11.26.2006

"Alternativas" á "Monogamia" IV: pular a cerca

Desta vez não me esqueci das aspas. Nesta série "Alternativas á Monogamia", nem sempre me mantive no tema das alternativas propriamente ditas, muitas vezes podiam ser complementos. Deixo aos leitores interessados a tarefa de identificarem quais são quais.

No caso de hoje as aspas são pertinentes e obrigatórias, nem havia como me esquecer delas: Nem o que mostro hoje é uma alternativa, nem quem o considera usar é verdadeiramente monógamo.

Já sabemos que há pessoas que se consideram extremamente morais e monogâmicas, e que no entanto mantém relações paralelas, quer puramente sexuais, quer emocionais, quer puramente por status quo ou por desafio ás regras. Whatever. A monogamia de fachada é sobejamente conhecida, e nem sequer vale a pena bater mais no ceguinho.

O que eu achei particularmente divertido no que vos quero mostrar hoje, é que há pessoas que praticam a tal monogamia de fachada, certo, mas que são tão incompetentes que até precisam de agências, pagas, para o/as ajudar a "pular a cerca". Estas agências, que pululam na internet, alem do já corriqueiro (e não necessariamente mau) serviço de contactos (dating) muitas vezes ajudam com conselhos práticos acerca de como o fazer e gerir e oferecem naturalmente a discrição desejada.

Procurei uma ao acaso, e descobri uma lista de preços inacreditável. Homens pagam cerca de 100 Eu por ano, mulheres lésbicas um pouco menos, e mulheres hetero não pagam de todo. Vou resistir à tentação feminista de comentar esta pressão do mercado. Vou simplesmente apontar que o número de membros, desta agência de muitas, ronda algumas centenas de milhar. Não consigo sequer estimar o total de utentes de todas as agências existentes.

E esta é a malta que diz que eu tenho uma vida imoral...

www.direct-date.de/seitensprung-agentur

http://www.dannaweb.de/anmeldung.php?mg=unbeg&gesch=pa


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11.21.2006

Alternativas á monogamia III: Quirky Alone

Tenho mantido este blog escrevendo essencialmente sobre poliamor em todos os seus aspectos, mesmo aqueles que não vão de encontro á situação particular que vivo, mas gosto também de ir além do tema poliamor per se e de apontar todas as situações em que o paradigma monogâmico tenta marginalizar (mais ou menos) quem nele não se encaixa, seja por ser poliamoroso, seja por dizer as coisas duma maneira demasiado honesta que desafia as aparências, seja por rejeitar todo aquele sistema de valores que vem com o pacote.

A terceira alternativa á monogamia que vos quero chamar a atenção é simplesmente ficar sozinho. Single, sozinho, solteiro... Ficar sozinho também desafia as normas. Ficar "orgulhosamente só", por escolha. Ficar sozinho mas rejeitando a pressão social para se "arranjar alguém", rejeitando a neurose e o estigma social que acompanha quem fica sozinho. A conclusão mais frequente é que, uma vez que ninguém, obviamente, fica sozinho por escolha própria, é porque de certeza nao é boa pessoa, ou é um granda chato.

É difícil de encaixar a muito boa gente que há quem fique sozinho por escolha. Pessoas com uma vida preenchida socialmente ou com paixões especificas e absorventes por determinados temas e ou actividades talvez não estejam propriamente infelizes por estarem sozinhos. Talvez haja quem voluntariamente decida não ter uma relação (ou mais).

A mim o que me saltou á vista foi o alivio imediato da tentação de se saltar para a próxima relação de modo acrítico só porque está sozinho.

Desafio vos a darem uma vista de olhos pelos Quirky Alone. É bastante ilustrador.

http://quirkyalone.net/qa/

http://www.todolistmagazine.com/quirkylikeus.html

http://en.wikipedia.org/wiki/Quirkyalone


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11.07.2006

Alternativas á monogamia II: Swinging, Comunidade electrónica portuguesa




Sem querer recomeçar a grande discussão swinging versus poliamor, mas tendo em conta que é um tópico relacionado (para não mencionar que muita gente desagua no poliamor via curiosidade por práticas próximas do swinging) limito me a anunciar que existe um portal dedicado à crescente comunidade swinger portuguesa.

http://www.swingersportugal.com/

11.01.2006

Alternativas á monogamia, I: Cuddling Parties


Queria falar de uma alternativa não literalmente poli à monogamia. Há mais a caminho.

Soube disto numa apresentação/discussão sobre poliamor e alternativas à monogamia que fui apoiar. As cuddling parties, seu conceito e modus operandi, foram apresentados como uma das alternativas (menos conhecidas) à monogamia standard. Em seguida foi apresentada a agenda local de cuddling parties.

O link que vos deixo é o artigo da wikipedia anglófona. Deixo aos leitores e leitoras interessados o trabalho de casa de descobrir a agenda de cuddling parties para o local onde vivem (ou caso esta agenda ainda não exista, sugiro a tarefa sem dúvida ainda mais interessante de as organizar ;-))

Resumindo o modo de funcionamento:
Imaginem uma festa em que o fio condutor é poder facilmente, sem obrigatoriedade, conhecer pessoas e ter um contacto físico a um nível bastante satisfatório e eventualmente carinhoso sem haver pressões para existir um "a seguir". Ou seja, metade das pressões que bloqueiam muitos contactos são neutralizadas à partida. nao tem de haver um "a seguir", não tem de haver sexo, não tem de haver um contacto posterior. Para isso há um conjunto de regras e um conjunto de pessoas (coachers) que verificam que as regras são cumpridas. Estes coachers não são policias, defini-los-ia mais como DJs ou barmen, pessoas que mantém uma festa a funcionar.
(alguém tem uma tradução decente para português do conceito? comentários?)