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1.23.2012

A review from Arse Elektronika

A review from Arse Elektronika (by Ann Antidote)
(complete text to be found in the Krake 2012)
Arse Elektronika is a compilation of texts and presentations from the conference with the same name, organized by Vienna-based collective Monochrom. “We may not forget that mankind is a sexual and tool-using species. And that’s why Monochrom’s conference Arse Elektronika deals with sex, technology and the future. As bio-hacking, sexually enhanced bodies, genetic utopias and plethora of gender have long been the focus of literature, science fiction and, increasingly, pornography, this anthology sees us explore the possibilities that fictional and authentic bodies have to offer. ” reads the manifest.

One grey day in November I found an envelope containing this book with both “the Krake” and my name on it, due to an avalanche of chances. Browsing this book in a hurry I recognized electronic diagrams and lines of code, quite familiar from my previous life as an engineer, I caught words like sex, gender, hacking, control theory, feminist pornography, kink, body extensions. I had immediate flashbacks of one of my favorite books, “The Cities of the Red Night” by William Burroughs, and it was not before long that I found, selbstverständlich, his name, his imaginary and even his writing style quite present all over this book. “Ok, I just have to write about it”, I thought.

At a first glimpse, Arse Elektronika appears to be a book that demands you are an engineer or a geek in order to understand it. It isn't, it is a book that asks more or less politely from you that you believe that you don't have to be engineer to understand its main topic - the interconnections between technology, humanism and therefore our sexual boundaries, our identity boundaries, their reflection in social matrix, and possibilities to extend those - or be inspired by it, to be challenged by it.

If I had to explain in a nutshell what is inside this book, I would start by listing examples on how technology, not only recently, has changed our bodies, our sexuality and therefore our society. There are people out there living with artificial limbs, with more or less neuronal control; people who modify their body to accommodate it to their gender identity via surgery and/or hormonal intake; saying tender words to our absent loved ones - like we do now on the telephone or on skype - would be unthinkable some centuries ago. In these almost every day life examples, we see how technology was used to solve a problem or fill a hole, and how our bodies, emotions and society integrated it. Now, if we use this as a starting point, what if we all sit together and try to think what other possibilities are out there, and what could they do to our life, our sexuality, and our concept of humanity? Would you like to have an embedded LCD display on your arm showing you -real time- your lover´s heart, beating? Would you build a DIY set for having remote, intercontinental, sex with one of your lovers, transmitting most of seeing, sensing, hearing sensations? What about computer controlled electrical sexual titillation? And most of us used the internet to find polyamorous like-minded peers, right? Would you like to add an extra pair of arms to your torso? What about Krake-like tentacles? And how would society accommodate this? Would it be more variety-friendly? Would this press hetero-sexism out of the picture? Would it still be regarded as human? Ethical?

Arse Elektronika is an exploratory book which will leave questions unanswered, for the interested reader to look further for the answers. It will eventually inspire you and show you the principles on how to build the mentioned DIY remote sex set or the so-called pussy pad, but it is not a “how to” manual. The manual, the actual set, and the identities and societies you will be living in with it will have to be constructed by you.

Bibliography:

10.16.2010

Oh, whistle, and I will come to you, my lad!

Ameacei começar e continuar a falar de trios há quase um ano....e na verdade este texto tem também quase um ano (sou vaga de propósito acerca das datas para proteger a identidade das pessoas a que diz respeito)



"Continuo por aqui muito contente com o meu trio, uma das componentes da minha vida emocional raramente aborrecida. Estava relutante em falar disto porque ainda não definimos a coisa, e até porque precisamente o não ter definido a coisa com elas me estava a fazer comichão, a mim, académica empedernida. Até que tive uma epifânia, por voz de uma delas, a mais prática e mais "novata" nestas andanças não monogamicas, a propósito do sentimento que tem acerca de ter uma neta que é, para os mais técnicos de vós, a neta da ex-namorada: "Eu não quero saber o que é que vocês lhe chamam ou mesmo eu cá por dentro lhe chamo, mas o que me interessa é o que eu faço ou que esperam que eu faço. Estou me a borrifar como se chama a relação que tenho com ela. Eu só sei que a minha neta precisa de mim, apita, assobia, ri ou chora, e eu estou lá no mesmo instante". E sim, se calhar não é preciso ir buscar o arsenal de nomes e definições.. Somos amigas? Somos amantes? Queremos ser amantes? Queremos ser amigas? o que é que isso interessa se se calhar até temos nomes iguais para práticas diferentes ou nomes diferentes práticas? se calhar a coisa é toda simplificada por concordarmos no que queremos fazer juntas e no que queremos dar umas às outras. E o resto fica para discutir ociosamente num dia de chuva preguiçosamente passado em casa.

E para quem tudo isto é muito pessoal, fica mais um livrinho mais ou menos indiscreto acerca de trios. Para quem leu o seu Jack Kerouac "On the Road" e tem olho para especular para além das aparências, o livro Off the Road: Twenty Years with Cassady, Kerouac and Ginsberg by Carolyn Cassady não trará surpresas. Trocando por miúdos, a mulher de Neal, e amante de Jack, conta a sua versão dos acontecimentos que deram origem a "on the Road" e da sua vida com o seu marido - o modelo para a personagem Dean Moriartry. Por um lado ela revela claramente o que se passa entre Jack e Neal, mas apenas sugere ambiguamente uma relação física entre os dois homens."

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4.19.2010

Porquê Fourrier?

Charles Fourier é muitas vezes citado como o primeiro autor a falar de poliamor de modo estruturado. é classificado como um socialista utópico, escreve do ponto de vista de um sociólogo radical, e os seus escritos, da primeira metade do século 19, filtrados de muita coisa que já não é actual, são pioneiros em temas como o papel da mulher, do amor, da sexualidade e do trabalho.

A obra "Le Nouveau Monde" trata, e passo a citar, da "mais bela das paixões", do sentimento mais poderoso entre todos, e que não se justifica senão por si mesmo. "Todos têem razão no amor, pois é a paixão da insensatez".


Ao discutir o papel da mulher, como individuo e não como a outra metade dum casal, Fourier ventilou ideias como a de que o casamento tradicional viola automaticamente os direitos das mulheres enquanto direitos humanos. como outros socialistas utópicos, dissertou sobre o aparecimento de uma nova melhorada moral que pudesse substituir as relações - minadas e repressoras - de uma sociedade que se tornou caduca e não adequada para indivíduos livres e emancipados.

Toda a sua obra fala da felicidade, de uma maneira ou outra, e neste livro vários capítulos são dedicados ao amor e ás relações amorosas, à fidelidade, ao livre arbítrio amoroso nos seus vários aspectos, e a desconstrução das relações como elas se encontram estruturadas na sociedade "actual".

Interessante é mencionar também como a homossexualidade, o sexo ocasional ou a escolha sexual consciente do SM são por ele vistas como apenas mais uma das escolhas emocionais possíveis.

"Physical love, which is called brutish, animal, etc. is degraded by civilized legislation and morality as an obstacle to the conjugal system". Fourrier, por seu turno, escreveu capítulos inteiros acerca dele. "the physical impulses, far from being fettered, will be fully satisfied . . . "

Para terminar, uma nota nada lateral: este livro foi publicado em 1967, muito mais de um século depois de ter sido escrito.

Para quem quiser ler, de borla:
http://classiques.uqac.ca/classiques/fourier_charles/nouveau_monde_amoureux/nouveau_monde_amoureux.html
http://classiques.uqac.ca/classiques/fourier_charles/nouveau_monde_amoureux/fourier_nouveau_monde_amoureux.pdf

ou na amazon Charles Fourier.

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1.25.2010

trios, mais um livro e uma história na primeira pessoa..

Ameacei comecar e continuar a falar de trios há cerca de duas semanas....


Continuo por aqui muito contente com o meu trio, uma das componentes da minha vida emocional raramente aborrecida. Estava relutante em falar disto porque ainda não definimos a coisa, e até porque precisamente o não ter definido a coisa com elas me estava a fazer comichão, a mim, académica empedernida. Até que tive uma epifânia, por voz de uma delas, a mais prática e mais "novata" nestas andanças não monogamicas, a propósito do sentimento que tem acerca de ter uma neta que é a neta da ex-namorada: "Eu não quero saber o que é que vocês lhe chamam ou mesmo eu cá por dentro lhe chamo, mas o que me interessa é o que eu faço ou que esperam que eu faço. Estou me a borrifar como se chama a relação que tenho com ela. Eu só sei que a minha neta precisa de mim, apita, assobia, ri ou chora, e eu estou lá no mesmo instante".

E sim, se calhar não é preciso ir buscar o arsenal de nomes e definições.. Somos amigas? Somos amantes? Queremos ser amantes? Queremos ser amigas? o que é que isso interessa se se calhar até temos nomes iguais para práticas diferentes ou nomes diferentes práticas? se calhar a coisa é toda simplificada por concordarmos no que queremos fazer juntas e no que queremos dar umas às outras. E o resto fica para discutir ociosamente num dia de chuva preguiçosamente passado em casa.

E para quem tudo isto é muito pessoal, fica mais um livrinho mais ou menos indiscreto acerca de trios. Para quem leu o seu Jack Kerouac "On the Road" e tem olho para especular para além das aparências, o livro Off the Road: Twenty Years with Cassady, Kerouac and Ginsberg by Carolyn Cassady nao trará surpresas. Trocando por miúdos, a mulher de Neal, e amante de Jack, conta a sua versão dos acontecimentos que deram origem a "on the Road" e da sua vida com o seu marido - o modelo para a personagem Dean Moriartry. Por um lado ela revela claramente o que se passa entre Jack e Neal, mas apenas sugere ambiguamente uma relação física entre os dois homens.

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1.10.2010

Ménages à Trois: o livro

não chegarei ao exagero de proclamar como Rilke que o "amor ideal é a três". Embarquei recente e alegremente em mais uma historia a três. Sim, não é a primeira e espero que não vá ser a ultima. Nao vou começar a contar -vos como eu com cinismo empedernido já acho isto normal, mas sim precisamente o contrário, dizer vos como me continuo a maravilhar com a beleza frágil e improvável destas constelações. Trios não são particularmente robustos ou estáveis (falo-vos de trios, não de "V"s, e falo-vos de trios para alem da duração duma noite curta de verão, ou do que é apenas habitualmente tratado entre lençóis), e exigem, mesmo quando correm bem muita atenção, continência e cuidado. Estou grata a seja o que for que faz com que estes episódios que tanto aprecio continuem a acontecer, e sempre com grande intensidade, sinceridade e beleza. E adoro o Design for Living, que nos mostra que isto não é modernice.

Tenho mandado uns bitaites acerca de trios ao longo dos anos, porque sempre me marcaram pela sua intensidade e beleza e por os não tomar como coisa óbvia ou fácil. Quem quiser, estão no Our Laundry List (que a propósito, completa 5 anos de existência) sob a tag "trios" (http://laundrylst.blogspot.com/search/label/trios)

Tenho engatilhada uma série de artigos sobre trios, que espero finalmente me tirem do meu bloqueio literário, e que já agora me tornem rica e famosa, mas para começar deixo vos com um livro que não é propriamente profundo ou um poço de beleza e poesia, mas que é uma boa plataforma de embarque para os curiosos. Trata-se do livro "Three in Love: Ménages à Trois from Ancient to Modern Times" (Barbara Foster, Michael Foster and Letha Hadady). Os três autores, de backgrounds bastante diferentes e supostamente com conhecimento de causa acerca de trios, tentam construir uma história da Ménage à Trois desde a idade média até aos dias de hoje. Para os cuscos ou simplesmente curiosos, a lista de personagens históricas comprometidas em trios é espantosa.

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6.06.2007

wake up call



Recebi isto via mailing list do poliamor portugues.

Depois da conferencia em Hamburgo em 2005 e toda a atencao mediatica que se seguiu, muita gente descobriu que o poliamor é um topico em oportunidades de investigacao e teses de licenciatura e doutoramento.

É bom que se investigue e só posso estar contente. Mas nao posso deixar de sentir uma ponta de ironia amarga por todos aqueles que desconheciam de todo o poliamor antes de tantos praticantes, nao academicos, terem saido do seu armário.

A conferencia em Hamburgo nao teve mais de 200 participantes (ver varios posts da altura neste blog):

http://laundrylst.blogspot.com/2006/04/international-conference-on-polyamory.html#links
http://laundrylst.blogspot.com/2006/03/lesppress-report-on-1st-international.html#links

Vá… toca a pegar no teclado/esferografica, toca a trabalhar e escrevinhar umas coisicas.


N.E.: O trabalho abaixo já saiu como livro.

Call for contributions
Understanding Non-Monogamies
Edited by: Dr. Meg Barker & Dr. Darren Langdridge
Contact:Dr. Meg Barker, Psychology Department, Faculty of Arts and Human Sciences,London South Bank University, 103 Borough Road, London, SE1 0AA. Email: barkermj@lsbu.ac.uk Dr. Darren Langdridge, Faculty of Social Sciences, The Open University,Walton Hall, Milton Keynes, MK7 6AA. Email: d.langdridge@open.ac.uk

Most psychological and social scientific work on intimate relationships hasassumed a monogamous structure, or has considered anything other thanmonogamy in the context of 'infidelity'. Openly non-monogamous patterns of relating have been largely excluded from research and theory (Barker, 2007).Pieper and Bauer (2005) termed this exclusion 'mono-normativity', and suchprivileging of the monogamous couple can be seen as part of wider heteronormative discourses which explicitly or implicitly present the'opposite-sex' dyad as the 'natural', 'normal' or 'ideal' way of being.

There is little recognition of the growing numbers of 'opposite-sex' couples who are involved in swinging, polyamory, or some other form of open non-monogamy (e.g. McDonald, 2007), or of the significant numbers of those in gay, bisexual, and to some extent, lesbian communities, who are involved in openly non-monogamous relationships (e.g. Adam, 2006; Klesse, 2005; Musen& Stelboum, 1999). Calls for various forms of relationship recognition for same-sex couples have been seen, by some, as part of a continued marginalisation of those who practice their relationship in less 'traditional' ways, with Michael Warner, and others, arguing that such drives towards normalisation reify dominant and 'damaging hierarchies of respectability' (1999, p.74).

In recent years there has been a growing interest in exploring various patterns of intimacy which involve open non-monogamy (e.g. Adam, 2004;Barker, 2004; Jackson & Scott, 2004). This has culminated recently in an international conference on mono-normativity (Pieper & Bauer, 2005) and a special issue of the international journal Sexualities on polyamory: 'a form of relationship where it is possible, valid and worthwhile to maintain (usually long-term) intimate and sexual relationships with multiple partners simultaneously' (Haritaworn, Lin & Klesse, 2006, p.515). Research on the topic has captured public attention with a flood of newspaper coverage in 2005 following the presentation of Ritchie & Barker's research on the language of polyamory (see Ritchie & Barker, 2006). Open non-monogamy could be seen as a burgeoning 'sexual story', with over a million google hits for the topic of polyamory alone, and a growing number of 'self-help' stylebooks on the topic (e.g. Anapol, 1997; Easton & Liszt, 1997; Taormino, forthcoming 2007).The proposed book seeks to provide further discussion and debate about open non-monogamous relationships.

We are keen to invite empirical and theoretical pieces considering the various non-monogamous patterns inexistence today. We welcome empirical and theoretical work concerned with the history and cultural basis of various forms of non-monogamy, experiencesof non-monogamous living, psychological understandings of relationship patterns, language and emotion, and the discursive construction of mono-normativity. We are keen to invite submissions that address issues of race, class and disability, as well as sexuality and gender. We also wish to include political and activist writing, as well as pieces from community representatives. We are not seeking work that pathologises open non-monogamyor focuses on 'infidelity'. Nor are we looking for anthropological studieson polygamy and polyandry.

We hope to include contributions from academics and activists from as wide a range of countries as possible, especially those traditionally under-represented in academic and activist writing in the English language.

Prospective authors are invited to contact the editors at the earliestpossible opportunity to discuss potential submissions.

The closing date for chapter abstracts is 31st August 2007 and (provisionally) for completed chapters 31st March 2008 (electronic submission preferred).

References
Adam, B. D. (2004). Care, Intimacy and Same-Sex Partnership in the 21stCentury. Current Sociology, 52(2), 265–279
Adam, B. D. (2006). Relationship Innovation in Male Couples. Sexualities,9(1), 5-26.
Anapol, D. M. (1997). Polyamory: The New Love Without Limits. California,US: IntiNet Resource Centre.
Barker, M. (2004). This is my partner, and this is my… partner's partner: Constructing a polyamorous identity in a monogamous world. Journal of Constructivist Psychology, 18, 75-88.
Barker, M. (2007). Heteronormativity and the exclusion of bisexuality in psychology. In V. Clarke and E. Peel (Eds.) Out In Psychology: Lesbian, gay,bisexual and trans perspectives. pp. 86-118 Chichester: Wiley.
Easton, D. and Liszt, C. A. (1997). The Ethical Slut. California, US:Greenery Press.
Jackson, S. and Scott, S. (2004). The personal is still political:heterosexuality, feminism and monogamy. Feminism & Psychology, 14 (1) 151-157.
Klesse, C. (2005). Bisexual Women, Non-Monogamy and Differentialist Anti-Promiscuity Discourses. Sexualities, 8(4), 445-464.
McDonald, D. (in press). Swings and roundabouts: management of jealousy in heterosexual 'swinging' couples. British Journal of Social Psychology.
Munsen, M. and Stelboum, J. P. (Eds.) (1999). The Lesbian Polyamory Reader.NY: Harrington Park Press.
Pieper, M. & Bauer, R. (2005). Call for Papers: International Conference on Polyamory and Mono-normativity. Research Centre for Feminist, Gender & QueerStudies, University of Hamburg, November 5 th/6th 2005.
Ritchie, A. & Barker, M. (2006). 'There aren't words for what we do or how we feel so we have to make them up': Constructing polyamorous languages in aculture of compulsory monogamy. Sexualities, 9(5), 584 - 601.
Taormino, T. (forthcoming, 2007). Opening up: A Guide to Polyamory. Cleis PressWarner, M. (1999). The Trouble with Normal: Sex, Politics and Social Theory.Minneapolis: University of Minnesota Press.


1.24.2007

"A Galdéria Ética": o filme!



A bíblia de toda a galdéria (queer ou nao) que se preze, que deve estar em todas as mesas de cabeceira, ou debaixo da cama, provavelmente com páginas marcadas e sublinhadas, comentários garatujados, e com abundantes manchas suspeitas na capa, o livro "Ethical Slut", vai ser adaptado a filme.

Essa adaptacao vai ser feita pela "Little Taoist Films" (
http://www.littletaoist.com/current_projects.html), uma empresa recentemente fundada em Sao Francisco que se intitula idealista e independente. Acerca de ser idealista ou nao, só posso comentar que realmente o site deles tem kilómetros de citacoes de Lao Tzé, mas com uma boa faca de mato lá se consegue saber um pouco mais sobre o filme.

De acordo com o press release a importancia do livro original está no se ser verdadeiro acerca do amor e do sexo (
http://www.littletaoist.com/Downloads/TESpressrelease.pdf). Mais para a frente adiantam que vai ser uma comédia romantica (socorro!), o que já me deixa curiosa, pois como é possivel transformar um sólido ensaio numa comédia romantica é algo que me deixa curiosa (para nao dizer céptica). O heroi (sim, vai ter um protagonista masculino), vem da "província" e aterra em Sao Francisco onde vai ser confrontado com sexualidades alternativas. Parece me que o filme nao vai propriamente explorar emocoes ou relacoes, mas vai fixar se na "verdade do sexo" mas que se esqueceram da "verdade do amor". Enfim. Vamos esperar para ver.

8.28.2006

pt.wikipedia: poliamor




A silly season continua com pertinácia sobre nós. Eu, com finalmente tempo nas mãos, resolvi continuar o artigo sobre poliamor na wikipedia em português. Surpresa minha, vi que o artigo tem sido continuamente actualizado e acrescentado. Vale a pena ler, e vale a pena continuar a trabalhar nele.

Enjoy. http://pt.wikipedia.org/wiki/Poliamor

Adicionalmente, fiquei a saber, grassas a esse artigo, que existe um projecto de filme, em português, sobre o tema. Fiquemos atentos. E quem souber mais coisas que me conte, que estou em brasas de curiosidade!

http://www.poliamore.com

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5.24.2006

A perfect day

Escrevi este texto em Janeiro de 2005, no mesmo dia deste acontecimentos aqui descritos. Recentemente a vossa já conhecida Gwendo resolveu compilar uma zine poly em Munique, a Krake, e pediu me alguns textos. Desenterrei este que traduzi e adaptei para inglês. Quem tiver interesse em receber a Krake, que é escrita em alemão com excepção dos meus textos e se dirige a um público feminino (queer) deve contactar-me ou á Gwendo.


6/Jan/2004 - "A perfect day", or, "on the nature of Present and Future in relationships".

We had a beatiful day today, cold and bright, planted in the middle of a grey and condescending January. We decided to jump in the car, throw some wine and cheese inside a picnic basket and just drive to that medieval village we contemplated visiting for so long. In pure honesty, what was really important was not quite the village itself, but driving there, and images like that of a k7 box tapping lazily against a thermobotle filled with tea on the bottom of the car.

The day was so bright that we drove with an open car, heater constantly busy. Nothing between us and the blue sky except icy wind. Buried in berets, caps and coats, we insisted in the decadent poetry of the open car. We crossed the kms of suburbia where nobody who wants to be taken seriously really wants to live. We suffered with a smile and dreamy eyes all the fatal colds and lung infections that the bypassers would predict (or even wish) us.
The rolling hills immediately afterwards were crossed at antisocial cruising speed, more adequate for contemplative beings than for drivers in a competitive world, "Durutti Column"´s gentle music as soundtrack. All other cars on the road got, thankfully, impatient and eventually overtook us, finally leaving us alone on the asfalt, mountains looming proud on the horizon as sentinels. Being January, the shadows were dark and long against that impossibly bright green. We were very happy, happy inside, and happy with us. All of us. Very likely we were asking ourselves in silence (well, I was, at least, definetely) if we shouldn't be together again, specially after we recreated such a beautiful moment without any effort. But nobody voiced it loud. Maybe because all of us knew that this thought was not only in one´s head. Maybe because we were in a way together again.

We got to our destination, and unanimously decided to skip the cultural visit, expontaneous empty heads we all are, and just indulge into walking along the river where so many before us strided through the centuries. Let's assume it, is has been a quite "bourjoise" saturday, and not even shopping was overlooked, in an improvised antique shop contiguous to the city walls, smelling of mold and "saudade". This shop we left with the already usual amount of odd music reliqs and unlikely objects which will end up some day in another antique shop after we become dust, without lips to kiss and love anymore.

But, allas! Suddenly the fight erupted, violent, unsummoned, redundant and ridiculous like always. It is the end of the state of grace, the World becomes ugly in a second, and each of us only wants to go back home, to familiar territory, where one can be alone and not face this another defeat. We know then, that this fighting is an old story and that rivers don't run backwards.

Now it is clear why we are not together anymore. Because of never being able to handle such fights. But at the same time, we are silently certain that such moments tell us clearly how precious the Present is, and that they remove all fear from the Future. If this is our beautiful and bitter Present and we have no expectations from the Future, then we are free because we have nothing to loose. Ours is the complete beauty of a moment because we don't try to confine it.

We flee to the car, because only a trip back home can give us the isolation needed. After such bitter discussion none of us can endure to sit together. But suddenly we hear music, and we follow it, like children. There is a party going on. We are explained that is a very seldom heppening, takes place only every seven years for centuries and that people drive specially for the occasion (and we land on it unknowing.. so typical) We drink some with the crowd, and let the party creep inside us. We are still bleeding inside, but now we are somehow in peace. We go to the car. We lay a table cloth over the motor cover, blue and white squares over metal, and make our picnic there, in the cold air. The crowd and the dance are a distant rumour now.

Now we are home. I am writting this. We pacified our feelings over a spartan but correct table. The same blue and white table cloth, some beans, bread, wine, some manioc as dessert. Coffee, "medronho" and a hand rolled cigarrette to close it. I spent the whole trip home cunning ways to ensure I could be alone, not see these two lovely but so irritating darlings for some time. Too painful to see them. But as soon as we arrived, it was just automatic to sit at the table and eat together, like we did for years, like a family that we never stopped being, even after we are not together anymore. I watch them talking on the sofa as I writte this. They know what I am writting about.
I am almost finished with the writting. I think I will publish it online, and then go over there, to the sofa, rejoin those two, rejoin our bliss. I don't know what the evening is reserving me, but I am sure it will be wonderful, after a wonderful day. Maybe this evening has no Present and no Future, or maybe it has. But this is not important. Love doesn't care about the potential of a nice and confortable Future. Love is something that just happens and knows no boundaries.

4.29.2006

International Conference on Polyamory and Mono-Normativity, Memorandum Gwendolin Altenhöfer for SERGEJ


Este é o segundo artigo sobre o mesmo tema em poucas semanas. Na verdade será uma tradução de um artigo, com alguns comentários.

A autora, G. Altenhoefer, visitou a 1st International Conference on Polyamory and Mono-Normativity, Hamburg e escreveu três artigos diferentes em publicações distintas sobre o que viu, ouviu e sentiu. Há três semanas publiquei o primeiro, mais resumido, dessa série:

http://laundrylst.blogspot.com/2006/03/lesppress-report-on-1st-international.html

Hoje deixo-vos com uma tradução do artigo mais longo, originalmente publicado na revista SERGEJ (publicação mensal da comunidade GLBT em Munique) acompanhada por uma introdução minha (que modifiquei um pouco, devido à sua especificidade original, para poder publicar aqui), que foi publicada recentemente em Portugal numa publicação específica para mulheres da comunidade GLBT.

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Nestas últimas semanas muit@s de nós têm assistido com preocupação, esperança e solidariedade à história de Teresa e Helena. Sem dúvida muit@s apoiam a sua causa que acaba por ser uma causa pela igualdade, e uma causa de todos nós.

Mas, mesmo assim, alguns de nós não se revêm no modelo de relação constituído por um par monogâmico. Alguns de nós, quer por crítica feminista aos modelos patriarcais, quer por inclinação romântica ou pelos mais variados outros motivos, rejeitam o modelo monogâmico.

O movimento Polyamory (ou Poliamor) tem crescido lentamente mas de modo constante nas ultimas décadas nos EUA. Têm aparecido termos como Não Monogamia Responsável, Polifidelidade, entre tantos outros. Na Europa, movimentos começaram a surgir mais timidamente no Reino Unido, Suíça e Alemanha. Na Alemanha eu e outras temos acompanhado a sua versão lésbica e feminista, a Schlampagne.

Um dia uma de nós resolveu entrar num comboio com outras para ir a Hamburgo ao que foi a primeira conferência internacional que discutiu abertamente este tipo de relações não convencionais, e escreveu um resumo do que viu na SERGEJ, uma das publicações mensais GLBT na cidade de Munique. É este artigo que vos deixo aqui, traduzido para o português, e que espero sinceramente que vos interesse. Gostaria muito de ouvir as vossas opiniões.

Nota: deixei alguns termos em inglês por ainda não existirem traduções precisas em português. Gostaria de ler e ouvir os vossos comentários. antidote@imensis.net


SERGEJ (publicação mensal para a comunidade GLBT em Munique, RFA).

International Conference on Polyamory and Mono-Normativity, Hamburg, 4.-6.11.2005
Memorandum de Gwendolin Altenhöfer (polylogo@gmx.de)


No auditório da Universidade de Hamburgo estiveram presentes mais de uma centena de pessoas que ouviram atentamente as apresentações sobre o tema da conferência: "Polyamory (em português Poliamor [1]) e Relações Múltiplas".

"Eu vim cá para ver e conhecer pessoas que amam mais do que uma pessoa", assim se exprimiu uma participante

suíça: "Onde vivo, conheço muito pouca gente que compreenda realmente o meu modo de vida. Mas aqui não sou a única e tenho a oportunidade de aprender muito de outras pessoas que seguem o mesmo modelo polifidelidade de vida que eu!"

A primeira conferência internacional sobre este tema, que se realizou em Hamburgo, no princípio de Novembro de 2005, lançou pontes entre a comunidade científica e pessoas com essa experiência de vida, e também entre investigadores e activistas. A participação de lésbicas, gays, bis e transgenders foi alta, tanto entre o público como atrás dos microfones. O papel desempenhado pela comunidade LGBT é sem dúvida muito determinante na comunidade Polyamory, ao explorar, descobrir e testar constantemente modelos de relação que transcendem o par tradicional.

As questões apresentadas foram bastante diversas, por ex. "Que tipo de regras se devem estabelecer em relações múltiplas para que a/os participantes se sintam confortáveis mesmo quando alguém muito querido se encontra num dado momento nos braços amorosos de outrem?", ou "Será que o desenvolvimento recente do movimento Poliamor está de algum modo relacionado com a flexibilidade que a economia neo-liberal nos tem habituado a ver requisitada à massa trabalhadora?", ou ainda, "Que significa a palavra 'responsabilidade' para pessoas que querem manter vários parceiros sexuais?", ou ainda finalmente, "Como lidar com o ciúme?".

Quer nas apresentações quer na assistência estavam representadas todas as formas possíveis de Poliamor, e a visitante pode fazer um retrato vivo de como vários tipos de pessoas interpretam o Poliamor de modo pessoal e diferente e conseguem ser felizes: Seja em casamentos de grupo com regras rígidas, como swingers, em amor livre, ou como parceiros de jogo na comunidade SM, ou ainda em redes de relações alternativas por motivação feminista crítica ao casamento, seja ainda no deleite da constituição de ninhos românticos entrelaçados com esta ou aquela nova paixão.

Novas palavras têm sido desenvolvidas (por ex. em comunidades online) para evitar mal entendidos catastróficos. A palavra "frubble" descreve a excitação alegre ao se ver o nosso amor feliz na companhia (ou mesmo nos braços..) de outra.. Já a palavra "wibble" descreve a insegurança quando o nosso amor encontrou uma nova pessoa. "Metamor" é a alternativa positiva a "rival", e assim por diante.

Para estimular a conversa e o estabelecimento de contactos a associação "bildwechsel[2]" (Associação de Mulheres para os 'Media' e Cultura, Hamburgo) proporcionou na noite de Sábado um Videolounge. Para exercícios práticos pertinentes para a vida quotidiana numa relação múltipla, houve uma workshop com Dossie Easton, autora de "The Ethical Slut" (tentativa de tradução "a Vadia Responsável"). Easton assegurou que, apesar de décadas de vida "boémia", ainda por vezes sente ciúme: "É preferível adquirir estratégias para antecipar e lidar com o ciúme do que tentar a todo custo evitá-lo, pois assim ele aparece mais cedo ou mais tarde. E mais vale uma pessoa conhecer-se bem a si própria e aos seus sentimentos do que deixar a raiva tomar o freio nos dentes, que é sempre algo de que nos arrependemos mais tarde".

Há diferenças entre pessoas polifieis e monogâmicas?

Esta pergunta responde Daniela Dana (Itália) - pelo menos para a comunidade lésbica italiana na sua amostra - da maneira seguinte: Não há de todo! Dados como a a idade, a profissão, a região de domicilio, coincidiam completamente quando comparados entre as senhoras pertencentes à amostra em relações monogâmicas ou às em situações não "regulamentares" poliamorosas. Talvez este inquérito devesse ter procurado uma relação com o signo astrológico: Celeste West descobriu na sua investigação de 1995 um contingente significativo de Gémeos... Mais interessante ainda, 85% das lésbicas inquiridas por C.West descreveram-se a si próprias como feministas, o que é uma percentagem muito maior do que a média habitual na comunidade lésbica...

Uma conclusão tanto de Daniela Dana como de toda a conferência: Há ainda todo um novo mundo de investigação neste campo a descobrir, e há que saber fazer as perguntas certas!

Para todas as que não tiveram oportunidade de participar nesta conferência e que querem aprender

mais: Marianne Piper e Robin Bauer, organizadoras da conferência, do Centro de Investigação de Estudos Feministas de Género e Queer da Universidade de Hamburgo planeiam publicar em hardcopy os proceedings com todas as apresentações desta conferência.

Proceedings of conference here:
http://www.polyamory.ch/docs/abstracts_polyamory.pdf
as well as the comments from members of poly-ch list:
http://www.polyamory.ch/content.php?page=hamburg0511 (german only)



bibliografia:

[1] http://pt.wikipedia.org/wiki/Poliamor
[2] http://www.bildwechsel.org/
[3] Dossie Easton, Catherine Liszt "The Ethical Slut" Greenery Press
[4] Laura Merrit, Traude Bührmann and Nadja Boris Schefzig "Mehr als eine liebe", Orlanda
[5] http://www.sergej-magazin.de/

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3.04.2006

LespPress report on 1st International Conference on Polyamory and Mono-Normativity, Hamburg

cheers,


For all of you abroad that have been following what I´ve been up, in respect to poly-activism, this is a translation to portuguese of a report, written by friend Gwendo, who has been in the 1st International Conference on Polyamory and Mono-Normativity, Hamburg and was so nice as to share what she saw there.

Gwendo wrote actually 3 articles. One, very complete, which was originally published last February in Sergej (one of the major magazines for the GLBT comunity in Munich, Germany), I translated already to portuguese and will be published on paper, in aprox. one month in a GLBT magazine in Portugal (if you want details on this, contact me privately). Until it is published, for ethical reasons, I will not repoduce it here. For the moment, as an apetizer, here is for your eyes delight, the translation of the article she wrote for LesPress. The remaining article was written for lesben-ring info.

I would be delighted on comments and suggestions.

Proceedings of conference here:
http://www.polyamory.ch/docs/abstracts_polyamory.pdf
as well as the comments from members of poly-ch list:
http://www.polyamory.ch/content.php?page=hamburg0511
(german only)


Lespress:
1st Conference on Polyamory and Mono-Normativity, Hamburg
4.-6.11. 2005 por Gwendolin Altenhöfer (polylogo@gmx.de)


Em princípios de Novembro tomou lugar em Hamburgo, Alemanha, a primeira conferência internacional sobre relações múltiplas. Participantes de países como Alemanha, Grã-Bretanha, Índia, Itália e EUA, falaram de temas tão diferentes como o lidar com amor, sexo e pertença no contexto de relações múltiplas, ou o papel do capitalismo pós-fordiano no amor livre, assim como técnicas para fintar o ciúme ou até mesmo a luta entre várias facções dentro do movimento Poliamor, como por ex. os que se concentram mais no amor e os que se concentram principalmente no sexo.


Barker e Ani Ritchie (UK) fizeram uma análise da descoberta e estabelecimento de uma nova língua alternativa por vários membros da comunidade Poliamor/Polyfidelity na Internet. Esta apresentação teve grande atenção por parte dos "media", pois a mesma apresentação tinha sido feita um ano atrás no Reino Unido. Com o aparecimento de vários artigos sobre poly nos jornais um pouco por todo o mundo, Barker e Ritchie têm se tornado os rostos do movimento poly. Têm recebido muito feedback positivo, principalmente de pessoas que pela primeira vez ouvem dizer por outras fontes que eles não são os únicos não-monogâmicos assumidos à superfície da Terra.

Daniela Dana (It) mostrou os resultados a vários inquéritos realizados entre lésbicas imersas na cultura católica. Não conseguiu encontrar um critério que permitisse distinguir as monogâmicas das polyfieis. Factores como idade, origem social ou regional, profissão, tinham aproximadamente a mesma distribuição em ambos os grupos. Talvez o inquérito pudesse cobrir o signo solar, pois Celeste West descobriu na sua investigação de 1995 uma enorme representação de Geminianos entre os Polifieis. Adicionalmente, o mesmo estudo de West, mostrou que 85% das lésbicas inquiridas se descrevem como feministas, o que é uma percentagem muito maior do que a média normal. Facto apontado quer por Dana quer por outras é que há sem dúvida ainda muito material para investigação cientifica/académica neste campo. Há também que fazer as perguntas certas!

Dossie Easton (EUA), autora de "the Ethical Slut" (tentativa de tradução, "a vadia responsável") conduziu uma "workshop" de encerramento sobre um estilo de vida boémio e/mas responsável, assegurando contudo que mesmo após varias décadas de tal percurso, continua a conhecer o ciúme. Nesse enquadramento, ela apresentou nessa workshop diversas estratégias que podem ajudar em crises agudas de ciúme, de modo por exemplo a que ninguém faça coisas de que se arrependa mais tarde. Esta workshop proporcionou também a oportunidade a/os participantes de falarem entre si e estabelecer contactos.

Para todos os que não tiveram oportunidade de assistir a esta conferência, as organizadoras (Marianne Pieper e Robin Bauer, Centro de Investigação para Estudos de Género, Feministas e Queer da Universidade de Hamburgo, RFA) têm em vista a publicação dos "proceedings" contendo as apresentações. Para todos aqueles que não queiram esperar tanto tempo e que dominem o alemão há a colectânea "Mehr als eine Liebe. Polyamouröse Beziehungen" (Laura Méritt, Traude Bührmann e Nadja Boris Schefzig), pela Orlanda. Neste livro estão já incluídas duas das apresentações da conferência, assim como um espectro larguíssimo de artigos de mais de 30 autoras.

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2.21.2006

Call for papers!

Para quem estiver interessad@ em escrever:


Journal of Sexualities, Gender + Justice
call for papers

The journal of sexualities, gender + justice is an independently peer-reviewed journal which aims to promote discussion of, and provide a forum for the analysis of, relations between and within sexualities, genders and law from critical and interdisciplinary perspectives.

The theme for the inaugural issue is
JUST LOVE - a topic which seems out of place in an academic and political environment that is preoccupied with international security, economic rationalism and new pandemics. And yet a critical glance reveals that these "objective" and "rational" topics are couched in highly emotive language and often draw heavily upon generalisations about gender and sexuality.

The journal of sexualities, gender + justice invites submissions on the topic of just love, and encourages analyses across plural and different sexualities and genders, including but not limited to heterosexual, queer, intersex, transgender, masculinities and femininities and analyses that address the appearance of law in different sites, such as word and image, popular culture, cinema, policy, daily life, judgments and legislation.


In particular, submissions could address one or more of the following:
. the end/s of sexuality
. pain, pleasure and polyamory
. sex, death and terror
. protocols of engagement
. the sexual imagination of law.

Any style of submission up to 8000 words is welcome, including scholarly articles, poetry, prose, scripts and visuals. (Photographs and drawings will be published on-line). Submissions from any relevant discipline, including law, history, sociology, politics and psychology, as well as from activists and practitioners, are encouraged.

A style guide is available on the journal's website:

www.jsgj.org

Submissions due 30 June 2006
For more information please contact:
Sarah Keenan Mark Thomas
Ph: 0412 805 742 Ph: 0408 714 706
or email: editors@jsgj.org
Sally Sheldon
Visiting Fellow (Jan - March 2006)
Sydney Law School
173-175 Phillip Street
Sydney
NSW 2000
Australia
Tel: +61 2 9351 0285
Fax: +61 2 9351 0200

1.06.2006

"Bem Aventurada Infidelidade", um livro

Obrigada á Nina pela sugestão :-)


"Bem-aventurada infidelidade", de Paule Salomon, 2003

"No século XXI a fidelidade talvez não seja já uma virtude, fonte de felicidade e estabilidade, mas sim um medo a abrir-se aos outros, a autorizar-se o desejo e a afirmação de si mesmo. E a infidelidade, ou poli-fidelidade, pode ser concebida não como um factor que perturba a
paz conjugal, mas sim como fidelidade a nós próprios. Em
Bem-aventurada infidelidade Paule Salomon explora, em inúmeros exemplos extraídos da sua experiência como terapeuta, esse obscuro e secreto continente do íntimo e da paixão, do desejo e do ciúme."

ver: http://www.paulesalomon.org

Edição francesa: Bienheureuse Infidélité, Paule Salomon, Editions
Albin Michel, Collection Essais, 2003, 260 p., 18.90€

Edição espanhola: Bienaventurada Infidelidad, Paule Salomon, Editorial
Obelisco, Colección Nueva Consciencia, 2005, 256 p., 11€

12.15.2005

Encontro no Fim do Mundo: os Moso

(Ou mais um post sobre não-monogamia)

Um documentário a ver, se possível: "
Un monde sans pére ni mari: chez les Moso", (Eric Blavier, Thomas Lavarechy).

Na verdade não vi o documentário. Ouvi os comentários em segunda mão e desencadeei uma busca na net. Não vou escrever tudo aqui para vos deixar o prazer da descoberta e da investigação.

Os Moso são um povo que vive na China, junto ao Tibete, nas margens do lago Lughu. São 30.000 pessoas que tem visto as suas tradições bastante antigas mais ou menos preservadas.

Em poucas palavras, a sociedade Moso é matriarcal. As mulheres têm o papel predominante na sociedade e querem, podem e executam todas as tarefas. O poder e a influência passam da mãe para a filha que ela considera mais inteligente.

A mulher ao chegar à idade adulta adquire o direito de escolher amantes que recebe em casa dentro de um esquema que preserva a discrição mas que não tem nada de clandestino. As crianças que nascem destes enlaces são criadas dentro da família, ás quais o pai biológico não pertence. Pares que se amam encontram se discretamente mas em liberdade e sem compromisso. Por outras palavras, não usam do conceito de monogamia.

Não existe palavra para marido nem para pai, o que não quer dizer que os homens não participem da educação das crianças ou da sociedade em geral. Simplesmente desaparece completamente a ideia do pai biológico com direitos sobre a prole e a ideia de patriarca.
Adicionalmente, não há crime nesta sociedade, que não é tão pequena como isso. Ainda menos há crime passional. O ciúme é considerado uma doença infantil, que aparece muito pouco e, que ao contrário de entre nós, ocidentais, quando aparece não é encorajada.

O que vos mostro aqui não é o modelo que eu quero seguir, ou a sociedade utópica dos meus sonhos. É apenas mais um modelo dissidente daquele em que crescemos e nos habituamos a pensar que é o único possível. Quero apenas mostrar que em termos de relações, se não tentamos seguir o modelo monogâmico e patriarcal ocidental em que crescemos, há provavelmente tantas soluções como pessoas. Este é apenas um dos modelos possíveis. Não é o que eu escolheria, embora me pareça melhor do que é mainstream entre nós.

Link para o documentário: "
Encontro no fim do Mundo, o povo Moso", (Eric Blavier, Thomas Lavarechy).

Link para um artigo que
comenta o documentário.

Link para o resumo do romance "
Leaving Mother Lake": para quem não quer seguir a documentação mais sociológica, está aqui um romance à volta de uma jovem Moso que deixa a sua vila para seguir uma carreira como cantora e se confronta com a cultura chinesa: Leaving Mother Lake

e um link para o livro Quest for Harmony: The Moso Traditions of Sexual Union and Family Life

E finalmente um
artigo cientifico sobre adopção e casais convencionais à luz da sociologia dos Moso.

(Agradeço a K. a dica, mesmo quando não apoia a ideia de poliamory, mas me apoia a mim, e aproveito e agradeço um ano fantástico!)

boa leitura!

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