3.28.2007

Queeruption Sexparty @ Ladyfest Wien


Houve varias pessoas a pedir me mais informacao sobre a sexparty em Vienna, e inclusivamente várias pessoas a perguntar me o que é uma sex party.

O link abaixo é auto explanatório, mas resumidamente, uma sex party nao é uma orgia. é uma festa de atmosfera positiva em relacao ao sexo (sex positive) mas com regras de etiqueta muito bem definidas onde as pessoas se movimentam e se conhecem talvez mais depressa de modo a poder sair da festa acompanhada(s) para um lugar mais privado mais depressa ainda. Algumas das regras sao gerais, quase que diria universais e outras dependem da festa em particular em que se está e da real gana de quem organisa (por exemplo, dress code, proibicao ou nao de alcool e drogas, o género - biologico ou nao - dos convivas, o tipo de contacto físico permitido no contexto da festa em si..).

As unicas diferencas que eu encontro em relacao á atmosfera envolvente com uma festa "normal" é que talvez a carga erótica seja maior mas que por outro lado pessoas que se comportem de maneira desagradavel ou insistente sejam postas na rua mais depressa. Se calhar devia comecar a ir só a sex parties para nao ter de aturar as bebedeiras habituais das melgas que nao deviam sair de casa de frente da televisao. .

Ainda nao decidi se vou á festa. Afinal, posso ir e nao sou obrigada a fazer nada que nao queira. Posso ir só beber uma cerveja e ver a bola.


http://plone.ladyfestwien.org/privat/sexualitaet-1/queeruption-regeln/

3.25.2007

o nome das coisas


quando nem se consegue dar nome áquilo que se teme, está o caso muito mal parado.
Neste caso nem sequer se pode falar de hipocrisia das autoridades, pois estas nem sequer conseguem nomear os actos que querem regular. Isso, ou este artigo é mito urbano. Alguem pesquisou??

3.15.2007

Alastramento do HIV no Botswana: comentário a artigo no Publico


No Público de 9 de Marco do corrente saiu um artigo sobre o alastramento do HIV no Botswana. O artigo era um exclusivo Público/Washington Post e deixo vos o link para que os queridos leitores se possam entreter a julgar por sí se eu exagero nos meus comentários ou nao.

Deixo vos por agora o link do Washington Post e em breve acrescentarei o do Publico: de momento nao o faco porque nao tenho conta de assinante necessária á pesquisa de artigos antigos (pelos vistos nao gostam de ser citados):

http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2007/03/01/AR2007030101607.html

Resumindo, o autor, Craig Timberg, comeca por nos descrever uma noite em Francistown. Pessoas convivem, bebem cerveja e eventualmente acabam a noite juntas, disfrutando da liberdade sexual que predomina por diversas razoes nesta regiao do mundo. Os bares vendem preservativos e o nivel económico dos clientes permite a sua compra sem dramas ou dilemas. O tom é já aqui ligeiramente dramático. Em seguida é peremptório: o alastramento do HIV pelo mundo inteiro é sem duvida causado por muitas pessoas terem vários parceiros sexuais. No caso do Boswana parece que estamos a falar de redes que se assemelham a swinging sem necessidade de tal nome. Esquecam a liberdade sexual dos anos 60´s. Pelos vistos a Africa nunca precisou de emancipacao sexual, ao contrário dos bárbaros ocidentais. Depois o reporter avisa nos: a razao pela qual o HIV prolifera em Africa e nao tanto noutras regioes é obviamente devido a estes comportamentos e a solucao mágica é a monogamia e a resultante fidelidade sexual.

Por trás de muitas campanhas de prevencao do HIV em Africa (e que este artigo reflecte, conscientemente ou nao)estao várias ONG americanas (que nao merecem o nome pois sao pagas por dinheiro estadual americano) de orientacao crista que promovem a castidade e a monogamia. O negócio é simples.. Oferecem dinheiro e ajuda logistica na profilaxia de pacientes com HIV e em troca pedem liberdade para fazer a campanha de prevencao nos seus próprios moldes ideológicos. Os governos africanos aceitam, porque lutar contra o HIV precisa de muitos meios e se nao forem eficazes, em poucos anos terao a populacao em idade útil completamente dizimada. É bem conhecida a desinformacao que promovem, em que informacao sobre a eficácia de mecanismos de prevencao como o sexo seguro (inclusivamente o uso de preservativo em relacoes sexuais de qualquer cariz que envolvam penetracao) é relegado para segundo lugar ou simplesmente omitido. Nao posso deixar de me escandalisar com a arrogancia e superioridade cultural implicitas: será que estas associacoes teriam a grande lata de fazer semelhante campanha na Europa ou na América onde muita gente tambem pratica sexo (muitas vezes desprotegido) com várias pessoas e eventualmente espalhando a epidemia? Imaginem semelhantes associacoes a pintarem murais gigantescos nas ruas de Lisboa, Amsterdao, Berlim, Nova York a denegrir a imagem do sexo seguro e a apelar á monogamia: Para mim isto é uma tentativa de impor valores culturais brancos onde eles nao pertencem, noutras palavras, impor cultura branca anglo saxonica (WASP) ás pessoas

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"There has never been equal emphasis on 'Don't have many partners,' " said Serara Selelo-Mogwe, a public health expert and retired nursing professor at the University of Botswana, (..) "If you just say, 'Use the condom' . . . we will never see the daylight of the virus leaving us."


(se isto nao é chamar as pessoas de estupidas - "se lhes explicarmos nao funciona por isso vamos ordenar-lhes lhes o que nós achamos que teem de fazer"- entao nao sei o que é)




É certo que o sexo desportegido é um dos vectores de trasmissao do HIV (e nao o unico). Mas é simplista e perigoso tentar regular algo que passa por decisoes pessoais e por habitos privados. Isto é válido para a Europa, para a África e para o resto do mundo. Penso que se pode capacitar e demonstrar ás pessoas que o sexo seguro (preservativo incluido) é nao só um acto de proteccao mas um acto de responsabilidade social. Mas nao se pode dizer ás pessoas com quem elas devem ter sexo e muito menos passar a mensagem de que o problema é o uso da sua liberdade sexual. Usando um exemplo simplista, um homem HIV+ que faca sexo seguro com 200 parceir@s nao passará tanto o virus como um homem HIV+ que tenha uma ou poucas namoradas fixas numa tentativa de vida monogamica (monogamia em série é o nome correcto). O busilis da questao está no nível de proteccao e nao nos habitos sexuais.




Preocupa me (mais) esta tentativa de regular a vida sexual das pessoas, desta vez com razoes de saúde pública. Preferia ver uma campanha que investisse na responsabilidade e na informacao. Se este modo de pensar perdurar, ainda vamos ter funcionários públicos especialisados a vigiar com quem dormimos por razoes de seguranca do Estado.

3.12.2007

revista Krake #2: Goya, devaneios


Uma pequena contrbuicao minha para a revista Krake. A oferta de cerveja grátis para quem ainda se lembrasse acabou.
A revista Krake é uma fanzine com periodicidade indefinida que compila textos e artes várias de interesse para "mulheres que nao estao de acordo com a natureza", a bem dizer, para a mulher poliamorosoa e indomável. Compila cancoes, poemas, experiencias, ensaios e muito mas mesmo muito autohumor. Se querem saber como extrair o máximo rendimento da agricultura polibiologica, ou duma oficina politecnica, é aqui que devem procurar. O número dois vai sair no fim do corrente mês e pode ser pedido através do link acima.




3.08.2007

Hoje é dia da Mulher

Continua a busca pelos direitos iguais que dizem que já temos mas que nao se notam na prática.
O feminismo é um humanismo. mesmo que os conservadores (see also "white men with glasses") digam o contrário.



3.02.2007

LOT divulgacao: Tertúlia "Diferentes entre diferentes: deficiencia e orientacao sexual"


Pela premência , abrangência e pertinência do tema, fica aqui a divulgacao. Alem de o tema ser interessante per se, vao ser provavelmente abordados temas satélites como por exemplo a negacao da sexualidade da pessoa deficiente ser um sintoma da desistencia dessa pessoa e de como ela nao é levada a sério por quem tem essa perspectiva. Com situacao semelhante sao confrontados os idosos, que nunca teem uma palavra a dizer quando sao internados, sobre se querem ou podem ter um quarto individual e a privacidade que isso permite, ou as pessoas assexuais, que a sociedade prefere classificar como aberrantes e incapazes de relacoes emocionais saudáveis.



Infelizmente, e por culpa de uma má educacao civica (nao de todo) levada a cabo nas escolas, para as pessoas que nunca conviveram de perto com pessoas com deficiencia intelectual, o conhecimento das suas necessidades e potencialidades é infelizmente muito baixo.


Saúdo de pé esta iniciativa. Gostava somente de ver, em lugar de "homossexuais", "outras sexualidades" ou algo parecido. Porque fora da sexualidade mainstrean há outras categorias alem da homosexualidade: bissexualidade, nao monogamia, etc.




TERTÚLIA "DIFERENTES ENTRE DIFERENTES - DEFICIENCIA E ORIENTAاCAO SEXUAL


"Nos dias de hoje, a sexualidade das pessoas deficientes ainda é relegada para segundo plano. Apesar dos estudos e esforços de cientistas e até leigos, ainda subsiste a crença de que os deficientes sمo desprovidos de sexualidade, e mesmo quando se lhes reconhece tal capacidade, esta é muitas vezes considerada como coisa sem importância.


Nesse sentido, os deficientes homossexuais sofrem um duplo preconceito e, ainda mais grave, sofrem-no por parte dos homossexuais por serem deficientes(sem sexualidade) e por outro lado sمo discriminados pela comunidade de deficientes a que pertencem que, apesar de tudo, nمo é imune aos preconceitos que minam a sociedade em que vivemos.


Tendo em conta esta realidade, a sede da Associaçمo Lavrense de Apoio aoDiminuido Intelectual (Aladi) acolhe, no prَoximo sábado, dia 3 de Março, uma tertúlia subordinada ao tema "Diferentes entre Diferentes – Deficiência e opçao sexual".


A tertúlia integra-se no ciclo "Conversas fora do armário" e dentro dos objectivos do Ano 2007 – Ano Europeu da Igualdade de Oportunidade para Todos. O início está marcado para as 15h00.



Trata-se de uma iniciativa conjunta da ALADI e do GRIP (Grupo de Reflexao e Intervençao do Porto) da Associaçمo da ILGA Portugal. No debate participam Clarisse Monteiro (presidente da Criança Diferente/Associaçao de Amigos), David Peres e Tadeu Bengala. O debate será moderado por Eduardo Coelho.