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10.09.2010

não, não cantarás!

Não digo que é uma frase politicamente correcta, educativa, ou encorajadora. Simplesmente uma frase que me saiu, a propósito de alguém que defende a monogamia com pequenas falhas higiénicas:

"Gaja, tu não és monogâmica. Quando muito tu és mas é ciumenta".

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11.02.2009

Ser e fazer

Uma discussão recorrente nos meios poly ou LGBT (ou em qualquer outro em esteja em jogo uma ou várias identidades e que os membros tenham um modo de vida não normativo), é a questão de se é porque se é e pronto, ou se é porque se faz.

é homem quem nasceu com corpo de homem, ou que se afirma sentir como homem?
é lésbica a mulher celibatária que o afirma ser ou apenas a que o visivelmente e omnivoramente demonstra na prática? hormonas? cirurgia? sim? não? who cares?

costuma haver então o tema recorrente da auto-definição, ou da definição pela prática. Ambas correntes costumam gerar argumentos muito fortes, e em meios activistas por diversas razoes que hoje vou deixar de fora, há geralmente uma tendência para se levar bastante a sério a auto definição.

De acordo com a postura que se deve levar as pessoas a sério pela identidade por elas escolhidas (postura essa que por acaso também é a minha), é poly sim senhor quem diz ter dentro de si o potencial para viver em não monogamia responsável, mesmo que não o ponha em prática. De
momento ou sempre.

O ponto a que quero chegar, e que seria quase risível se não fosse bastante chato, é o caso da pessoa que viveu ou tentou viver poly, chateou toda a gente à volta com explicações, come outs, debateu-se com familiares, zangou-se com o patrão... e depois, quando ou por nunca ter conseguido por em prática a sua utopia poly ou porque por acaso há uma ou várias separações na família, não só toda a gente lhe diz "eu bem te disse", mas de repente uma pessoa passa pela "vergonha" de as pessoas nos enfiarem na categoria dos monogâmicos só porque o parecemos :-P


Bem, isto não é um problema, se pensarmos que um problema é não comer ou perder uma perna.Ou perder a tal relação longa mas que não foi longa o suficiente ou que acabou de modo doloroso. Mas é um tema recorrente nos grupos de ajuda poly, pois uma pessoa perde com isso um "sintoma" da sua identidade, e volta a "confundir-se" com aquilo para onde não quer voltar.

Por hoje é tudo.

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7.07.2009

MARCHA DO ORGULHO DA MONOGAMIA COMPULSIVA?

Sem acrescentar mais nada...


MARCHA DO ORGULHO DA MONOGAMIA COMPULSIVA?

MOVIMENTO LGBTM - Lésbicas, Gays, bi e Trans MONOGÂMICOS?

http://panterasrosa.blogspot.com/2009/07/e-ja-no-sabado.html

Estarei (provavelmente) no Porto :-) irei para participar na marcha que ajudei a nascer, e para abraçar e confraternizar pessoalmente com as pessoas que se empenharam pessoalmente na deste ano e dos outros. Com poly fobia ou não. Levo a minha t-shirt poly. Até lá!

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6.02.2009

what you can loose: polydrawbacks

Para sair um pouco do registro "o poliamor é lindo", relembramos hoje que nos podemos meter em sarilhos ao assumirmos publicamente o nosso modo de vida.

Houve quem já o tenha feito de modo sistematico, por isso nao vamos reinventar a roda. Leiam, tomem notas, mas nao se assustem. o poliamor continua a ser lindo.

http://www.polyfamilies.com/polydrawbacks.html

6.17.2008

Heartbreak Hotel



"ás vezes", diz-se, "o poly corre mal". Mas eu prefiro dizer que é o amor que corre mal, e que as pessoas se desencontaram, nas suas expectativas e nas suas formulacoes das mesmas. Digo isto mesmo quando a história nao pudesse ser transposta para um contexto nao poli. Sao as pessoas, e nao as ideias ou o poilamor que fazem os desastres ou a frágil beleza acontecer.

4.20.2008

Existem polydykes?


Post inspirado pela fotografia para a qual alguém me chamou a atencao ontem. A quem interessar possa, foi tirado e com autorisacao dum site muito decente e que nao tem nada a ver com as poucas vergonhas que aqui se discutem, que é o blog da Isabel Boavida (http://blogdabolinha.blogspot.com/), N vezes campea portuguesa de escalada (respeitinho!).

O nome da via de escalada na fotografia, nao é, infelizmente, PolyDykes, mas sim Polydeykes, que é o nome grego do heroi Pollux, do lendário par Castor e Pollux.
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Mesmo nao sendo PolyDykes, apeteceu me escrever meia duzia de bitaites. Mas como vou ter de eventualmente trabalhar um pouco, vao ser poucos bitaites, para continuar mais tarde.
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Quando "descobri" o Poliamor, ou essa palavra, ha muitos muitos anos, estava tambem a tentar ser recebida na comunidade lésbica/feminista. Que na altura era tudo menos receptva ao poliamor. Eram anos de grande inseguranca da comunidade, em que se copiava sofregamente (E com atraso) o que se "fazia lá fora" com muito entusiasmo e boa vontade mas sem muito espírito critico, até porque nao havia massa crítica suficiente para a discussao impulsiona esse criticismo.
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Nao quero bater na cena lésbica (nao só portuguesa) de ha uns anitos, devo-lhe muito, quero simplesmente contextualisar.
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O poliamor era muitas vezes visto como uma reintroducao da poligamia, o que é uma contradicao do espirito feminista. E a elevada carga emocional associada ao movimento feministas acabado de (re)comecar (naqueles tempos) tornava difícil explicar ou discutir o conceito em termos abstractos sem cair em discussoes extremamente emocionais e fracturantes.
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Resumindo e baralhando, Back then, PolyDykes seria quase uma contradicao. Algo como um hippie vestido de sargento do exército.
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Entretanto as coisas cresceram. Uma geracao que cresceu fora do fascismo e do medo refrescou a cena, entrou e participou sem se apropriar, criou-se massa crítica, gerou-se vontade de discutir, a discussao tornou se transversal em backgrounds, geracoes, orientacoes e filosofias. Hoje em dia há vários movimentos que seguem diferentes linhas de refleccao e intervencao. É bom.
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Hoje PolyDykes já nao é uma contradicao. já nao faz rir ninguém pelo absurdo.
é bom.
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1.31.2008

Artigo sobre poliamor no "La Vanguardia"


Mais um artigo cheio de erros científicos, má investigacao jornalistica e carregadinho de mononormatividade. A cereja no topo do bolo para mim é a jornalista referir-se ás pessoas poliamorosas como "eles" partindo provavelmente do princípio que "eles" sao seres tao alienados, provavelmente tao depravados, que nem sequer estao perto da probabilidade de pertencerem ao público leitor daquele jornal.

Está carregadinho de condescendência e tentativas de demonstrar a falência teoricamente inerente ao poliamor..

http://www.forosx.com/phpbb2/viewtopic_print.php?t=8866&start=0

Amigos leitores... se querem saber o que poliamor nao é, ou raramente é, ou nao necessariamente é, leiam esta obra prima. Pérolas selecionadas:

"Son personas muy seguras que tienen muy claro que las relaciones esporádicas con otra persona son sólo una diversión." ... Claro, nao existem pessoas poliamorosas que sejam inseguras.. somos todos uns cínicos autoconfiantes, vivendo em gigantescos barrís de Diógenes, a levar virgens inocentes ao castigoa cada passo... e claro que toda a gente sabe se uma relacao é exporádica ou nao quando a comeca... e tem de ser obrigatoriamente uma diversao...


"Para Norbert Bilbeny, catedrático de Ética, se trata de relaciones muy complicadas, minoritarias y bastante inverosímiles". .... Este senhor devia sair mais á noite, conhecer mais gente do que a que orbita á sua volta, em vez de dizer que é inverosímel simplesmente aquilo que nao conhece.. Aqui, a nossa heroica jornalista foi buscar um especialista instantâneo para justificar qualquer coisa que lhe apeteceu defender...

'“Este tipo de relación abierta lleva a una cierta inestabilidad”, dice Bilbeny' .... Poliamor NAO É necessariamente uma relacao aberta, minha senhora!! Geralmente e inclusivamente, relacao aberta colide de facto com o conceito de poliamor!

E claro, demora pouquissimos paragrafos a chegar ao ponto óbvio: o sexo. Porque relacoes implicam na cabeca de certas pessoas (infelizmente a maioria) o sexo, e essas mesmas pessoas imaginam o sexo como uma "obrigacao" dentro da relacao, ou um indicador de qualidade... tipo "o meu corpo tem de pertencer a quem amo, para que faca o que lhe aprouver"... "Seguramente más de uno se estará preguntando cómo se organizan y con quién duermen los polienamorados." sim, estao-se a perguntar, sem dúvida, provavelmente com a baba a escorrer dos queixos e olhos arregalados como ovos estrelados...

Esta é brilhante: "Evidentemente los polis no son celosos"... Bem, ainda bem que esta senhora me assegura que isto que ás vezes me passa pela cabeca nao sao ciúmes, porque se nao ia-me sentir muito mal.. Amigos! O poliamor nao salva dos ciúmes! Pode ajudar a desconstruir, a analisar, a relativisar.. mas nao salva ninguém dos ciúmes!!

"El esquema que acostumbran a reproducir estos individuos es el siguiente: existe una relación primaria" ... Claro, nem lhes passa pela cabeca os trios, as comunas, as familias estendidas, as amizades coloridas, as n-relacoes primárias... e para além da dicotomia homem-mulher.. nao, isso é demasiado complicado!!... e se este é o esquema mais habitual, entao eu estou na companhia de pessoas muito pouco habituais!!!

Finalmente: “Si los polienamorados acaban convirtiéndose en familia con hijos, se corre el riesgo de no poder garantizar una estabilidad al niño" ...Realmente, na nossa sociedade em que os casados já sao uma minoria, e oas criancas teem geralmente 3 ou 4 figuras parentais (o que nao é mau nem bom), a estabilidade está super ameacada pelo poliamor!! Sinceramente nao vejo diferenca entre os meus filhos virem a brincar com e a ser educados por mim e as minhas namoradas, ou a minha avó que foi educada pela mae dela e uma rede intricada de tias e vizinhas como era regra antanho.


No fundo o que escrevi nao é uma rant contra os que sao contra o poliamor. é uma rant contra mau jornalismo, e pouco sério ainda por cima.



alguém mais como eu?


(onde estao os sais ENO?)



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1.02.2008

Quando há que dizer: o poliamor talvez nao seja para mim...

Devia comecar o ano com um post optimista, mas o vento nao está de feicao, por isso aguentem-se!
Já se discutiu sobejamente aqui o tipo e frequência de reaccoes que as pessoas teem quando confrontadas com a ideia de poliamor. Nao me refiro a ter conhecido uma carinha laroca e ter de lhe fazer o meu come out poly, mas á situacao de estar a conversar despreocupadamente com alguém, e apanhar com as reaccoes que ja se sabe... nao muito más mas também nada de especialmente empático.

Sendo este blog um pouco um blog de informacao e divulgacao (nao no sentido de converter toda a gente a um modo de vida poliamoroso, mas no sentido de demonstrar que o poliamor é um modo de vida válido e merecedor de respeito) eu se calhar nao devia trazer este tema. Mas "eles andem aí...".

Há pessoas que tentam ter um modo de vida poliamoroso. Definem-se poliamorosas. Teem n+1 namorados, por ex. E conseguem estabelecer um equilíbrio, inclusivamente ao longo de vários anos, para que ninguem tenha ciúmes, ninguem se sinta mal, conseguem que a coisa funcione. Mas... Mas simplesmente nao aguentam quando uma das suas namoradas tem alguém...

Situacao engracada, porque pensamos estar a lidar com uma pessoa poliamorosa, com quem comunicamos em "lingua" poly, com background poly, mas na verdade estamos em "no man´s land". Ainda por cima sem ter especial cuidado em eliminar malentendidos porque achamos que tudo vai ser mais fácil "ah, porque ela é poly, que fixe!".

Tenho vivido recentemente isso.... Interessei-me há coisa de uns meses (enquadramento temporal propositadamente nebuloso para proteger a identidade das pessoas em questao) por duas pessoas poly, numa relacao poly... A relacao entre elas existe ha mais de uma dezena de anos. Chegámos mesmo ao ponto de discutir de modo ligeiro, meio a sério meio a brincar, mas com um brilhosinho nos olhos, a óbvia utopia possível mas óbvia que se entrevia á nossa frente. Mas de um momento para o outro, descambou, precisamente porque uma delas teve ciúmes, uns ciúmes completamente absurdos tendo em conta a situacao. E quem teve ciúmes foi precisamente quem tem uma segunda namorada, ha coisa de anos.

Agora o que teria entre maos seria, se eu o permitisse, uma telenovela mexicana, mas nao me apetece. Nao vou entrar em pormenores sobre o que está a passar porque a historia está a correr ainda, e há muita gente para quem este blog nao é anónimo :-). Só digo: vou eventualmente lutar por aquilo que me apetece (Que já nao é nenhuma utopia possivel, mas uma história pragmática e cautelosa com uma das personagens)... nao me vou retirar da situacao para evitar os ciúmes desnecessários de alguém. E quando a poeira tiver assentado um pouco mais sobre esta história, partilharei os detalhes escabrosos aqui.

Este blog tem falta de alguma audiência, por isso telenovelas mexicanas, cenas escabrosas e escandalosas, situacoes rocambolescas podem talvez ajudar a aumentá-las!

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11.29.2007

Melissa e os threesomes

Que gaja mais chata! Cortes!



Melissa Etheridge - Threesome


Some people try to keep something alive
After it's gone, After it dies
They try all kinds of things
Like taking off rings
Swapping up keys
Seeing who swings

I'm happy to say that you and I've got no problem
Baby, I just wanted you to know

Chorus:
I don't wanna have a threesome
I don't wanna sleep with nobody else
I don't wanna be a swinger
I'd rather keep you all to myself

Now, sometimes at nightafter the kids are in bed
I'm changing the channels
And you're surfing the web
I stumble onto that show
With all of those ladies
You know with those things
Acting all crazy

I don't know how they manage
To do all that damage
We barely find enough time to kiss

(Chorus)

I've got enough spice
In this family life
I don't need an affair with a friend

I don't wanna have a threesome
Ever again

So I'll get away
If you can slip away too
I'll meet you at three
Alright, I'll meet you at two
We know just where to go
We know just what to do
It's perfect that way
Just me and you

(Chorus)

I've got enough spice
in this family life
I don't need an affair with a friend


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I don't wanna have a threesome
I don't wanna have a threesome
I don't wanna have a threesome
Ever again

11.21.2007

Pensamento da semana II: "Serial-polyamory"


Um dos preconceitos contra poly é que " as pessoas poliamorosas ou poliamantes começam a procurar outras novas fora da relação, assim que há problemas na relação original, ou pelo menos perdem parte do interesse (ou da excitação inicial da descoberta) nesta"


Claro que uma frase assim não pode ser verdade, ou é pelo menos que uma generalizacao injusta que não descreve comportamentos pessoais mas sim um eventual comportamento geral ou ética de grupo, e que ainda por cima em termos práticos a esmagadora maior parte das vezes nem sequer é verdade. Geralmente as pessoas poliamorosas interessam-se por outras porque sim, porque encontraram alguém interessante e não têm, ao contrário de quem vive dentro do paradigma monogâmico, necessidade de reprimir esse interesse.


Mas o que se pode dizer, sim, em abono da verdade, é que existem pessoas poliamorosas que saltam alegremente para próxima relação assim que a primeira começa a dar problemas ou quando a excitação inicial arrefeceu. Por outras palavras, não é por algumas pessoas serem poliamorosas e não terem a pressão de encaixar em comportamentos do género serial monogamy que necessariamente não vão ter comportamentos escapistas do género fuga para a frente semelhantes (não terem que lidar com eventuais problemas da(s) relação/oes mais antiga(s)). Ou seja, desinvestem da relação ou relações mais antigas e olham alegremente em frente. No caso do contexto poliamoroso parece-me que é mais difícil confrontar a pessoa com isto e tentar dar a volta ao problema, porque se vai esbarrar em argumentos como não fazer sentido forcar alguém a ter certos sentimentos ou comportamentos (será algum resto de "polyfobia" interna a escrever isto por mim??). E mesmo com todas as ferramentas que o modo poliamoroso de vida dá (hábitos de conversa, troca de informação e análise, experiência na gestão de conflitos, tempo e necessidades emocionais, etc) é difícil lidar com isto, seja num contexto poliamoroso ou não.


My two cents.


11.03.2007


Pensamento da semana:

"não é por eu estar segura de a minha namorada ter a mesma compreensão do poliamor que eu, que me vou sentir menos mal por ela ter claramente sobrestimado a própria capacidade de gestão de tempo com as suas outras namoradas"

confuso? posso fazer um desenho...

(Nao, não são ciúmes. E estou a discutir isto real time com a minha outra namorada. Que é namorada da outra também. Um triângulo quase perfeito)

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9.20.2007

Poliamor e Sexo


O Cliché do dia: os poliamorosos sao pessoas obcecadas por sexo, não fazem outra coisa, não pensam noutra coisa.

O pensamento do dia: os poli-amorosos fazem menos sexo que as outras pessoas porque passam imeeeeeenso tempo a conversar (para aguentar as suas redes de relações complicadíssimas com o mínimo de tensões possíveis..).


é verdade!

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8.17.2007

Pensamento do dia: porque ninguém percebe o que poliamor é..


A frase não é minha, foi o comentário de uma amiga minha como resposta ao meu desabafo "porque é que ninguém consegue (tentar) perceber o que é poliamor além dos que lá estão metidos até ás orelhas?":


"Só uns poucos perceberão o que é poliamor, porque a verdade é bastante insípida quando comparada com as fantasias delirantes que eles têm acerca disso… e depois perdem o interesse em saber mais…" (G.E.)



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7.31.2007

Diseasing the Other

Há uns tempos escrevi aqui uma lista (em construção permanente) acerca das coisas que me irrita ouvir acerca de poliamor, das quais as frases do tipo: "há muito mais polis no meio gay/LGBT" ou "há muito mais polis no meio hetero" ou ainda "há muito mais polis nos meios bi" são do piorío em irritarem-me e encherem-me de toneladas de karma.

Há uma expressão excelente dos meandros sociológicos que é o "diseasing the other". Descreve o processo em que grupos que subalternizados por uma fatia mainstream da sociedade se tornam associados a doenças e à sua disseminação. Na idade média (e também, já agora, infelizmente nos dias de hoje) os ciganos são vistos como sujos e transmissores de doenças. Os judeus eram a causa natural dos terramotos. A sífilis teve tantos nomes como países onde foi diagnosticada, e surpresa! era sempre um país com quem não se tinham relações amigáveis (o mal-espanhol, o mal-francês...). Ainda hoje o homossexuais masculinos são associados a todas as doenças e mais algumas, principalmente A DOENÇA, e o preconceito generalizado é de tal ordem que afecta os meios científicos ao ponto de tomarem decisoes que os impedem de dar sangue, sem qualquer avaliação da história clínica de dadores, hetero ou homossexuais, como casos individuais. O conceito de grupos de risco em vez de comportamentos de risco é uma discussão antiga de quase 30 anos, mas que ilustra bem como o nosso cérebro percepciona grupos (e os cliché a eles associados) antes de ver um indivíduo e a sua própria história clínica e comportamental. Neste momento o "grupo de risco" são mulheres heterossexuais casadas. Mas adiante, chega de fel, estou a dispersar-me.

Geralmente quem diz que "há mais polis no grupo X" são pessoas poli-cépticas, e que associam tudo o que é estranho, aberrante ou pelo menos fora do normal, a grupos dos quais não fazem parte. Concretizando, depende de que lado da barricada se está e quem se prefere demonizar. Heteros bem comportados vão associar poliamor a toda "aquela rebaldaria" que é o mundo gay, e homossexuais poli-cépticos vão achar que poliamor é coisa de heteros swingers aborrecidos, e todos estes juntos vão achar que os bis e o seu pantanal de indecisão podem abraçar sem problemas mais uma coisa "promiscua" como o poliamor. Igualmente, uma pessoa poli-céptica que veja como estranho qualquer outro grupo, vai achar que poliamor é "coisa para eles". Façam o exercício, com os grupos que vos são "estranhos" por qualquer motivo, é super divertido!

Se eu fizer o exercício com grupos que me são "estranhos" dá-me coisas muito giras (claro que para mim poliamor não é estranho, é só pelo exercício):

"há mais poliamorosas entre as tias da Lapa"
"há mais poliamorosos entre os esquimó"
"há mais poliamorosos entre a terceira idade"
"há mais poliamorosos entre os adolescentes"
"há mais poliamorosos entre os car-tuners"
"há mais poliamorosos entre os estudantes de economia da Universidade Católica"
"há mais poliamorosos entre os eclesiásticos"

(ok, preconceitos assumidos, algumas parecem-me quase uma contradição de facto).

Agora perguntem ás pessoas à vossa volta e repitam o exercício. Com a senhora da mercearia, o pai, a tia Licas, o colega do lado, o senhor das portagens na ponte, ao polícia...


Claro que não ajuda que muitos dos sites na net sobre poliamor na net, não sejam sites de informação, mas sítios de contactos. Obviamente então que estarão impregnados da orientação sexual do grupo alvo que se pretende atingir. Mesmo os sites de divulgação, muitos deles sendo amadores e feitos por caturrice voluntária, vão estar marcados pela orientação sexual (politica ou não) de quem escreveu.


Acabando de explicar porque acho que é assim gostava de finalizar declarando que não aceito a propagação deste tipo de preconceitos, e que acho que não o devemos aceitar, quer em relação a poliamorosos ou não, antes devemos combater qualquer afirmação deste tipo.


Participem!


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7.27.2007

your fence is sitting on me


Os ingleses têm uma expressão danada para designar todos os indecisos, incapazes de compromissos ou simplesmente as pessoas que se encontram durante a transição que uma tomada de decisão implica: dizem dessa pessoa que está "sitting on a fence", "sentada sobre uma cerca", entre dois quintais, ganhando, alem do estigma da indecisão, o estigma da transgressão. Claro que tinha que ter que ver com jardinagem, uma vez que não pode ter nada a ver com cavalos, e a transgressor tinha que ter a ver com propriedade.

é uma expressão usada abundantemente em ambientes normativos, por muito queer ou não que sejam, para definir quer as pessoas bissexuais, quer as pessoas poly. Ambas as identidades, se é que lhes podemos chamar assim, são teoricamente incapazes de decidir de modo definitivo o que querem de si, das outras pessoas e da sua vida. Parecem ser incapazes de compromissos e não são nada fiáveis. Fazem equilíbrio em cima duma cerca de jardim que as outras pessoas foram tornando cada vez mais fininha e mais alta, e parecem não ter vontade de sair de posição tão incómoda.

E que tal alguém virar o bico ao prego, virar o ponto de vista e dizer "your fence is sitting on me"? ou seja a tua pressão para me fazer escolher, tomar uma atitude, está sentada na minha cara e é uma coisa desagradável? porque é que fazes escolhas do género preto e branco, hetero ou homo, mono-aquela ou mono-esta é uma coisa boa comparada com deixar os sentimentos fluir e decidir de acordo com isso? Porque não criar, por caturrice e persistência, um conjunto de quintais onde as cercas deixaram de existir ou onde são apenas marcos, referencias para se saber onde se está de modo relativo a um referencial, e não uma divisão?

Eu não fico sentada à espera que esses quintais apareçam. Vou vivendo e acreditando que eles vão inevitavelmente aparecer, que é o melhor activismo que pode haver. "Ama e faz o que quiseres" já dizia o outro.

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7.18.2007

Poliamor na rádio: Prova Oral, hoje, Antena 3

Hoje, Antena 3, 19 horas.
Prova Oral, com Fernando Alvim e Marisa Jamaica, sobre Poliamor.

http://provaoral.blogspot.com/2007/07/poliamo-te.html

Enquanto oico, comento na página do programa.

A Marisa Jamaica modera muuuuuito bem e faz comentários pertinentes, e incentiva a conversa a continuar fluentemente, com vários pontos de interesse, inteligentes. Pena que o Ricardo insista no tom da brincadeira e que permita interrupcoes, pois perde se muito que seria interessante ouvir, para ouvintes poli ou nao :-)))

Gostava de MUITO falar com os ouvintes que se declararam poly em conversa telefónica :-))) , que entrassem em contacto connosco (connosoco: comunidade poliamor portuguesa).a Lara, o Alex e o Jorge estiveram muito bem (nao seria de esperar outra coisa). O registo do programa foi superficial, mas houve frases bem ditas, oportunidades bem aproveitadas para sair do registo "brincadeira" do programa e acrecsentar alguma informacao com conteúdo.

Faltou sair um pouco do registo obcecado com o homem/mulher como o unico tipo possível (perguntas como "como é que os homens lidam com os ciumes quando as mulheres blá"), esquecendo se que há malta queer ao cimo da terra e que nao somos assim tao poucos. Faltou ir "para além do sexo" como motor de relacoes e como ponto que define onde comeca uma relacao. Uma superficialidade aflitiva. No geral as intervencoes da Marisa e dos "três fantásticos" salvaram algo que podia ter descambado para uma coisa muito pior.

A minha pergunta é o "porquê" daquele registo de brincadeira. Nao é possivel cativar atencoes e audiencias de outra maneira? Há que manter o registo porpositadamente superficial para evitar mind overflows a ouvintes com capacidades limitadas de concentracao? Enfim, talvez nao tenha a informacao toda e seja injusta a fazer estas perguntas.

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os comentarios no blog do programa valem bem uma leitura....


no geral foi bom. achei pena nao se poder retirar um pouco do estigma de casal que era a obcessao do Alvim, e da polaridade homens/mulheres como se isso fosse uma condicao influente em poliamor. No geral gostei, e acho que o"trio fantástico" conseguiu manter a cabeca fria, responder de modo completo e ainda acrescentar mais alguma coisa nao contida nas perguntas.

Espero que algumas das pessoas poli que por ai andam e que até telefonaram para o programa se juntem a nós (comunidade poliamorosa portuguesa). Gostava que fosse possivel haver mais discussoes e mais troca de ideias de problemas específicos ao poliamor e suas multiplas "encarnacoes" ...

Acho que vai aparecer muita gente na comunidade. Os trolls habituais que se juntam por curiosidade mas que estao enganados, e gente genuinamente interessada. Espero é que isto nao desencadeie uma onda de tentativas "polis" por pessoas com menos "traquejo" emocional (que é preciso ter, nao basta deixares os preconceitos á porta), e que depois lhes corra mal a vida e digam que a culpa é toda do poliamor (claro! se alguém morrer electrocutado a ligar um computador, a culpa é dainternet e nao do seu cerebro descuidado).

vamos ver, amanha vai ser giro... amanha Portugal vai acordar um pouco melhor.

5.02.2007

Schadenfreude?



Recebi recentemente um comentário cheio de "schadenfreude".




perdoem-me usar o alemao, mas nao existe palavra em língua nenhuma que eu fale que descreva tao sucintamente o conceito de "curtir ver os outros na merda" ou mesmo "pimenta no cú dos outros ser refresco". Se alguém se lembrar de uma palavra sinónima em português, ou que use palavras nao escatologicas, que eu, incorrigivel, nao resito a usar, avise.


Em tempos escrevi que sou violentamente criticada por quem nao me conhece. Quando o poliamor nao tem um rosto, é rápidamente categorisado como imoral e sou imediatamente considerada ao nivel da piramide alimentar de quem faz fraudes financeiras, a comer criancinhas ao pequeno almoco ou a roubar carteiras no Rossio. Quando estou a um nível pessoal, as pessoas discutem as coisas comigo de um modo mais humano e justo. Querem pelo menos perceber o meu ponto de vista. Gostava sinceramente de poder discutir a um nível construtivo com essa pessoa (e outras como el@) porque assim com bocas anónimas nao vamos longe. Nem eu aprendo o que quer que seja que me querem criticar, nem essa pessoa aprenderá com a minha experiência (necessariamente distinta da sua, por estarmos em campos opinativos claramente opostos) nem a entender o meu ponto de vista (e de tantos outros).




Achei curioso o tom de quem parece ter-me tomado como exemplo demonstrativo de como todas as relacoes poly só podem falhar. Além de ainda nao ter falhado (mas estamos com grandes problemas, sim), garanto que os problemas que temos nao teem a ver com a natureza poly da constelacao. Fico triste (e furiosa) por saber que anda alguem por aí, que eu nem sequer conheco, que fica contente com a minha (nossa, de 3 pessoas) infelicidade.




Estou aqui e estou disponivel para discutir, desde que a um nível construtivo. Se necessário, arranjamos um/a moderador/a para a discussao.




Is there anybody out there?






2.22.2007

comentario ao "murcon", ou manifesto poly draft

(Obrigada á L. pela tip)

Fui espreitar o post de Julio Machado Vaz a proposito do livro Mito da Monogamia

http://murcon.blogspot.com/2007/02/monogmico-por-cansao.html


E acabei por lá deixar um comentario, que bem pode ser um manifesto poli (seria, se eu soubesse escrever com talento e verve!)
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Ha aqui um problema de linguagem.

Monogamia tem querido dizer que nao se abandona a pessoa com quem publicamente se tem uma relacao para nos envolvermos fisica ou/e emocionalmente com outros. Depois há a monogamia em série, em que para nao termos o sentimento de culpa da "traicao" abandonamos sucessivamente parceiros antigos quando nos fascinamos com um novo.

Depois, ha outras opcoes de vida, como quando decidimos substituir o primado da monogamia pelo da sinceridade:

http://laundrylst.blogspot.com/2005/01/o-dia-em-que-atirei-monogamia-s.html#links
http://laundrylst.blogspot.com/2006/04/international-conference-on-polyamory.html#links

(todo o blog laundrylst.blogspot.com é dedicado ao poliamor e suas variantes)

Porque é que uma pessoa tem de ser tudo para mim? Amante, namorado, educador dos meus filhos, cumplice? Isso é sobrehumano… porque nao hei de estar com pessoas cujas facetas sao as melhores no seu campo? Porque nao hei de gostar de duas pessoas (sim, a minha historia) sem dramas nem ciumes? É possivel, e é assim que vivo há uns anitos (e outros que conheco), mas nao encaixa no modelo normativo de sociedade que temos.

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9.27.2006

Sexo em Público, parte I


As reacções aos meus poly outings tem sido variadas mas raras vezes apanhei reacções realmente negativas, daquelas de confrontação directa a raiar o insulto. Estas são geralmente em contexto "internet anónimo", por exemplo em fóruns ou listas de discussão, em que as pessoas podem permitir se tais ataques sem terem de defender a sua posição de modo consistente. Quando o faço, em situações de cara a cara, as reacções negativas são do género condescendência, um olhar de duvida, um esgar de troca. Cepticismo. Por vezes inveja. Porquê?

As pessoas falam constantemente sobre amor, emoções, sexo, mas sempre por detrás duma barricada protectora, seja ela uma "conversa de pendor cientifico" com poucos exemplos na primeira pessoa, ou uma conversa pessoal, mas sempre superficial. Raras vezes se fala com verdadeira frontalidade. Daí, quando tenho os meus poly outings, com as tais pessoas com as reacções menos positivas, tenho a sensação que estou a praticar sexo em publico. Que isso desencadeia uma serie de imagens na mente do ouvinte céptico.

Gore Vidal disse que "Sexo é Politica". Eu digo mais, tudo o que fazemos na nossa vida e que é visível para outrem é politico. Neste caso, a partir do momento que se sai da gaveta romântica de relações a dois, todas as suposições são possíveis.

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6.21.2006

graswurzel

"Atrás de cada rosto insuspeito uma vida única. E á sua frente, um futuro único"

Extracto modificado de artigo publicado na Zona Livre.

Entreguei no último número da zona livre a tradução de um artigo pessoal e descritivo (da minha amiga e cúmplice de conspiração G. Altenhoeffer) sobre poliamor, esperando começar a discussão sobre o tema. Por algumas respostas que tive (obrigada!) senti-me na necessidade de explicar alguns pontos. Não quis apresentar definições ou grandes dissertações sobre o poliamor, não-mogamia responsável, relações abertas, aneis, redes, triângulos, etc. etc. etc.. Basta apresentar o poliamor como qualquer relação que se afasta conscientemente do modelo monogâmico, e já temos material que baste. Não quis fazer uma apologia do poliamor como um modo de vida que todas devamos abraçar imediatamente e sem excepção. Cada uma sabe de si e o amor (em todas as suas formas) sabe de todas. Quis sim, como disse, em primeiro lugar, lançar a discussão. Em segundo lugar, quis mostrar que há ainda mais diversidade do que se vê em primeira aproximação, mostrar que há outros modos de vida a acontecer mesmo ao nosso lado, e que pedem e merecem visibilidade e respeito. Por fim, quis mostrar ás que, mergulhadas numa sociedade que força o paradigma monogâmico, e vivem ou contemplam viver em poliamor, que não estão tão isoladas como isso: "Nós andamos aí".

As reacções que tenho tido têem sido semelhantes em quantidade e qualidade a reacções ouvidas nos últimos anos noutros ambientes, noutros contextos. Vejo isto como animador, pois parece indicar que diferentes ambientes sociais não influenciam a predominância de um certo tipo de reacção. Estamos pois a falar de um tema que é essencialmente humano e pessoal e que não é influenciado por modas, idade, culturas ou educação. Tive reacções de grande hostilidade (a raiar o insulto), outras de grande cepticismo ("esse modo de vida é sustentável?"). Tive outras de tolerância em que pessoas que não se imaginavam fora do modelo monogâmico aceitavam que isso pudesse ser válido e respeitável para outrem. Dentro deste grupo ouvi muitas referências a uma ou outra história poliamorosa de pessoas delas conhecidas. Finalmente conheci algumas pessoas que se identificavam (em teoria ou em prática) com alguma forma de poliamor.

As tais reacções de hostilidade foram as que me fizeram desenterrar o que vem a seguir. Nas comunidades GLBT de língua alemã, a fracção lésbica que recusa o paradigma monogâmico tomaram como designação para esse movimento a palavra "Schlampagne", que é uma mistura bastante feliz de "Campagne" (campanha, no sentido de luta política) e "Schlampe" (vádia, galdéria, pêga). Do mesmo modo que no início dos movimentos feministas e lésbicos a palavra "lésbica" era usada como insulto pelo vulgo, sendo adoptada pelo movimento, reinventada com um novo sentido positivo, houve mulheres que começaram a usar palavras como "vadia" ou "galdéria" para se autodescreverem como mulheres rebeldes em relações não monogâmicas, fora da boa ordem estabelecida, que não se preocupam minimamente com a reprovação de quem usa tais palavras como insulto intencional. Pergunto-me muitas vezes qual vai ser a palavra portuguesa (existente ou por inventar) que vamos inevitavelmente descobrir para descrever a mesma identidade.

A "Schlampagne" bate-se pela colocação ao mesmo nível de consideração (material e social) de todos os modos de vida, em contrário ao acumular de privilégios (materiais e sociais) de certas formas de relação aprovadas socialmente (estamos a falar de casamento em sentido lato, em todas as suas variantes gay-hetero-religioso-civil-etc). As mulheres dinamisadoras deste projecto têem organisado encontros regulares. Na ordem dos trabalhos destes encontros encontra se a elaboração de estratégias concretas para atingir esse fim. Mas estes encontros têem servido também para três outros objectivos muito importantes. O primeiro é a autoajuda (criação de redes de contactos, encontros, troca de esperiências, descoberta de identidade), o segundo a divulgação (quer dentro das várias comunidades lésbicas quer para a comunidade em geral) e o terceiro a influência política através de colaboração e negociação com organisações de solidariedade.

A modo de conclusão, gostava de acrescentar que não aprecio cega e necessariamente tudo o que se faz "lá fora" a nível de activismo ou auto identificação GLBT. A nossa comunidade é pequena, e por ter pouca gente activa, desenvolve-se mais devagar do que as comunidades "lá fora", é um facto. Mas há muitas vezes a tentação de tomar o estado das coisas (ou pelo menos a face mais visível desse estado de coisas) "lá fora" como a bitola do que as coisas devem ser ou passar a ser nas comunidades GLBT portuguesas. Penso que precisamente por não termos o mesmo ritmo de acontecimentos que "lá fora" temos a oportunidade de evitar repetir os erros de outros e de encontrar uma identidade própria. Isto para explicar que fui buscar este exemplo alemão simplesmente porque o tema me diz pessoalmente muito respeito, porque ilustra os conceitos que tenho estado a tentar explicar, porque é uma faceta do movimento GLBT de "lá fora" que, curiosamente, é pouco conhecido cá, e porque tem muito potencial em termos de discussões instrutivas.

Em Portugal, não sei se queremos ou se alguma vez poderemos atingir tal dimensão e nível de organisação. Esbarramos com os habituais argumentos da massa crítica e a falta de tradição associativa portuguesa. Mas parece haver motivos para se dizer que há bastantes mulheres/lésbicas que vivem ou contemplam viver "de modo contrário á ordem estabelecida". Resta saber se essas mulheres têem interesse em criar as tais redes de contacto e ajuda.


Fontes:
[1] www.graswurzel.net/243/schlampagne.shtml
[2] www.wikipedia.org (poliamor/polyamory)
[3] "Breaking the barriers to desire", K. Lano and C. Parry (ed.).Five Leaves Publications

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