noutros locais e com outros temas mais especificos.

Apelo á participacao das marchas do orgulho
Apelou-se á participacao nas Marchas do Orgulho de Lisboa e Porto. Quer pela natureza anti- discriminatoria de qualquer marcha do olrgulho, que diz respeito a qualquer pessoa que nao se reveja numa sociedade que impoe ou encoraja modelos unicos, quer pelo facto que especialmente a marcha do orgulho do porto abracou o tema poliamor e diversidade familiar e o explicita no seu manifesto, é importante participar nas Marchas.


Recursos poliamor em Portugal:
- Grupo poly-portugal:
http://www.groups.yahoo.com/groups/poly-portugal
- Portal poliamor em Portugal:
http://www.poliamor.pt.to/
- Blog Our Laundry List:
http://www.laundrylst.blogspot.com/

Outras referências
- http://en.wikipedia.org/ (poliamor/polyamory)

- "Breaking the barriers to desire", K. Lano and C. Parry (ed.).Five Leaves Publications
- http://www.diepolytanten.de.tc/ (em alemao, mas com Informacao sobre encontro poliamor de verao para mulheres e transgénero)
-
http://www.graswurzel.net/243/schlampagne.shtml (em alemao, movimento "galdério")


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6.24.2008

Queer and Rebel Days, discussao sobre poliamor


Para quem andar por outras latitudes, por exemplo em Berlim, vai haver uma discussao sobre poliamor amanha, ás 17h, na comuna/squat "Schwarzerkanal"

A discussao é enquadrada no programa "QUEER AND REBEL DAYS" (24.-29.6.08), cujo programa pode ser consultado aqui:

http://www.schwarzerkanal.squat.net/veranstaltungen1.html



(Morada: Wagenplatz Schwarzer Kanal, Michaelkirchstr. 20, Berlin, http://www.schwarzerkanal.squat.net )

Para quem se interessa por comunas e engenharia social, o Schwarzer Kanal é mais do que um parque de roulottes, é um projecto com objectivos muito definidos. Dentro destes objectivos inclui-se, a criacao de uma network e de um espaco queer com projectos próprios.


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5.26.2008

5 de Junho, Lisboa, Conversas sobre Poliamor


5. Junho 2008, 20.30 Lisboa, na Cooperativa Cultural Crew Hassan.

Nao interessa se tens uma relação, nenhuma ou muitas. Este encontro vai ser uma troca de ideias sobre:

Poliamor, Não monogamia responsável, Relações não monogamicas, Relações múltiplas, Crítica á monogamia, Cultura galdéria, e muito mais ...


Orga: Poly-Portugal e Panteras Rosa
Informações: antidote@imensis.net

5.03.2008

Férias em Vale de Galdérias: Um campo de férias para galdérias




Algures na Alemanha, um grupo de galdérias conspira um encontro estival, para descanco e gáudio das co-galdérias participantes, para que estas possam trocar ideias, aprender, ajudar-se, conspirar por um mundo melhor e mais sinceramente descarado, conhecer outras galdérias com modo de vida semelhantemente desbragado (ou surpreendentemente diferente), ou simplesmente passar férias no meio da floresta.
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"Schlampolygarchutopische Ferien in Schlampenau" ou em português, "Férias em Vale de Galdérias"...
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Será de 26.7 a 2.8 de 2008, em Maulkuppe bei Poppenhausen e é já a segunda edicao. O ano passado foi um sucesso e por isso a organisacao decidiu tornar o evento itinerante, para levar a galderice e a vadiagem a todos os recantos escuros e tristes onde ela ainda é desconhecida.


Mais informacao em:



(ver "Events", "FerienLager für Unnatürliche Damen 2008", e consultar o flyer) ou escrever para um dos mails indicados nessa rubrica)

É aberto a todas as galdérias que assim se definam, incluindo tanto o género como o modo de vida. Ou seja, todas as galdérias que se reconhecam como tal, independentemente do estado "civil" (uma relacao, muitas ou nenhuma) ou do género biológico.




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12.27.2007

Encontro poly em Lisboa, 28 Dezembro

Amanhã, encontro e tertúlia sobre poliamor com o habitual grupo de Lisboa da comunidade electrónica PolyPortugal.

Será ás 21h, na zona da Baixa/Socorro (p´raí). Quem quiser ainda aparecer, deixe um comentário neste post até amanhã ao meio dia para receber o resto das indicações.

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9.26.2007

tentative: café/encontro poly em Maputo



Tentativa: café/encontro poly em Maputo, Moçambique

... local e data a acertar, mas na primeira semana de Outubro. E já somos três.

Café a puxar para o longo ou mesmo jantarada com discussão sobre poliamor.

Quem tiver interesse, que me avise por pm (private email).

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9.23.2007

Encontros poly em Lisboa (regulares)



Depois do Porto em 2006, é a vez de Lisboa ter encontros regulares de discussao sobre poliamor e auto suporte para pessoas com experiência poliamorosa (não necessariamente a mesma coisa ou o mesmo grupo alvo).

Terao lugar todos os primeiros sábados de cada mês, á tarde, hora e local a confirmar (estão decididos, mas não serão anunciados publicamente)

(contactar por exemplo http://www.poliamor.pt.to/ )
(obrigada à P.V. pelo pin genial)

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7.25.2007

Workshop: Uma, Nenhuma. Várias, na Ladyfest, Viena, 2007


Prometi há tempos um resumo mais detalhado da workshop sobre poliamor que demos em Viena na Ladyfest, em Maio.

O tema escolhido foi "Uma, Nenhuma, Muitas". Como dito num post anterior, foi recomendado, de acordo com a filosofia da Ladyfest, que a linguagem utilisada fosse o mais possível gender-neutral.

Tinhamos duas horas á nossa disposicao, e optámos por ter um rascunho de estrutura, com espaco para muita improvisacao e flexibilidade, estimando deixar a última hora ou hora e meia para discussoes acerca de temas que a própria audiência propusesse. Afinal, nao sabiamos o tipo de público que iamos ter, mas tinhamos já a conviccao, de outras workshops a que assistimos durante a ladyfest, que já teriam todos pelo menos ouvir falar de poliamor, que conhecessem os termos e os temas pertinentes e eventualmente já tivessem alguma experiência que se pudesse dizer poliamorosa.

(Na verdade a "propaganda de corredor" já tinha sido tal que no dia anterior tinha havido uma workshop sobre "pornografia feministicamente correcta", com gente a sair pelas costuras onde toda a gente já falava da workshop sobre poliamor. Idem para a queereruption (sex party) em que já se tinha tornado tema recorrente no meio das bujecas.)

Optámos por usar a apresentacao como um icebreaker e um brainstorm em si para temas de discussao. Nós (moderadoras) apresentámo-nos, falámos um pouco das nossas experiencias activistas (quem nao souber e quiser saber pergunte-me), descrevemos como a nível pessoal aterrámos em situacoes poliamorosas, e complementarmente como aterrámos a fazer workshops e poliactivismo. Seguidamente acertámos a lingua em que a workshop deveria ser conduzida (se em inglês ou em alemao) e escolheram-se voluntários para fazer traducao simultanea para inglês caso alguém aparecesse mais tarde que nao soubesse alemao. Por fim, convidámos a audiência a apresentar-se, caso o quisesse, eventualmente seguindo o modelo sugerido por nós.

Como estavam mais de 22 pessoas na sala (e um cao), a apresentacao em si demorou quase uma hora. Igualmente devido ao numero (elevado) de pessoas, nao foi possivel discutir qualquer assunto de modo muito profundo. Todas as pessoas na audiencia tinham realmente já mais que ouvido falar de poliamor, mas todas tinham níveis de experiência e aceitacao em relacao ao conceito bastante diferentes. Em termos socioculturais pode se dizer que a maior parte da audiencia provinha duma esquerda menos burguesa e mais radical, com expriencias de viver em comunas ou prédios abandonados etc, entre os 18 e os 35 anos. Nao se sobrepondo a estes, mas tambem muito maioritaria, toda a fatia queer, GLBT e todos os gender queer. Faz me bem de vez em quando estar em ambientes onde eu de repente me torno mainstream e nao tenho de explicar a minoria que sou. ficámos com a ideia que podiam ter vindo muito mais pessoas, mas havia ao mesmo tempo uma workshop que obrigou as pessoas a escolher.

Como explicado no parágrafo anterior, o grupo era muito grande e o facto de pessoas estarem continuamente a chegar ou a sair (grrr) tornou impossivel a divisao em dois ou mais grupos. Na última hora tivemos também de providenciar traducao simultanea para inglês, o que tornou a discussao mais demorada. Sendo assim, foram muitos os temas tocados, mas pouca a profundidade. Fica para mim propria a nota que tenho de ser mais agressiva a moderar "o gajo que tem sempre que botar faladura" e que nao deixa mais ninguém falar, porque acaba por tornar a discussao centrada nele e nao no que o grupo propôs, raios o partam, que tem de haver sempre um cromo destes! Os temas tocados variaram entre:

- O que é uma relacao? sabemos que no mundo nao-poly ha as caixinhas amizade, amor, sexo that is it. E para nós? onde comeca, se é que se pode dizer que comeca, uma relacao?

- A diferenca entre o ser e o fazer: sou monogâmica por ter uma namorada? As pessoas que me vêem vao achar que sim, mas eu sei que nao... por outras palavras a minha percepcao e a dos outros.

- Poliamor: que nome de MERDA, quem o inventou devia estar bêbada ! Desinforma e traz os clichées todos atrás. poliamor nao é "muitas e boas". poliamor é aguentar e até gostar quando os "nossos" outros estao como outros.

- A pressao social existente nos nossos dias para se TER (já nem digo ESTAR) uma relacao.

- Ciume (inevitável), desconstruir o ciúme para o controlar (o ciume nao desaparece das relacoes poliamorosas por milagre, teem é outros mecanismos que facilitam o seu controle e neutralisacao)

- Sentimento de posse, influência do capitalismo e "starvation economy" nas relacoes monogâmicas.

- Tempo de qualidade vs tempo automaticamente passado com outra pessoa, por hábito.

- Responsabilidade.

- Fronteiras: gestao de tempo e de espacos

Discutimos para além do tempo e até a organisacao precisar do espaco (e se acabar o café) durante quase mais uma hora. Fechámos agradecendo tudo o que aprendemos com a contribuicao generosa daquela audiência e pedindo que comentassem a workshop (para aprendermos para as próximas). Desconfio que foi mais fixe e mais rico para mim do que para eles.

Lembrete para mesas futuras: divisao em grupos, moderacao forte e um tema fixo. É preferível discutir menos temas e com mais profundidade, e que todas as pessoas possam falar e fazer perguntas.

As próximas workshops serao aqui anunciadas.

7.23.2007

poly encontro em lisboa

Foi terca feira, dia 3 de Julho.

Foi a segunda vez que a comunidade electrónica portuguesa de poliamor organisou um encontro (antes disso houve mesas regulares de discussao e autosuporte no Porto organisadas por "yours trully", ver http://laundrylst.blogspot.com/search/label/mesas%20poly e http://laundrylst.blogspot.com/2006/09/mesa-de-discussao-poli-no-porto.html#links) em Lisboa. Em 2006 já houve um jantar, e está correntemente outro em preparacao.

Comecamos no miradouro na Graca, sete pessoas de todas as origens, orientacoes sexuais e feitios. Os que nao se conheciam apresentaram-se. Contámos (ou recapitulámos) como aterrámos nos nossos modos de vida poliamorosos e como aterráramos na mailing list. Com o vento e a ameaca de chuva mudámo-nos em marcha forcada para a piscina (almofadada) do Chapitô.

Nao foi possivel aprofundar muito as conversas (dinâmica de grupo, limitacao de tempo, etc), mas partilharam-se opinioes e experiências, e até mandámos uns bitaites acerca de situacoes complicadas que alguns de nós estavam a atravessar. Foi muito boa onda, muito descontraido, duma maneira que diria muito lisboeta (desculpem o bairrismo, sim?)

Com encontros destes, os que participaram ficaram sem dúvida com vontade de continuar, e os que nao foram vao perder o medo ou a preguica de irem.

O meu desejo é que se tornem regulares.


obrigada por lerem.



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