1.30.2007
Dona Flor e seus dois maridos
Há imensas referências literárias acerca do tema da nao-monogamia e tudo o que lhe está na origem. Mas conheco poucas em portugues (é também verdade que nao sou uma especialista de literatura em língua portuguesa, e que alguém conhecer mais, eu agradeco IMENSO).
A referência óbvia é o livro de Jorge Amado, Dona Flôr e seus dois maridos.
Toda a gente conhece aproximadamente a história. Dona Flôr enviuva, num domingo de Carnaval, do seu primeiro marido, Vadinho, um estroina jogador e de pouca confianca, mas divertido e um óptimo amante. Casa-se em segundas núpcias com o respeitável Teodoro, um homem de características diametralmente opostas. Com Teodoro, Flôr sente uma seguranca e uma paz que nunca sentiu antes com Vadinho, mas sente falta da farra pegada que vivia com o seu primeiro marido. O nosso benévolo escritor resolve o dilema de dona Flor, e que é um dos paradigmas de muitas relacoes poliamorosas (que uma pessoa nao pode fisicamente preencher todos os nossos anelos - ok, poder pode, mas seria uma aberracao estatística), permitindo a Vadinho visitar a sua esposa no mundo dos vivos, e dando lhe a capacidade muito desejável e conveniente para as críticas do mundo, que é de ser visível só a Flor.
O livro termina com os três a viver harmonisoamente (mesmo que uma das partes-Teodoro- nao o saiba) e sao felizes para sempre. Pormenor interessante é a "batalha cósmica" travada pelos orixás (ver candomblé) defendendo ora a permanência ora o regresso de Vadinho, e em que o ardor do amor de Vadinho é determinante a desiquilibrar a decisao a seu favor, mesmo quando Exu, seu único defensor, perde a batalha.
(Sim, mesmo quando toda a sociedade olha de lado, a gente aqui cá segue "cantando e rindo", com ou sem Exu).
(Nostalgia alarm!!) Alguém se lembra do filme?
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