(nota, a numeração desta serie - quotidiano delirante - não é propriamente lógica)
Quando estamos em baixo ninguém nos pega. Falhanço colectivo. Ou seja, quando mais precisas de companhia, nem sequer os agenda-free crónicos têm tempo para irem beber uma cerveja e aturarem te a dor de corno (quanto mais quererem alguma coisa mais). Até a tia beata te dá tampa se quiseres ir beber chá com ela.
Outros dias demoramos duas horas a fazer os 10 metros entre a pista de dança e o bengaleiro porque somos abordadas por várias que nos querem conhecer. Vai-se la perceber isto..
Outros dias estamos cheias de timidez, não se diz nada de jeito, sentamo-nos à mesa de um bar com as nossas amigas e companheiras de conspiração poliamorosas e não abrimos a boca, e elas parecem não estar interessadas no que tens para dizer... Noutro dia desbravamos abissais distâncias sociais com pessoas que nunca vimos antes e que nos cativaram com um sorriso e uma promessa perfeitamente insignificante.
Outras vezes ainda passamos meses a tentar acabar com a solidão, com esquemas e estratégias, planos e telefonemas, tampas e mais tampas, tomamos iniciativas e levamos mais tampas ainda. E depois.. um dia, do nada, alguém pega num copo de cerveja como se fosse um ceptro, atravessa a pista de dança só para dizer olá e dizer-nos que não quer deixar-nos ir embora sem nos conhecer.
Miséria tão humana, todo este tentar e falhar...
Alegria tão humana, este renascer da esperança ..
....para a menina (V.S.) do ceptro-cerveja.
para outras meninas haverá outras dedicatórias.
(eu devia estar a escrever sobre o Campo Galdério para Gajas Poliamorosas na Turíngia, mas não me apetece)
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