Post inspirado pela fotografia para a qual alguém me chamou a atencao ontem. A quem interessar possa, foi tirado e com autorisacao dum site muito decente e que nao tem nada a ver com as poucas vergonhas que aqui se discutem, que é o blog da Isabel Boavida (http://blogdabolinha.blogspot.com/), N vezes campea portuguesa de escalada (respeitinho!).O nome da via de escalada na fotografia, nao é, infelizmente, PolyDykes, mas sim Polydeykes, que é o nome grego do heroi Pollux, do lendário par Castor e Pollux. .
Mesmo nao sendo PolyDykes, apeteceu me escrever meia duzia de bitaites. Mas como vou ter de eventualmente trabalhar um pouco, vao ser poucos bitaites, para continuar mais tarde.
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Quando "descobri" o Poliamor, ou essa palavra, ha muitos muitos anos, estava tambem a tentar ser recebida na comunidade lésbica/feminista. Que na altura era tudo menos receptva ao poliamor. Eram anos de grande inseguranca da comunidade, em que se copiava sofregamente (E com atraso) o que se "fazia lá fora" com muito entusiasmo e boa vontade mas sem muito espírito critico, até porque nao havia massa crítica suficiente para a discussao impulsiona esse criticismo.
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Nao quero bater na cena lésbica (nao só portuguesa) de ha uns anitos, devo-lhe muito, quero simplesmente contextualisar.
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O poliamor era muitas vezes visto como uma reintroducao da poligamia, o que é uma contradicao do espirito feminista. E a elevada carga emocional associada ao movimento feministas acabado de (re)comecar (naqueles tempos) tornava difícil explicar ou discutir o conceito em termos abstractos sem cair em discussoes extremamente emocionais e fracturantes.
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Resumindo e baralhando, Back then, PolyDykes seria quase uma contradicao. Algo como um hippie vestido de sargento do exército.
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Entretanto as coisas cresceram. Uma geracao que cresceu fora do fascismo e do medo refrescou a cena, entrou e participou sem se apropriar, criou-se massa crítica, gerou-se vontade de discutir, a discussao tornou se transversal em backgrounds, geracoes, orientacoes e filosofias. Hoje em dia há vários movimentos que seguem diferentes linhas de refleccao e intervencao. É bom.
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Hoje PolyDykes já nao é uma contradicao. já nao faz rir ninguém pelo absurdo.
é bom.
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