9.21.2008

Discussão sobre o Casamento Civil

Vem aí a discussão parlamentar sobre o casamento civil, mais precisamente, sobre o alargamento do mesmo a casais do mesmo género.

Os meio LGBT alegram-se em maior ou menor grau. Afinal, Portugal está renitente em seguir a tendência que a Europa se prepara com maior ou menor inercia para ir paulatinamente adoptando, mas será uma questão de tempo. O argumento na ordem do dia é o da abolição de um tipo de discriminação, que impede alguns cidadãos de terem acesso a uma instituição que outros têm.

Embora eu fique parcialmente contente por a coisa provavelmente ir para a frente, ficarei sempre com uma pedra no sapato. Suportarei o alargamento do casamento por uma questão pragmática, porque basicamente "se heteros podem, nós também temos de ter". Abrirei uma garrafa de champanhe e acho que é um tijolo importante, demonstrador de uma emancipação da sociedade de portuguesa que todos devíamos saudar.

Mas na verdade o que eu queria era que a figura casamento, hetero, homo, religioso e civil desaparecesse da face da Terra, ou pelo menos das sociedades que têm a mania de insistir em se chamar democráticas e igualitárias.

Vamos a ver..

Eu, antidote, mulher, adulta, solteira, trabalhadora, vulgar de Lineu..

Se eu fundar uma comuna, ou um apartamento com amigos para poupar dinheiro, não vou ter os mesmos incentivos fiscais e "apoios à família" do que um casal "casado" ou em união de facto.

Porque é que eu, como figura fiscal/legal "mulher solteira" tenho de estar mais fragilizada perante a sociedade do alguém que esteja casado com aquela teia de protecção legal toda à volta deles?

É realmente minha escolha ser solteira ou permanecer solteira (são na verdade duas coisas diferentes), mas perturba-me o assegurar de privilégios, que estão a ser confundidos com direitos,que outros tenham, sejam heteros ou não.

Mais ainda me perturba mais que o Estado reconheça apenas essa forma de emocionalidade como válida. Porque é que eu não posso passar procurações médicas a amigos escolhidos a dedo (ou seja, se eu ficar em coma, porque é que são os meus pais a decidir "desligar a máquina" em vez de ser quem eu quero)? porque é que as minhas disposições testamentarias são passadas a ferro no caso de eu ser solteira (se eu morrer os meus pais herdam sempre uma parte independentemente do que está no meu testamento), e um bocadinho mais levadas a sério se eu estiver casada?

Porque é que uma criança só pode ser adoptada por um casal? o que é que há de menos respeitável/ético em pessoas não casadas ou mesmo pessoas sós?

Perturba me ainda mais que não perturbe mais gente ainda, que o Estado esteja a dizer com isto, com a figura do casamento, que todas as outras formas de estar são toleradas, mas não são a certa. e isso incluindo ser solteiro, viúvo, já nem falo de comunas, engenharia social ou famílias estendidas, com relações não monogâmicas ou não... Isso chama-se MONO-NORMATIVIDADE, e trocando por miúdos, é a capacidade das instituições passarem a ferro tudo o que não é considerado normal/mainstream/desejado.

Reconheço sem dúvida nem hesitação o impulso que leva pares que se gostam a casar. E enquanto a lei, a instituição casamento existir, e for assim, ficarei contente por eles e irei festejar com eles em toda a sinceridade. Ficarei, quase em contradição comigo, contente quando os primeiros casais do mesmo género se casarem em Portugal, porque indicará um avanço das mentalidades, e porque os nubentes estarão mais feliz nesse dia do que noutros.

Mas o casamento é um atentado ás liberdades individuais porque nos diz que um individuo só, um cidadão, não é suficiente como entidade e que precisa de se comportar de uma certa maneira para ser completo e útil à sociedade.

Sendo assim sou e serei politicamente sempre e constantemente contra a figura do casamento, por não ter cabidela numa sociedade que se quer igualitária e democrática.

Obrigada por lerem.

Vejam um óptimo artigo sobre o tema, via panteras rosa, aqui:

http://panterasrosa.blogspot.com/2008/09/igualdade-no-acesso-ao-casamento-civil.html

e a telenovela política vai por aqui:

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1343486&idCanal=23


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9.19.2008

Assexualidade I

Tenho tido preguiça em pegar no tema, mas a verdade é que pessoas assexuais teem mais a ver com poliamor do que se pensa (*). Em todos os grupos poly em participei/moderei, houve sempre um relativamente grande contingente de assexuais. Ou pelo menos sentiram se mais à vontade para falarem de si como tais do que fora do grupo.


Fica aqui, como teaser, e pontapé de saída, urtigo interessante sobre o assunto, na primeira pessoa (obrigada ao JP pelo link):

http://www.guardian .co.uk/lifeandst yle/2008/ sep/08/relations hips.healthandwe llbeing

http://www.asexuality.org/

um livro: Human Sexuality and Asexuality


(*) hint: poliamor e desconstrução de papéis de género, de papéis numa relação, ter de ser um bom amante, mas não demais, mas também não de menos...

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9.09.2008

Máxima, Outubro. Entrevista a Antidote

Na Máxima deste mês saiu uma entrevista a "yours trully". Nesta entrevista fala-se de vivência poliamorosa, de activismo poliamor e LGBT, de perspectivas, de sonhos e utopias.

A entrevista não está disponível online, ou seja, quem quiser ler tem de comprar mesmo a "Máxima".

Esta entrevista foi feita já há algum tempo, muita das coisas ditas já não são reais, como quem lê este blog o sabe. As pessoas já não são as mesmas, certas atitudes e regras são outras entretanto, a lista poly_portugal ganhou entretanto uma forte vertente politica dentro de um subgrupo (ver actividades nas Marchas do Orgulho LGBT de Lisboa e Porto), e já não há tantas certezas de uma série de coisas...

No entanto, mesmo com algum tempo pelo meio e com tanta mudança na minha vida, leio a entrevista e continuo a rever-me nela e a sentir que a mensagem mais poderosa não se perdeu, antes pelo contrario, continua lá.

A jornalista, a Isabel Freire, trabalha muito bem, preocupa-se realmente em transpor o que as pessoas entrevistadas dizem em vez de colar o que lhe apetece dizer a uma pessoa que por acaso até foi entrevistada, tal como fizeram alguns dos outros jornalistas com quem já trabalhei/trabalhamos.

Entendo que a peca tem uma qualidade muito acima da média. É opinião, a minha, de quem escreve aqui como amadora e já leu demasiadas peças de mau ou medíocre jornalismo sobre poliamor e não só.

enjoy!

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9.05.2008

Sexparty @ q u e e r - f e m i n i s t D a y s V i e n n a



Alguém me pediu, que sempre que eu soubesse de uma sexparty, que fosse a menos de 2500 kms de Lisboa, ou a menos de 4h de voo, para eu postar aqui.

Da fama que este é um blog desavergonhado, em breve bloqueado pelos smartfilters de empresas de formato neo-hegeliano, ninguém nos vai livrar.
Mais Informação:

Quando: sexta feira (12 de Setembro de 2008) a partir das 21h
Onde: Element 6, Viena de Austria (for female queers and trans*genders)



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9.02.2008

fuckerware, sex party



Sexparty Fuckerware "Sex and Relax"
2008/09/04 - 20:00



sex and relax no ambiente exclusivo do clube welness You need, com piscina, sauna, jacuzzi, massagem, área de jogos, chill-out, e "brinquedos" da Sexclusivitaeten à disposição para serem experimentados.

Clube You nee
Hubertusbaderstr.23, Grunewald.
autocarros X10 ou M29 até á

Joseph-Joachim-Platz.
Admissão35 euros.


mais informação:
http://www.sexclusvitaeten.de

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9.01.2008

q u e e r - f e m i n i s t D a y s V i e n n a


*******www.queerfemtagesind. org****** *www.queerfemtagesind.org* ****

In 15 days, 8 hours, 12 minutes und 23 seconds it is time...no, no European men's football championship, no olympia-spectacle and also no national elections between crap and right-wing total madness, but:

the q u e e r - f e m i n i s t D a y s V i e n n a begin.

Everybody is invited - without regard to age, gender, size of shoe, job, origin, taste, education, hair length, sexuality, income, looks, favourite colour and other (im)possible categories. Come around, speak up, politicise, resist, participate, help, discuss, celebrate, think outside the box, drink, eat, create resistance, have fun, quarrel, be subversive, collectivize yourselves, fret about social conditions, oppose, do it (for) yourselves, question apparent matters of course, just be there!

- When//
From Wednesday 10th September till Sunday, 14th September in Vienna

- Times&Actions/ /
Infocafe. Open Wednesday 12am till Saturday
Workshops. From 11:30am-1:30pm and 2pm-4:30pm and on Saturday 5pm-7:30pm
As well Parties. (Almost) every evening
Open Space. Again and again
Dyke March. Friday at 4 pm
Sexparty. Friday, starting 9pm. At the Element6. For female queers and trans*genders
Counterculture. Right in the middle and in between
Sleeping. Sleepingplace- exchange via wwww.queerfemtagesind.org
Eating. Breakfast daily from 9:30am, community kitchen daily at different places

- Posters&Flyers/ /
Attached with this mail or at http://qft.fsinf.at/texte/material/plakat-buttons-A1-ende.jpg/view or to be collected at the Austrian Student's Union (ÖH) of the University Vienna (9., University Campus Altes AKH; Hof 1, behind the Billa-Supermarket). Paste, distribute, give away, mail, help us to adorn the city!

- Places//
Gewi: Infocafe, Frauencafe, EKH, w23/que[e]r, TüWi, MareaAlta, RosaLilaVilla, H.u.S., Amerlinghaus, PhiloKora, Akademie der bildenden Künste, Element6, Kostnixladen, Prater

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- Do it yourself//
Assistance is called for, with offering sleeping places, with distributing flyers and posters, with spreading the word and forwarding this email, on location with preparing breakfast, brewing coffee, providing directions and cutting onions as well as with intervening in the case of sexist, racist, homophobic,. .. assaults. To make it possible that we can, at least for a few days, create a space, in which such behaviour is not the norm, but self-determination, collectivity and respect for each other is. Hierarchies, inequalities and constraints shall have no place! For people who want to provide help during the days there will be a first meeting on Wednesday, 10.09. at 4pm at the w23/que[e]r. Obviously one can always notify the people at the Infocafe and we will tell you where something needs to be done.

-For all else//
Contact: qft(a)queerfemtagesind.org
More info: http://www.queerfemtagesind.org/

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.en detail.:

THE DAYS: workshops//debates/ /events// counterculture

-Pre-Premiere/ /
Tuesday, 9.9: magazine presentation of Frauensolidaritä t (women's solidarity): Queer in the human rights' discourse

- Prelude//
Wednesday, 10.9. 4pm helping hands-meeting and afterwards movie/tv afternoon on gender roles till open end at the W23/QU[E]ER.
Later: community kitchen, talking, sharing, planning

- Workshops//
11.-13.9. daily from 11am-1:30pm and 2-4:39pm and Saturday also from 5-7:30pm: (specific places and times shortly at: www.queerfemtagesind.org)

Thursday: Indesign-Workshop_ Open Space:Relationship concepts,Polyamory_ Safer
Sex_ wasn't/isn't feminism essentially queer?_trousers- zip-sewingsession

Friday: Open Space:Gender Studies_Grappling_ Alternative Fotolovestory_ InternetSecurity _Desire, Identity,
Body_Screenprinting _4pm:
Dyke March

Saturday: Latent Prostitution_ Men critically (re)viewed_ Creation of Sex?Gender?_ Antisemitism& Gender_Anarchafe minism-Queer Politics-Solidary Economy_Sextoy DIY_Bondage_ Strategies of queer language instruction in
the context of German as foreign language

- Chill-Out//
Sunday, 14.9. 12am in 2nd district, Böcklinstraße 1 / Kurzbauergasse 9 (AKADEMIE DER BILDENDEN KÜNSTE): Filmbrunch, 3pm soccer in the PRATER, 5pm City Walk on Black Austrian History (t.b.c.) 7pm Frauencafe: reading and cosy get-together, farewell

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THE NIGHTS: counterculture/ /get-together/ /parties/ /sexparty

*Prelude: Wednesday evening at the W23/QU[E]ER: community kitchen, talking, sharing, planning
*Thursday 6 pm at the TÜWI: Bildwechsel- Cinema; Barbecue; Ms. Chra (solo), Petra und der Wolf (Concert); Lick me happy (Performance) ; Cabaret TingelTangel (Performance) ; dj_s *Friday 9 pm at the MAREA ALTA: literary queertett, dj_s
*Friday 9pm at the ELEMENT6: sexparty for female queers and trans*genders
*Saturday 7pm at the EKH: community kitchen; Homo-Risk (Performance) ;
Freie Radikale Reduced, A.J.Shanti, Pop:sch [Con Gas], Fatal Attribution Error (t.b.c.) (Concerts); Open Stage; Quote (dj_s)
*Chill out: Sunday 7pm at the Frauencafe: reading and cosy get-together

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...coming soon... the complete programme can be admired soon at our website... coming soon... the exact places, info on accessibility und detailed info on the particular workshops and actions are coming soon... watch out... (city)maps and directions before long... at:
www.queerfemtagesind.org

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- Infocafe and Infopoint//
open from Wednesday 12am till Saturday
GEWI / Unicampus
daily breakfast starting 9:30am
info, networking, meeting place, information desk, chill out
Friday afternoon and evening: community kitchen
You are welcome to participate here as well! If you have flyers,
Booklets or zines, which you want to put on the information desk bring everything
Along and make it public!

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Addresses//
Akademie der Bildenden Künste: 2., Böcklinstraße 1 / Kurzbauergasse 9
Amerlinghaus: 7., Stiftgasse 8
EKH: 10., Wielandgasse 2-4
Element6: 7., Kaiserstraße 95
Frauencafe: 8., Lange Gasse 11
Gewi: 9., Universitätscampus Altes AKH, Hof 2, Spitalgasse 2-4, Tel.:
01-4277-19670
H.u.S.: 1., Rathausstraße 19-21
Kostnixladen/ v.e.k.k.s: zentagasse 26
Marea Alta: 6., Gumpendorferstraß e 28
Philo-Kora: 1., Universitätsstraß e 7, Neues Institutsgebä ude (NIG)
Prater: Prater
RosaLilaVilla: 6., Wienzeile 102
Tüwi: 19., Peter-Jordan 76 / Ecke Dänenstrasse
w23/que[e]r: 1., Wipplingerstrasse 23

***For detailed information and the most current news sneak a peek at
www.queerfemtagesind.org***
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