Em Janeiro escrevi com muito gusto sobre a gestão do tempo em cenários poly e acabei a divagar sobre os direitos que muitas vezes nos arrogamos sobre o tempo dos nossos amores. Pensei em escrever hoje sobre o sexo, dentro do mesmo ponto de vista, mas na verdade a argumentação é extensível a todas as coisas desejáveis e desejadas passiveis de levarem com um verbo "ter" conjugadinho em cima. Os meus e teus. O meu direito a ter sexo contigo. As tuas férias que não passaste comigo mas sim a ver futebol. O fim de semana que guardei para darmos banho ao cão juntos.
A frasezinha que mais gostei ao reler esse texto foi esta:
"O conceito que talvez seja muito revolucionário, e bastante divulgado em meios poly, é que o tempo é uma coisa nossa. Não pertence a mais ninguém, nem ninguém tem direitos especiais acerca do nosso tempo, independentemente de ser ou não nosso parceirx ou amigx ou chefe de departamento."
é indiscutível que o sexo não é propriedade, nem algo a ser negociado como algo que sequer possamos arrogar controlar. Se eu disser que sim, que todos nós já caímos nesta armadilha, caem-me todos em cima a dizer "que não, que não é possível". Mas quantos de nós lêem artigos acerca da saúde sexual duma relação estar relacionada com a atividade sexual, ou se justificam brigas porque alguém nega sexo. ou o famoso "Querida, estamos a ter pouco sexo" (a resposta óbvia, que me passa sempre pela cabeça "querido, fala por ti, eu estou a ter o sexo exactamente que quero. Quando muito TU estás a ter pouco sexo, e é o teu problema), que eu nem sequer imagino a resposta que tenta provocar (uma queca por compaixão? uma queca para salvar o casamento? uma queca pela saúde mental?).
E isto sem pegar na birra de que todos os polyamorosos sao umas bestas obcecadas por sexo...
Claro que o leitmotiv que articula todas estas perguntinhas é o conjunto de (1) ideia de que uma relação se constrói no sexo, e que (2) uma pessoa tem de preencher todas as nossas necessidades, afetos e anseios, desde o gosto pela formula 1, passando pelo sexo, até ao colecionar de porcelana da Saxónia.
Como nos livrarmos disto, no dia a dia, e como não resvalar para um esquema que está muito bem gravado dentro de nós, é a pergunta que vos ponho com sinceridade hoje.
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A frasezinha que mais gostei ao reler esse texto foi esta:
"O conceito que talvez seja muito revolucionário, e bastante divulgado em meios poly, é que o tempo é uma coisa nossa. Não pertence a mais ninguém, nem ninguém tem direitos especiais acerca do nosso tempo, independentemente de ser ou não nosso parceirx ou amigx ou chefe de departamento."
é indiscutível que o sexo não é propriedade, nem algo a ser negociado como algo que sequer possamos arrogar controlar. Se eu disser que sim, que todos nós já caímos nesta armadilha, caem-me todos em cima a dizer "que não, que não é possível". Mas quantos de nós lêem artigos acerca da saúde sexual duma relação estar relacionada com a atividade sexual, ou se justificam brigas porque alguém nega sexo. ou o famoso "Querida, estamos a ter pouco sexo" (a resposta óbvia, que me passa sempre pela cabeça "querido, fala por ti, eu estou a ter o sexo exactamente que quero. Quando muito TU estás a ter pouco sexo, e é o teu problema), que eu nem sequer imagino a resposta que tenta provocar (uma queca por compaixão? uma queca para salvar o casamento? uma queca pela saúde mental?).
E isto sem pegar na birra de que todos os polyamorosos sao umas bestas obcecadas por sexo...
Claro que o leitmotiv que articula todas estas perguntinhas é o conjunto de (1) ideia de que uma relação se constrói no sexo, e que (2) uma pessoa tem de preencher todas as nossas necessidades, afetos e anseios, desde o gosto pela formula 1, passando pelo sexo, até ao colecionar de porcelana da Saxónia.
Como nos livrarmos disto, no dia a dia, e como não resvalar para um esquema que está muito bem gravado dentro de nós, é a pergunta que vos ponho com sinceridade hoje.
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