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6.21.2009

Do Público " A última fronteira para os casais é a monogamia"


O vosso serviço público, uma vez que o Público não disponibiliza arquivo ou backlinks.
O artigo abaixo é sobre o livro de Esther Perel, Amor e Desejo na Relação Conjugal

Jornal Público


"A próxima fronteira para os casais é a monogamia"

26.03.2008, Bárbara Simões

Nunca como agora se pediu tanto a uma pessoa numa relação amorosa: afecto, compromisso, respeito, estabilidade, filhos, compreensão, amizade, confiança... E sexo escaldante, claro. Difícil? Nem por isso - dificílimo. A terapeuta Esther Perel, por estes dias em Portugal, é autora de um best-seller sobre o assunto

Está tudo nesta imagem: uma camisa de noite de flanela. É assim que Candace, 30 e poucos anos, se refere ao seu casamento de sete com Jimmy. Quentinho e confortável, simpático mas não excitante. "- O que lhe sei dizer - afirma - é que a bondade dele me faz sentir segura, mas quando penso num homem com quem queira ir para a cama não é segurança que eu procuro.
- Por não ser o quê? - pergunto. - Suficientemente transgressivo? Suficientemente agressivo?- Por não ser suficientemente agressivo."

Candace e Jimmy foram um dos muitos casais que pediram ajuda a Esther Perel e cuja história é contada no livro Amor e Desejo na Relação Conjugal, este mês editado em Portugal pela Editorial Presença. A questão, que a tantos atormentava, intrigou e ao mesmo tempo fascinou esta terapeuta familiar e de casais numa clínica privada do Soho nova-iorquino: "O que é que acontece a estas pessoas que parecem amar-se tanto mas não têm sexo?" Ainda por cima, lembra ao P2 numa entrevista em Lisboa, antes de seguir para o Porto - onde a partir de hoje participa num congresso mundial de terapia familiar -, "esta é a primeira geração que coloca o desejo no centro da vida sexual." Vencida a revolução sexual, conquistada a pílula e, em traços gerais, a igualdade, as pessoas podem fazer o que lhes apetecer. O problema é que lhes apetece pouco, ao fim de algum tempo numa relação. Esta é também, por isso, "a geração que quer querer".E o que Esther Perel (49 anos, casada e mãe de dois filhos) quis foi "entender este dilema dos casais modernos", atentar na diferença entre amor e desejo e "questionar muito do que a psicologia e as revistas femininas nos dizem". A intimidade traduz-se muitas vezes em "sexo domesticado" ; e o erotismo "requer distância, risco e alguma dose de egoísmo", por muito politicamente correcto que seja proclamar os méritos da proximidade e da transparência."Um excesso de fusão erradica a existência independente de dois indivíduos distintos. Deixa de haver uma ponte para transpor, alguém para visitar do outro lado", escreve neste seu primeiro livro a terapeuta, nascida e criada na Bélgica.Os tempos são exigentes. De maneira mais ou menos acentuada, foi-se desmoronando (ou pelo menos ficando cada vez mais longe) toda uma rede que sempre nos tinha amparado, garantido sentido de pertença e evitado que nos sentíssemos sozinhos: família, religião, aldeia, vizinhos, bairro...
Repensar tudo

Assim "transplantados" (é esta a expressão usada), deslocámos tudo para a relação amorosa e pedimos agora a uma única pessoa que nos dê aquilo que toda uma comunidade costumava assegurar. "Isto nunca aconteceu antes", observa Esther Perel. "Eu quero de ti tudo o que antes tinha no casamento - compromisso, respeito, filhos, apoio financeiro - e ainda que sejas o meu melhor amigo, meu confidente e meu amante apaixonado."Pede-se muito mais e por muito mais tempo, uma vez que a esperança média de vida não cessa de bater recordes e a vida é hoje, por regra, mais longa. "É verdadeiramente fascinante." Só fascinante ou também possível? "É possível, mas obriga a repensar toda a estrutura da relação", responde.Repensar, negociar fronteiras e limites - é uma das mensagens que percorrem este Amor e Desejo na Relação Conjugal. A avaliar pelo sucesso do livro, publicado em mais de 15 países, a mensagem toca muita gente. A autora simplifica: "Não digo coisas que as pessoas não saibam. Digo apenas coisas que toda a gente sabe mas não diz."E o que é que Esther Perel diz? Várias coisas (para além da tal ideia de que a intimidade não só não é garantia de uma vida sexual satisfatória como até se dispensa para isso). Por exemplo: quebra de desejo não significa falta de amor; os problemas sexuais não têm necessariamente a ver com problemas na relação ("a cozinha e o quarto são duas histórias diferentes") ; a paixão vai e vem, não tem de ser sempre a descer à medida que a idade avança; neste campo, a espontaneidade é um mito; a infidelidade "às vezes até ajuda a estabilizar um casamento".

Perel esclarece que não "receita" soluções. Deixa sugestões que possam ajudar as pessoas a viver menos conformadas e a não estarem completamente fechadas a outras formas de pensar e de combater uma relação em cristalização. No livro conta que, quando atende um casal pela primeira vez, pergunta sempre como foi que se conheceram e o que é que os atraiu um no outro. E é quando ouve as respostas que consegue "vislumbrar, por entre os escombros, o que um dia tiveram" e gostariam de recuperar. Adele, uma advogada de 38 anos, tem saudades do nó no estômago, "aquela palpitação". Está casada com Alan há sete anos. "Quando nos conhecemos, ofereci-lhe uma pasta pelos anos, uma coisa que ele tinha visto numa montra e que tinha adorado, e enfiei lá dentro dois bilhetes de avião para Paris. Este ano dei-lhe um DVD e comemorámos com uns amigos à volta de um rolo de carne que a mãe dele fez. Não tenho nada contra os rolos de carne, mas foi a isto que chegámos."Como é que se sai disto? Beatrice optou por, durante uns tempos, deixar de morar com John, numa tentativa de recuperar independência e alguma tensão. Candace e Jimmy foram temporariamente proibidos de se tocar (só olhinhos e bilhetes, mais nada). Jackie e Philip foram aconselhados a namoriscar e a criar um e-mail só para trocarem mensagens eróticas. Catherine e o marido cultivam uma fantasia na qual ela é uma prostituta cara. Cada um fixa os seus limites e eles também mudam com os tempos. Hoje, lembra Esther Perel, "temos muito mais modelos com que lidar": famílias monoparentais, homossexuais, segundos casamentos.. . E a monogamia, "a vaca sagrada do ideal romântico", deixou de ser uma imposição e passou a ser uma convicção. "É uma escolha e é uma questão de amor. Mas isto é uma ideia nova..." E em seu entender ainda vai dar muito que falar: "A próxima fronteira, a próxima discussão é a monogamia."

Negociar fronteiras
Por enquanto, observa, "os únicos que neste campo negoceiam abertura são os gays (homens, as lésbicas nem tanto)". No mundo dos casais heterossexuais a exclusividade é "geralmente assumida, não é negociada".
Mas muitos "estão a tentar encontrar uma alternativa" , porque entendem que até nem funcionam mal como casal" e interrogam-se: "Devo deixar tudo isto porque não temos sexo escaldante? O sexo nem é mau, mas de vez em quando gostava de sentir aquela outra coisa... Posso tê-la contigo? Talvez sim, talvez não, talvez não agora..." E optam por "negociar as fronteiras dentro da relação". Onde as colocam já não é a terapeuta que decide. "Digo apenas: este é o tipo de coisas em que precisam de pensar." No mais recente inquérito promovido pela Durex, as mais de 317 mil pessoas ouvidas em 41 países tinham em média relações sexuais 103 vezes por ano. Os portugueses ficavam ligeiramente acima da média (108). Os gregos (138) lideravam a tabela, os japoneses (45) ocupavam a última posição. Esther Perel recusa-se a quantificar o que é um casamento sem sexo. Para além da diminuição da frequência, preocupa-a o tédio. E algumas "certezas" que se instalaram. Eddie era visto pelas mulheres como alguém que temia compromissos. Está casado com Noriko há 12 anos, têm dois filhos. Quando se conheceram, ela quase não falava inglês e ele não percebia uma palavra de japonês.
"Acho que foi por não podermos falar que tudo isto se tornou possível. A Noriko e eu tivemos de arranjar outras maneiras de demonstrar quanto nos queríamos. Cozinhávamos muito um para o outro, dávamos banho um ao outro. Eu lavava-lhe a cabeça. Íamos a exposições de arte. Não era que não comunicássemos; só não falávamos." Mais um mito para deitar abaixo.

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6.27.2008

FICEB

XVI festival internacional de cinema erótico de Barcelona em Madrid.

Opcoes estéticas á parte, posicoes mais contra ou a favor de porno, e que tipos de porno, e como porno, contra ou a a favor da sex industry, e como e porque, isto merece uma olhada, pela sua sex-positiveness e espaco para discussao, que permite precisamente descobrir quais as nossas posicoes acerca de tais questoes como as enunciadas acima.

26 a 28 de Junho.

http://www.ficeb.com/

A hard zone, incluindo festas muito sex-positive. Só para quem quer e quem pode.

http://www.ficeb.com/english/hard_zone.htm


links para outros eventos, incluindo o Festival de Cinema Erótico Gay de Barcelona:
http://www.ficeb.com/esp/otros_eventos.htm

é pena em Junho ser tudo ao mesmo tempo :-P é marcha de Lisboa é CSD em Berlim, é FICEB é tudo e mais alguma coisa, e eu aqui enfiada :-P


"um dia tao bonito e eu nao fornico (A Naifa)"

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4.07.2008

Alternativas á Monogamia V: A Neo-Monogamia


Tropecamos no conceito recentemente. Obrigada á NT pela pesquisa que deu os links abaixo :-)

Parece ser algo (se usarmos a confianca como critério) entre o swinging e o poliamor. Casais, casados ou em uniao de facto, sao a unidade nuclear em que se baseia e que se centra, mas nao se limita ao sexo.

A parte que nao entendo, talvez por já estar em modo de vida poliamoroso há demasiados anos, e digo-o sem ironia, é como é que é possivel manter a premissa do casal. ou seja, como é que é possivel dizer com seguranca que o casal se mantém preservado? quem garante que nao ha uma nova paixao, um novo interesse? parecem-me regras um bocado ad-hoc. Mesmo o swing é capaz de ser, do ponto de vista prático, mais realista, porque se confina a sexo funcional.


vou ler mais umas coisitas sobre a coisa...



http://nymag.com/lifestyle/sex/annual/2005/15063

http://mulher.sapo.pt/articles/afectos/relacoes/744746.html
http://oamante.blogs.sapo.pt/12876.html

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2.11.2008

Reportagem sobre swing na RTP


Enquanto os espanhois falam de poliamor na televisao, os portugueses ainda se estao a babar porque descobriram o sexo, e fazem uma reportagem arregalada sobre swing:

http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?headline=98&visual=25&article=323385&tema=27
(há quem ache que swing é poliamor, há quem ache que nao. Nao serei eu a dar a resposta a esta polémica, limito-me, entre outas coisas, a escrever sobre poliamor a a agregar notícias que lhe sejam relacionadas)
enjoy!

11.27.2007

3.15.2007

Alastramento do HIV no Botswana: comentário a artigo no Publico


No Público de 9 de Marco do corrente saiu um artigo sobre o alastramento do HIV no Botswana. O artigo era um exclusivo Público/Washington Post e deixo vos o link para que os queridos leitores se possam entreter a julgar por sí se eu exagero nos meus comentários ou nao.

Deixo vos por agora o link do Washington Post e em breve acrescentarei o do Publico: de momento nao o faco porque nao tenho conta de assinante necessária á pesquisa de artigos antigos (pelos vistos nao gostam de ser citados):

http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2007/03/01/AR2007030101607.html

Resumindo, o autor, Craig Timberg, comeca por nos descrever uma noite em Francistown. Pessoas convivem, bebem cerveja e eventualmente acabam a noite juntas, disfrutando da liberdade sexual que predomina por diversas razoes nesta regiao do mundo. Os bares vendem preservativos e o nivel económico dos clientes permite a sua compra sem dramas ou dilemas. O tom é já aqui ligeiramente dramático. Em seguida é peremptório: o alastramento do HIV pelo mundo inteiro é sem duvida causado por muitas pessoas terem vários parceiros sexuais. No caso do Boswana parece que estamos a falar de redes que se assemelham a swinging sem necessidade de tal nome. Esquecam a liberdade sexual dos anos 60´s. Pelos vistos a Africa nunca precisou de emancipacao sexual, ao contrário dos bárbaros ocidentais. Depois o reporter avisa nos: a razao pela qual o HIV prolifera em Africa e nao tanto noutras regioes é obviamente devido a estes comportamentos e a solucao mágica é a monogamia e a resultante fidelidade sexual.

Por trás de muitas campanhas de prevencao do HIV em Africa (e que este artigo reflecte, conscientemente ou nao)estao várias ONG americanas (que nao merecem o nome pois sao pagas por dinheiro estadual americano) de orientacao crista que promovem a castidade e a monogamia. O negócio é simples.. Oferecem dinheiro e ajuda logistica na profilaxia de pacientes com HIV e em troca pedem liberdade para fazer a campanha de prevencao nos seus próprios moldes ideológicos. Os governos africanos aceitam, porque lutar contra o HIV precisa de muitos meios e se nao forem eficazes, em poucos anos terao a populacao em idade útil completamente dizimada. É bem conhecida a desinformacao que promovem, em que informacao sobre a eficácia de mecanismos de prevencao como o sexo seguro (inclusivamente o uso de preservativo em relacoes sexuais de qualquer cariz que envolvam penetracao) é relegado para segundo lugar ou simplesmente omitido. Nao posso deixar de me escandalisar com a arrogancia e superioridade cultural implicitas: será que estas associacoes teriam a grande lata de fazer semelhante campanha na Europa ou na América onde muita gente tambem pratica sexo (muitas vezes desprotegido) com várias pessoas e eventualmente espalhando a epidemia? Imaginem semelhantes associacoes a pintarem murais gigantescos nas ruas de Lisboa, Amsterdao, Berlim, Nova York a denegrir a imagem do sexo seguro e a apelar á monogamia: Para mim isto é uma tentativa de impor valores culturais brancos onde eles nao pertencem, noutras palavras, impor cultura branca anglo saxonica (WASP) ás pessoas

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"There has never been equal emphasis on 'Don't have many partners,' " said Serara Selelo-Mogwe, a public health expert and retired nursing professor at the University of Botswana, (..) "If you just say, 'Use the condom' . . . we will never see the daylight of the virus leaving us."


(se isto nao é chamar as pessoas de estupidas - "se lhes explicarmos nao funciona por isso vamos ordenar-lhes lhes o que nós achamos que teem de fazer"- entao nao sei o que é)




É certo que o sexo desportegido é um dos vectores de trasmissao do HIV (e nao o unico). Mas é simplista e perigoso tentar regular algo que passa por decisoes pessoais e por habitos privados. Isto é válido para a Europa, para a África e para o resto do mundo. Penso que se pode capacitar e demonstrar ás pessoas que o sexo seguro (preservativo incluido) é nao só um acto de proteccao mas um acto de responsabilidade social. Mas nao se pode dizer ás pessoas com quem elas devem ter sexo e muito menos passar a mensagem de que o problema é o uso da sua liberdade sexual. Usando um exemplo simplista, um homem HIV+ que faca sexo seguro com 200 parceir@s nao passará tanto o virus como um homem HIV+ que tenha uma ou poucas namoradas fixas numa tentativa de vida monogamica (monogamia em série é o nome correcto). O busilis da questao está no nível de proteccao e nao nos habitos sexuais.




Preocupa me (mais) esta tentativa de regular a vida sexual das pessoas, desta vez com razoes de saúde pública. Preferia ver uma campanha que investisse na responsabilidade e na informacao. Se este modo de pensar perdurar, ainda vamos ter funcionários públicos especialisados a vigiar com quem dormimos por razoes de seguranca do Estado.

1.20.2007

Alternativas á Monogamia V: relacoes abertas (A Change of Seasons)


Já estava na altura de voltar a pegar na série "Alternativas á Monogamia", desta vez sobre relacoes abertas, coisa que já toda a gente mais ou menos ouviu falar. Em vez de um texto abstracto sobre o conceito de relacoes abertas, por hoje vou apenas revisitar um filme que trata disso mesmo, o "Change of Seasons". Divirtam-se a revisitar este filme (ou a sua sinopse) dum ponto de vista das relacoes nao monogamicas.

O script deste filme foi baseado em "Love Story" de Erich Segal e foi encenado por Richard Lang. Esta comédia agridoce retrata um casal enrolado nos seus sentimentos e conflito com o seu status quo. Adam Evans (Anthony Hopkins), professor universitário, está em plena crise de meia idade e o seu casamento é o paradigma do aborrecimento. Previsivelmente, enrola-se com uma das suas estudantes, Lindsey (Bo Derek). Ainda mais previsivelmente, a companheira de Adam, Karen (Shirley MacLane) descobre e resolve devolver-lhe com juros, envolvendo-se com Pete, um jovem artista. Nesta constelacao tudo parece perfeito, até mesmo umas férias bem burguesas passadas no Vermont. Este equilibrio a quatro será interrompido por um evento inesperado.

Pete Lachapelle
: We enter this world and leave this world alone. Everything else is a gift.

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11.07.2006

Alternativas á monogamia II: Swinging, Comunidade electrónica portuguesa




Sem querer recomeçar a grande discussão swinging versus poliamor, mas tendo em conta que é um tópico relacionado (para não mencionar que muita gente desagua no poliamor via curiosidade por práticas próximas do swinging) limito me a anunciar que existe um portal dedicado à crescente comunidade swinger portuguesa.

http://www.swingersportugal.com/