1.11.2006

O filme: LOVE = ME3

Este filme vimos nós os três, numa sala de cinema completamente vazia excepto por nós, a rirmo-nos perdidamente, com os pés em cima da cadeira em frente, e uma cerveja na mão cada um.

A história nao tem nada que saber. Um triângulo. Um gajo, duas gajas. Nada de grandes originalidades, tipo uma gaja e dois gajos, ou três gajas, que é para nao abanar o "estabelecimento", não se vá chocar muitos pilares da sociedade duma só vez. Como é que eles lidam com os problemas de erosão do dia a dia. Nada de esotérico ou conflituoso. Mas marca pontos pelos bons exemplos escolhidos.

O filme é bastante superficial. Tem momentos bons e que penetram bem fundo em quem já passou por situações semelhantes, e outros quase embaraçosos por serem tão "filme amador".

Por outro lado, é subtil que o filme pegue precisamente no quotideano. O quotideano é o grande assassino de relações, monogâmicas ou não. Não o desprezem. Ele está lá e tem todo o tempo do mundo para vos apanhar.

Esta sessão de cinema (nao necessariamente o filme) ficará sempre na minha memória como um dos dias mais bonitos da minha vida. Estávamos os três juntos e não tinhamos vergonha. As coisas corriam bem. Divertiamo-nos juntos. Aprendiamos. Depois mais tarde isso tudo mudou (não acabou). Mas acho que ninguém se arrependeu.

http://www.loveme3.com/
LOVE = ME3

uma das criticas a "LOVE = ME3"

Obrigada a nós mesmos por termos descoberto este filme juntos.

1.06.2006

Passado

Ela está em baixo. Coisas passaram-se na noite anterior.

Perguntou como estavas.
Eu disse-lhe que estavas mal, a entrar num processo de auto-detruiçãoo. Que não te conformavas.
Ela disse que eu tenho que te ajudar.
Eu fiz-lhe ver a minha impotência.
Ela perguntou como te podia te ajudar.
Eu fiz-lhe ver a impotência dela. Poderia sempre dar mais do que dá. Mostrar o que ela gosta de ti. Ser mais que uma amiga. Disse-lhe que tu nao suportavas que ela fosse mais uma "Margarida".
Ela diz que só consegue ter a intimidade que tinham com a pessoa com quem está. (Mal estaria eu com a Anna, se assim comigo fosse.) Que não cosegue dar mais que dá.
Eu perguntei-lhe se era tudo o que tinha ficado.
Ela disse que é assim que sente agora. Não sabe como será no futuro.
Eu disse-lhe então que arranjasse maneiras de falar contigo e fazer-te sentir especial no quadro que conseguisse.
Ela disse que é o que tenta, mas não consegue.
Eu disse-lhe que achava estranho, depois do que se passou, ela desligar-se tanto.
Ela disse que a soluçãoo a três nunca daria, mesmo achando que eu era uma pessoa especial, e que se fartou de um ano a ouvir promessas. Está cansada.
Eu disse-lhe para ela me ligar sempre que precisasse de alguma coisa, de falar.
Ela disse para eu fazer o mesmo.

"Bem Aventurada Infidelidade", um livro

Obrigada á Nina pela sugestão :-)


"Bem-aventurada infidelidade", de Paule Salomon, 2003

"No século XXI a fidelidade talvez não seja já uma virtude, fonte de felicidade e estabilidade, mas sim um medo a abrir-se aos outros, a autorizar-se o desejo e a afirmação de si mesmo. E a infidelidade, ou poli-fidelidade, pode ser concebida não como um factor que perturba a
paz conjugal, mas sim como fidelidade a nós próprios. Em
Bem-aventurada infidelidade Paule Salomon explora, em inúmeros exemplos extraídos da sua experiência como terapeuta, esse obscuro e secreto continente do íntimo e da paixão, do desejo e do ciúme."

ver: http://www.paulesalomon.org

Edição francesa: Bienheureuse Infidélité, Paule Salomon, Editions
Albin Michel, Collection Essais, 2003, 260 p., 18.90€

Edição espanhola: Bienaventurada Infidelidad, Paule Salomon, Editorial
Obelisco, Colección Nueva Consciencia, 2005, 256 p., 11€