Berlim tem sempre que bater o pé e ser especial em tudo e mais alguma coisa, ergo não tem apenas um desfile CSD (Marcha do Orgulho) mas tem logo dois de uma assentada. Ontem foi o "grande" com 10.000 pessoas e com o tema "Normal é outra coisa", e sabe deus o que eles querem dizer com isso. O "pequeno", alternativo, e mais centrado em temas mal amados como identidades trans* ou minorias migrantes e/ou étnicas dentro da comunidade LGBT, é daqui a uma semana (http://transgenialercsd.wordpress.com/) e atrai geralmente menos gente, mais policia e faz bastante mais ondas.
Não há amor a camisola nenhuma que me tirasse ontem de casa. Não saio à rua para festejar nem manifestar me pelo casamento gay, ou por temas de luxo para uma camada gay que não é queer e que passa a ferro problemas bastante prementes. Só eu sei porque fico em casa. Curiosamente, dentro do meu circulo de amigos e conhecidos, que vivem de modo perversos e/ou não monogâmico, conheço muito poucxs que tenham ido. E xs que foram, foram pela festa e pelo convívio, como quem vai a uma churrascada. ou a um jogo de futebol. Só eu sei porque fico em casa.
Judith Butler recusou ontem o prémio da coragem cívica que lhe foi atribuído pela organização do CSD. Alegou que o CSD "grande" se tornou um evento comercial, que ignora assuntos como identidades trans*, que não aborda nem defende os direitos de queers migrantes ou minoritários. E digamos, que estes dois temas são exemplos, há mais, mas são exemplos tão grandes, que quem os ignora está a fazer um exercício nada académico de cegueira voluntária.
Mais do mesmo:
http://www.catch-fire.com/2010/06/good-job-judith-butler-turns-down-gay-pride-award/
Fica a questão, pertinente também depois do Orgulho em Lisboa, de "a quem pertencem as marchas do orgulhos".
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Não há amor a camisola nenhuma que me tirasse ontem de casa. Não saio à rua para festejar nem manifestar me pelo casamento gay, ou por temas de luxo para uma camada gay que não é queer e que passa a ferro problemas bastante prementes. Só eu sei porque fico em casa. Curiosamente, dentro do meu circulo de amigos e conhecidos, que vivem de modo perversos e/ou não monogâmico, conheço muito poucxs que tenham ido. E xs que foram, foram pela festa e pelo convívio, como quem vai a uma churrascada. ou a um jogo de futebol. Só eu sei porque fico em casa.
Judith Butler recusou ontem o prémio da coragem cívica que lhe foi atribuído pela organização do CSD. Alegou que o CSD "grande" se tornou um evento comercial, que ignora assuntos como identidades trans*, que não aborda nem defende os direitos de queers migrantes ou minoritários. E digamos, que estes dois temas são exemplos, há mais, mas são exemplos tão grandes, que quem os ignora está a fazer um exercício nada académico de cegueira voluntária.
Mais do mesmo:
http://www.catch-fire.com/2010/06/good-job-judith-butler-turns-down-gay-pride-award/
Fica a questão, pertinente também depois do Orgulho em Lisboa, de "a quem pertencem as marchas do orgulhos".
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