Um pouco fora de época já, e ainda nem sequer o vi, tempus fugit
Mas "polies" e "nao polies" que o viram dizem que o filme, principalmente os diálogos sao mais do que poly q.b.. Nao se pode dizer que a(s) relacao/oes que o filme retrata sao poly, ou pelo menos eu tenho dificuldade em dizer que ha um real triângulo em desenvolvimento, mas as aproximacoes sao suficientes para que os diálogos se tornem pertinentes.
Vicky Cristina Barcelona
Duas amigas a passar férias em Espanha interessam-se pelo mesmo homem, um pintor, sem saber que a ex mulher dele, com quem ele tem uma relacao turbulenta, está prestes a fazer uma rentrée...
resumo (com spoilers):
http://www.imdb.com/title/tt0497465/synopsis
3.23.2009
3.15.2009
De que falamos quando falamos sobre ou somos lésbicas...
De que falamos quando falamos sobre ou somos lésbicas...
(texto submetido para a "Bixana", zine das Panteras Rosa, de Fevereiro 2009)
Lésbicas, lésbicas..
O pressuposto de qualquer boa e frutuosa discussão é que os presentes concordem com o tema, com a tese da discussão, e com as definicoes. Mas lésbica é daquelas palavras que tem tantos significados, alguns dos quais em contradição concreta ou teórica, que ficamos todos com dores de cabeça, antes sequer de concordar acerca do seu significado.
Ora vejamos... Alem do óbvio lésbicas como nativas de Lesbos ou frases poéticas com n-silabas, lésbicas podem ser mulheres que se sentem atraídas por outras, ou mulheres, biológicas ou não, que concretizam essa atracção. Encontramos a velha disputa se a praxis é que define um sujeito ou nao, ou se a identificacao com um conceito ou uma possibilidade. Podem inclusivamente ser mulheres que nem têem atracção nem tencionam vir a ter, mas defendem que essa atracção é legitima e merecedora de respeito. Lésbicas são também, segundo alguns, personagens que aparecem em filmes pornográficos mainstream heterosexuais para titilacao do espectador.
São lésbicas as ultra femininas e bem comportadas meninas da L-word para consumo familiar? São lésbicas as mulheres que negam a estética feminina como ferramenta de opressão patriarcal, e (para alguns, horror, pranto e ranger de dentes), recusam a depilação, as saias e as pinturas ? Continuam a ser lésbicas as mulheres que dormem com homens? Esporadicamente? E regularmente? E as lésbicas assexuais? É lésbica a mae de familia que um dia decide que se calhar "é por ali" a sua felicidade? Na minha opinião de pessoa pouco letrada em linguística e filologia é, todas são lésbicas, sim.
Ser lésbica é uma identificacao com um conceito, que nao é só sexual, mas sim emocional, social e até mesmo politico. Nem sempre tudo ao mesmo tempo, e nem sempre para toda a gente. Mas por favor, especifiquem que definição de lésbica está a ser usada em qual contexto.... Muitos mal entendidos acontecem em discussoes, muitas vezes de consequencias tantalisantes e graves, é que as definicoes nao sao clarificadas. Usa-se em discussoes politicas definicoes que dizem respeito à vida pessoal e vice-versa. Desconfirmam-se pessoas nao pelas suas ideias mas pela sua praxis pessoal, etc.
As lésbicas sempre estiveram na moda, no sentido que sempre, em qualquer das definicoes, sempre despertaram escândalo, tolerância, desejo, impatia. medo, ou interrogacoes, ou tudo isto em simultâneo. Simplesmente agora, nos nossos dias, por um lado o acesso á informacao e mesmo à discussao politica foi democratizada pela internet, e por outro, actuais discussões politicas (Quer acerca de direitos lgbt quer através de temas feministas ou a muito premente discussao sobre o alargamento do casamento) trouxeram a palavra para a ribalta, mesmo em meios em que á partida a palavra dificilmente entrava, "do Minho a Timor". Ha adultos que aprenderam apenas recentemente a palavra "lésbica".
Sendo assim, há apenas que retirar desta pequena escrita, não apenas a variedade filológica por detrás da palavra, mas também a implícita variedade humana debaixo do guarda chuva lésbico. Há lésbicas feministas, anti feministas, de esquerda, de direita, cooperantes, irreverentes, mainstream, camionistas, separatistas, integrantes, transgénero, hipersexuais, assexuais, pilosas, depiladas, politicas apoliticas, armariadas, assumidas, orgulhosas, descaradas, monogâmicas, promiscuas, covardes, corajosas, femininas, masculinas... O que sempre vai haver é a tentativa de pigeonholing, de nos meterem numa linda gavetinha com uma etiqueta cá fora com a esperanca de que nos comportemos de acordo com a dita. "As lésbicas são assim ou assado". Mas como podem ver, tal "gavetisacao" está destinada ao fracasso.
(texto submetido para a "Bixana", zine das Panteras Rosa, de Fevereiro 2009)
Lésbicas, lésbicas..
O pressuposto de qualquer boa e frutuosa discussão é que os presentes concordem com o tema, com a tese da discussão, e com as definicoes. Mas lésbica é daquelas palavras que tem tantos significados, alguns dos quais em contradição concreta ou teórica, que ficamos todos com dores de cabeça, antes sequer de concordar acerca do seu significado.
Ora vejamos... Alem do óbvio lésbicas como nativas de Lesbos ou frases poéticas com n-silabas, lésbicas podem ser mulheres que se sentem atraídas por outras, ou mulheres, biológicas ou não, que concretizam essa atracção. Encontramos a velha disputa se a praxis é que define um sujeito ou nao, ou se a identificacao com um conceito ou uma possibilidade. Podem inclusivamente ser mulheres que nem têem atracção nem tencionam vir a ter, mas defendem que essa atracção é legitima e merecedora de respeito. Lésbicas são também, segundo alguns, personagens que aparecem em filmes pornográficos mainstream heterosexuais para titilacao do espectador.
São lésbicas as ultra femininas e bem comportadas meninas da L-word para consumo familiar? São lésbicas as mulheres que negam a estética feminina como ferramenta de opressão patriarcal, e (para alguns, horror, pranto e ranger de dentes), recusam a depilação, as saias e as pinturas ? Continuam a ser lésbicas as mulheres que dormem com homens? Esporadicamente? E regularmente? E as lésbicas assexuais? É lésbica a mae de familia que um dia decide que se calhar "é por ali" a sua felicidade? Na minha opinião de pessoa pouco letrada em linguística e filologia é, todas são lésbicas, sim.
Ser lésbica é uma identificacao com um conceito, que nao é só sexual, mas sim emocional, social e até mesmo politico. Nem sempre tudo ao mesmo tempo, e nem sempre para toda a gente. Mas por favor, especifiquem que definição de lésbica está a ser usada em qual contexto.... Muitos mal entendidos acontecem em discussoes, muitas vezes de consequencias tantalisantes e graves, é que as definicoes nao sao clarificadas. Usa-se em discussoes politicas definicoes que dizem respeito à vida pessoal e vice-versa. Desconfirmam-se pessoas nao pelas suas ideias mas pela sua praxis pessoal, etc.
As lésbicas sempre estiveram na moda, no sentido que sempre, em qualquer das definicoes, sempre despertaram escândalo, tolerância, desejo, impatia. medo, ou interrogacoes, ou tudo isto em simultâneo. Simplesmente agora, nos nossos dias, por um lado o acesso á informacao e mesmo à discussao politica foi democratizada pela internet, e por outro, actuais discussões politicas (Quer acerca de direitos lgbt quer através de temas feministas ou a muito premente discussao sobre o alargamento do casamento) trouxeram a palavra para a ribalta, mesmo em meios em que á partida a palavra dificilmente entrava, "do Minho a Timor". Ha adultos que aprenderam apenas recentemente a palavra "lésbica".
Sendo assim, há apenas que retirar desta pequena escrita, não apenas a variedade filológica por detrás da palavra, mas também a implícita variedade humana debaixo do guarda chuva lésbico. Há lésbicas feministas, anti feministas, de esquerda, de direita, cooperantes, irreverentes, mainstream, camionistas, separatistas, integrantes, transgénero, hipersexuais, assexuais, pilosas, depiladas, politicas apoliticas, armariadas, assumidas, orgulhosas, descaradas, monogâmicas, promiscuas, covardes, corajosas, femininas, masculinas... O que sempre vai haver é a tentativa de pigeonholing, de nos meterem numa linda gavetinha com uma etiqueta cá fora com a esperanca de que nos comportemos de acordo com a dita. "As lésbicas são assim ou assado". Mas como podem ver, tal "gavetisacao" está destinada ao fracasso.
3.13.2009
Ad: Sexworker open university @ London
Cada vez se fala mais, e cada vez é mais pertinente. Cada vez se torna mais importante discutir estes temas ao nivel de todos os sectores da sociedade. Entendo que este evento pode ser interessante nao só para o seu definido publico alvo.
http://sexworkeropenuniversity.blogspot.com/
Ripado do site:
..................................................................................................................................
The Sex Worker Open University project brings together sex workers, academics, activists, artists and allies to explore the richness, diversity and contradictions of the sex industry. We want to give a voice to sex workers, whose lives are too often stereotyped and voices too often silenced. We want to challenge media sensationalism, which, hand in hand with the UK government, often represent us as victims or criminals.
Some politicians, religious representatives and part of the feminist movement claim that all sex workers are victims and that all sex work is violent or immoral. But many sex workers are feminists and we support the right of all consenting adults to express our sexuality as we wish and to enjoy the same rights as other workers.
For many of us, sex work is a choice.
We are full member of this society, with skills and abilities, whether erotic massage, healing, BDSM, acting and performance skills, entrepreneurial talents, strip tease or a compassionate, attentive and non-judgmental ear.
We know that in the sex industry there are, like in many other parts of the service industry, forms of abuse, exploitation and violence. We also experience every day how criminalisation increases our vulnerability and oppression.
We refuse to let the issue of trafficking be used to criminalise us all, and we fight for support for all migrants as well as victims of
trafficking and against their deportations.
We support the right of any woman, man and transgender person to exit the sex
industry, and see the core problems for many who wish to exit not as sex work itself but poverty, lack of education, domestic violence and the criminalisation of drug users.
Our time has come. A society that recognises, accepts, respects and values sex workers is a fairer and more mature society. Join us at the Sex Worker Open University!
http://sexworkeropenuniversity.blogspot.com/
http://sexworkeropenuniversity.blogspot.com/
Ripado do site:
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The Sex Worker Open University project brings together sex workers, academics, activists, artists and allies to explore the richness, diversity and contradictions of the sex industry. We want to give a voice to sex workers, whose lives are too often stereotyped and voices too often silenced. We want to challenge media sensationalism, which, hand in hand with the UK government, often represent us as victims or criminals.
Some politicians, religious representatives and part of the feminist movement claim that all sex workers are victims and that all sex work is violent or immoral. But many sex workers are feminists and we support the right of all consenting adults to express our sexuality as we wish and to enjoy the same rights as other workers.
For many of us, sex work is a choice.
We are full member of this society, with skills and abilities, whether erotic massage, healing, BDSM, acting and performance skills, entrepreneurial talents, strip tease or a compassionate, attentive and non-judgmental ear.
We know that in the sex industry there are, like in many other parts of the service industry, forms of abuse, exploitation and violence. We also experience every day how criminalisation increases our vulnerability and oppression.
We refuse to let the issue of trafficking be used to criminalise us all, and we fight for support for all migrants as well as victims of
trafficking and against their deportations.
We support the right of any woman, man and transgender person to exit the sex
industry, and see the core problems for many who wish to exit not as sex work itself but poverty, lack of education, domestic violence and the criminalisation of drug users.
Our time has come. A society that recognises, accepts, respects and values sex workers is a fairer and more mature society. Join us at the Sex Worker Open University!
http://sexworkeropenuniversity.blogspot.com/
3.09.2009
Dia da Mulher e Poliamor
Deixo-vos aqui o panfleto que alguns membros do colectivo poly-portugal desenvolveram e distribuíram ontem, 8 de Março, dia da Mulher, na concentração na Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa.
Sim, eu sei, não dá para ler, cliquem na imagem para a aumentar :-)
O ficheiro em pdf deve estar ou vir a estar disponível no www.poliamor.pt.to
Sim, eu sei, não dá para ler, cliquem na imagem para a aumentar :-)
O ficheiro em pdf deve estar ou vir a estar disponível no www.poliamor.pt.to
3.06.2009
Brasil, Rio Grande do Sul: V Encontro Diversidade Sexual RS (7 e 8 de março)
V Encontro
Diversidade Sexual RS
Dias 7 e 8 de março de 2009 – POA
Dia 7 – Sábado
9:30h - Oficinas Paralelas:
- Mutilação Sexual
- A Construção da Estética e os Gordos
11h - Debate: Critica ao Feminismo Monogâmico
12:30h - Almoço
14h - Oficinas Paralelas:
- Cultura e Sexualidade
- Relações Não-monogâmicas
16h - Musica e Relações Livres
18h – Festival de Curtas
Confraternização
Dia 8 – Domingo
10h - Oficinas Paralelas
- Para uma crítica à consigna "Nossa luta não é contra os homens e sim contra o capitalismo"
- Amor a Três
- GLBT
12h - Almoço
13h - Debate: Bissexualidade
15h - Debate: Direitos Laicos
17h - Plenária Final
Local do Encontro: Rua Dr. Mário Tota, n 108, Bairro Tristeza (Saída na Prefeitura - Paço Municipal - ao lado do Mercado Público às 8h30 de sábado)
Inscrições: na págima www.encontrodiversi dade.110mb. com ou no local.
Ingresso: R$ 5,00
3.02.2009
nao monogamia nao é poligamia
A propósito da crónica de Manuel Joao Ramos "O fim do casamento, poligamia e incesto"
http://sol.sapo. pt/PaginaInicial /Opiniao/ Interior. aspx?content_ id=127295
"A consequência lógica da extensão do âmbito legal de forma a abarcar os interesses homossexuais, em nome do direito à não discriminação de opções individuais ou culturais, é a abolição dos princípios de monogamia e de proibição de incesto. "
Infelizmente mais á frente faz o salto mortal de misturar nao-monogamia com poligamia:
"A poligamia carece de fundamento normativo no Ocidente por não ser suportada por preceitos religiosos, ao contrário da lei islâmica, e exprime uma inadmissível assimetria estatutária entre homens e mulheres. "
Pequena observacao:
A poligamia, é necesariamente nao-monogâmica, mas a negacao da monogamia, ou o seu contrario nao é necessariamente apenas a poligamia. Há outras coisas nao monogâmicas que nao sao a poligamia.
É importante, nao apenas por amor da verdae, mas para entrar nestas discussoes com as melhores armas, e principalmente nos tempos que se aproximacam e suas discussoes sobre o casamento civil, chamar os bois pelos nomes e nao misturar nao monogamia com poligamia. Ha todo um leque de possibilidades, consensualidade, etc por detrás destas palavrinhas nada inocentes.
E, for completeness,
Indo um pouco mais longe, há muitos mais modelos, modernos, contemporâneos e antigos que têem sido praticados ao longo de vários séculos no Ocidente, simplesmente sem a ribalta que o mundo moderno poe em tudo. Recomendo investigar, por exemplo, as unioes homossexuais abencoadas pela Igreja até ao seculo XII (referência "Born to be Gay" William Naphy von Tempus) na peninsula Ibérica, os Affrérements ou ainda as experiências familiares e sociológicas das várias Comunas.
Mesmo o simplesmente ser solteiro ja foi uma coisa mais "natural" ou vista como natural do que nos dias de hoje, em que um exército de socio-pedagogos nos querem corrigir o tratamento desviante se tivermos a fantasia de estar Quirky Alone... Mas vou parar por aqui, porque estou a divagar e nao quero que o "meu ponto" se perca....
Ver mais comentários ao artigo aqui:
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Opiniao/Interior.aspx?content_id=127295&tab=community
http://sol.sapo. pt/PaginaInicial /Opiniao/ Interior. aspx?content_ id=127295
"A consequência lógica da extensão do âmbito legal de forma a abarcar os interesses homossexuais, em nome do direito à não discriminação de opções individuais ou culturais, é a abolição dos princípios de monogamia e de proibição de incesto. "
Infelizmente mais á frente faz o salto mortal de misturar nao-monogamia com poligamia:
"A poligamia carece de fundamento normativo no Ocidente por não ser suportada por preceitos religiosos, ao contrário da lei islâmica, e exprime uma inadmissível assimetria estatutária entre homens e mulheres. "
Pequena observacao:
A poligamia, é necesariamente nao-monogâmica, mas a negacao da monogamia, ou o seu contrario nao é necessariamente apenas a poligamia. Há outras coisas nao monogâmicas que nao sao a poligamia.
É importante, nao apenas por amor da verdae, mas para entrar nestas discussoes com as melhores armas, e principalmente nos tempos que se aproximacam e suas discussoes sobre o casamento civil, chamar os bois pelos nomes e nao misturar nao monogamia com poligamia. Ha todo um leque de possibilidades, consensualidade, etc por detrás destas palavrinhas nada inocentes.
E, for completeness,
Indo um pouco mais longe, há muitos mais modelos, modernos, contemporâneos e antigos que têem sido praticados ao longo de vários séculos no Ocidente, simplesmente sem a ribalta que o mundo moderno poe em tudo. Recomendo investigar, por exemplo, as unioes homossexuais abencoadas pela Igreja até ao seculo XII (referência "Born to be Gay" William Naphy von Tempus) na peninsula Ibérica, os Affrérements ou ainda as experiências familiares e sociológicas das várias Comunas.
Mesmo o simplesmente ser solteiro ja foi uma coisa mais "natural" ou vista como natural do que nos dias de hoje, em que um exército de socio-pedagogos nos querem corrigir o tratamento desviante se tivermos a fantasia de estar Quirky Alone... Mas vou parar por aqui, porque estou a divagar e nao quero que o "meu ponto" se perca....
Ver mais comentários ao artigo aqui:
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Opiniao/Interior.aspx?content_id=127295&tab=community
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