5.02.2007

Schadenfreude?



Recebi recentemente um comentário cheio de "schadenfreude".




perdoem-me usar o alemao, mas nao existe palavra em língua nenhuma que eu fale que descreva tao sucintamente o conceito de "curtir ver os outros na merda" ou mesmo "pimenta no cú dos outros ser refresco". Se alguém se lembrar de uma palavra sinónima em português, ou que use palavras nao escatologicas, que eu, incorrigivel, nao resito a usar, avise.


Em tempos escrevi que sou violentamente criticada por quem nao me conhece. Quando o poliamor nao tem um rosto, é rápidamente categorisado como imoral e sou imediatamente considerada ao nivel da piramide alimentar de quem faz fraudes financeiras, a comer criancinhas ao pequeno almoco ou a roubar carteiras no Rossio. Quando estou a um nível pessoal, as pessoas discutem as coisas comigo de um modo mais humano e justo. Querem pelo menos perceber o meu ponto de vista. Gostava sinceramente de poder discutir a um nível construtivo com essa pessoa (e outras como el@) porque assim com bocas anónimas nao vamos longe. Nem eu aprendo o que quer que seja que me querem criticar, nem essa pessoa aprenderá com a minha experiência (necessariamente distinta da sua, por estarmos em campos opinativos claramente opostos) nem a entender o meu ponto de vista (e de tantos outros).




Achei curioso o tom de quem parece ter-me tomado como exemplo demonstrativo de como todas as relacoes poly só podem falhar. Além de ainda nao ter falhado (mas estamos com grandes problemas, sim), garanto que os problemas que temos nao teem a ver com a natureza poly da constelacao. Fico triste (e furiosa) por saber que anda alguem por aí, que eu nem sequer conheco, que fica contente com a minha (nossa, de 3 pessoas) infelicidade.




Estou aqui e estou disponivel para discutir, desde que a um nível construtivo. Se necessário, arranjamos um/a moderador/a para a discussao.




Is there anybody out there?






5 comments:

  1. Yup, someone is here :)

    Espero que consigam resolver os vossos problemas, e encontrem todos os três a felicidade, uns com os outros. Até prova em contrário, acredito que as pessoas poli podem ser tão felizes (ou infelizes) como quem não o é.

    Beijo grande. Nem toda a gente te odeia ;)

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  2. Obviamente que nem toda a gente vos deseja mal. Agora, uma coisa é certa, têm de aprender a viver com a dor de cotovelo dos outros. Por essas e por outras é que eu aderi à moderação de comentários ( que nunca usei, mas acho que é dissuassora de ofensas e afins). Em minha casa entra quem eu quiser, é o meu lema. Tudo o que vai de encontro aos mais íntimos desejos e receios da pessoas assusta-as terrivelmente, como deves saber. Gostava de trocar umas ideias contigo / convosco.
    Abraço amigável e tudo de bom

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  3. Anonymous7.5.07

    A questão não é ódio... é que nem toda a gente a ama.
    Razão pela qual não quero ir longe consigo, nem a lado nenhum.

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  4. Só um alerta: a Diva traz este mês, número de Junho, um artigo sobre poliamor, muito mas muito desconfiado da coisa. Aguardo os teus comentários.
    E paz, saúde e amor para os três.

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  5. Anonymous10.5.07

    Ora Antidote, que querias? Discutir com gente sobre temas destes! Não aprendeste nada com Santo Agostinho? Esse cá pregava aos peixes, pois eles ouviam-no.
    É muito difícil escrever sobre o poliamor, porque as pessoas não conseguem compreender como é que se pode amar várias pessoas ao mesmo tempo, apesar de o fazerem: há quem tenha sexo com amantes, há quem tenha "anjos" por confidentes. Mas poliamor não!
    Dá para rir. Afinal o poliamor já existe há muito tempo, desde que éramos ainda macacos!
    Ao tomarmos consciência de nós criamos regras, mas esta do poliamor nunca conseguimos respeitar, apesar de se dizer e ensinar que temos de ser fiéis até à morte, mesmo que isso mate a relação.
    Muitos de nós sabem que se houver mais alguém numa relação, pode até reavivar a paixão entre o casal.
    Eu gosto de ouvir dizer que a homosexualidadenão devia existir porque é antinatural. Lol. E então que dizer da fidelidade no mundo natural? Já viram uma cadela fiél? E há homosexualismo na natureza!
    É tudo uma questão de... cultura. Ou de ser tolerante.
    Quem não gosta não faz, pronto.

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