12.22.2006
Sugestao de Natal: Else-Marie and her seven daddies
Para quem acha que um estilo de vida poliamoroso é algo que se deve levar ás escondidas e de preferencia que as criancas nao fiquem a saber, é melhor parar de ler AQUI e JÁ.
Para os outros, fica esta sugestao deliciosa de um livro para criancas com temática poliamorosa: Else-Marie and her seven daddies. Aproveitem o natal para oferecer alguma coisa finalmente inteligente a alguém. Este livro por exemplo.
Else Marie tem sete pais em vez de um. E quando descobre que eles a vao buscar á escola, apercebe se de repente de que a sua vida, que até entao lhe parecia tao normal, nao é como a dos outros meninos.
Lindo. Era isto que eu estava a precisar de ter (empowerment) antes de enfrentar o Natal.
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12.19.2006
Quotideano Delirante II
Mais quotideano delirante.
Se é para continuar a continuar a contar a história da minha vida, ou pelo menos a polihistória da minha vida, talvez seja precisa uma pequena introducao.
Nao esperem encontrar aqui descricoes de grandes borgas e sexo escaldante. Isto é um blog sobre poliamor e nem sempre isto tem implicacoes a nivel de libertinagem ou sexo. Por isso, quem quer ler tais descricoes é melhor ir para outra freguesia. Nao quer dizer que nunca me tenha acontecido alguma história bastante rocambolesca, daquelas em que uma pessoa se esconde dentro do armário ou no parapeito da janela. Mas nao é essa a ideia deste blog. A ideia é desdramatisar o conceito de poliamor. Somos normais, sabiam? Ou tao normais ou anormais como os nao poliamorosos.
Sou uma mulher. Identifco me como uma lésbica - bi. Quem me quiser chatear acerca desta aparente contradicao, pode escrever directamente para dev/null, essa grande caixa postal. Idem para todas as tentativas de categorisacao e maintreamisacao, principalmente em questoes de género. Bi e hetero definem uma prefêrencia sexual. Lésbica define um perfil social e político. Sou adulta. Maior. Vivo uma relacao em V. Um V fechado, que nao está aberto a novas pessoas. Um homem, uma mulher. Já vivi um triângulo. Nao resultou. Foi uma história que durou 3 anos e que evoluiu para uma situacao diferente por razoes "naturais", ou seja, por razoes alheias a ser uma relacao "nao convencional", nao monogâmica.
Todas as historias de "quotideano delirante" que eu escrever aqui serao garantidamente verdadeiras, nao imaginadas e especificas á minha vida numa relacao nao monogâmica.
Espero que essas histórias tenham interesse para outras pessoas, quer sejam poliamorosos ou nao. E obrigada por lerem.
(curtam uma personagem poly: Amelia Earhart
http://news.nationalgeographic.com/news/2001/05/images/0828_wireamelia1.jpg)
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12.10.2006
Polyamory Records
No outro dia descobri na wire, para minha surpresa, que existe um editora de nome Polyamory (http://www.geocities.com/sunsetstrip/1590/). Fundada por James Toth e Tovah Olson, esta editora, infelizmente em coma desde Dezembro de 2005, tem alguns nomes de grande qualidade no seu catálogo, como Thurston Moore, Wooden Wand & the Vanishing Voice, Japanther ou Wolf Eyes. Uma típica empresa do underground americano, começou como um veículo para os seus fundadores lançarem a sua música, que Tovah admitiu ser na altura muito "naive". A maioria das suas edições foram feitas em cassete ou CD-R gravados e empacotados pelos donos. Mais tarde cresceu e adquiriu um certo prestigio na comunidade da música noise norte americana. Acabou por estancar, principalmente devido à distância física entre James e Tovah, que criou dificuldades na coordenação das actividades. Ambos continuam a fazer música e cada um criou uma nova editora própria, Mad Arab do James e Tovinator da Tovah .
De onde surgiu o nome "Polyamory" só os próprios poderiam esclarecer e eu não tenho lata para lhes perguntar por email, sou demasiado tímido. Ambos casaram-se recentemente. Tovah com John Olson dos Wolf Eyes, que romanticamente lhe enviou por correio o seu microfone preferido. Pode-se portanto presumir que eles não sejam poliamorosos. As minhas buscas na rede não confirmaram nem que fossem ou não fossem, alguma vez tenham sido, ou sequer qualquer opinião expressa por eles acerca do assunto.
Seja como fôr, fica o registo. Entretanto investiguem a música que eles fazem, é tão desafiante como o tema deste blog, o poliamor.
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De onde surgiu o nome "Polyamory" só os próprios poderiam esclarecer e eu não tenho lata para lhes perguntar por email, sou demasiado tímido. Ambos casaram-se recentemente. Tovah com John Olson dos Wolf Eyes, que romanticamente lhe enviou por correio o seu microfone preferido. Pode-se portanto presumir que eles não sejam poliamorosos. As minhas buscas na rede não confirmaram nem que fossem ou não fossem, alguma vez tenham sido, ou sequer qualquer opinião expressa por eles acerca do assunto.
Seja como fôr, fica o registo. Entretanto investiguem a música que eles fazem, é tão desafiante como o tema deste blog, o poliamor.
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12.08.2006
Quotideano delirante, I
Ando sem assunto, e sem tempo para desenvolver as ideias que tenho no meu bloco de rascunhos para este blog.
Mas seguindo a sugestão da L (http://fishspeaker.blogspot.com), vou deixar cair algumas historias de faca e alguidar do meu quotidiano como pessoa poliamorosa, como pessoa que é poliamorosa de uma maneira relativamente assumida para o mundo exterior (e histerior).
Já todos nós fomos ao hospital, uma vez ou outra. E já todos nós tivemos que deixar acompanhantes á porta, ou só levar uma pessoa, o tal quase ignominioso "familiar próximo", parábola para maridos e mulheres..
Tive recentemente um grande susto (uma visita aconchegante da Cordylobia anthropophaga), e tive a sorte de ser duplamente acompanhada. Tive o privilégio de ter duplo acompanhamento, de saber que quando estive a ser operada que ninguém estava só, a sofrer por minha causa, na sala de espera. Tive o privilégio de os médicos não levantarem muitas ondas quando os consultórios ficaram mais cheios do que o habitual (grandes risotas naqueles consultórios, quando a dita Cordylobia anthropophaga se deixava ver). Após 5 médicos (um dos quais fugiu do consultório aos berros quando percebeu o que tinha em mãos) e uma pequena cirurgia, a recordação que tenho deste dia é uma jantarada bem disposta e bem regada ao fim do dia, e momentos de apreensão mas tranquilos e cheios de amor.
Gosto muito da minha vida a três.
(Daqui a uns tempos recontarei esta historia na sua enorme vertente cómica. Referencia: Cordylobia anthropophaga)
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Mas seguindo a sugestão da L (http://fishspeaker.blogspot.com), vou deixar cair algumas historias de faca e alguidar do meu quotidiano como pessoa poliamorosa, como pessoa que é poliamorosa de uma maneira relativamente assumida para o mundo exterior (e histerior).
Já todos nós fomos ao hospital, uma vez ou outra. E já todos nós tivemos que deixar acompanhantes á porta, ou só levar uma pessoa, o tal quase ignominioso "familiar próximo", parábola para maridos e mulheres..
Tive recentemente um grande susto (uma visita aconchegante da Cordylobia anthropophaga), e tive a sorte de ser duplamente acompanhada. Tive o privilégio de ter duplo acompanhamento, de saber que quando estive a ser operada que ninguém estava só, a sofrer por minha causa, na sala de espera. Tive o privilégio de os médicos não levantarem muitas ondas quando os consultórios ficaram mais cheios do que o habitual (grandes risotas naqueles consultórios, quando a dita Cordylobia anthropophaga se deixava ver). Após 5 médicos (um dos quais fugiu do consultório aos berros quando percebeu o que tinha em mãos) e uma pequena cirurgia, a recordação que tenho deste dia é uma jantarada bem disposta e bem regada ao fim do dia, e momentos de apreensão mas tranquilos e cheios de amor.
Gosto muito da minha vida a três.
(Daqui a uns tempos recontarei esta historia na sua enorme vertente cómica. Referencia: Cordylobia anthropophaga)
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